Caio coloca como meta a primeira vitória na Arena

Superar o Atlético, em seu reduto, passou a ser o grande desafio do Paraná Clube. Esse foi o tema principal da reunião entre comissão técnica e atletas, ontem pela manhã. O fim do incômodo jejum é o caminho para recolocar o clube ?nos trilhos? em seu trajeto rumo a uma vaga na Libertadores da América. Caio Júnior lança mão desse artifício para fazer com que o elenco recupere o foco na competição, superando eventuais traumas que a jornada infeliz do último domingo possa ter causado.

?Esse grupo está marcando seu lugar na história do clube. Vamos em busca de mais essa conquista?, frisou Caio Júnior. O atual elenco – ainda sob o comando de Barbieri – conquistou nessa temporada o título paranaense após nove anos de jejum. Agora, segue com uma campanha equilibrada e no grupo de cima na tabela de classificação do Brasileiro, ocupando hoje, a 5.ª posição. ?Futebol é feito de desafios. Então, já estamos focados para essa meta: a primeira vitória na Arena?, disse o comandante paranista.

Os números são totalmente favoráveis ao Atlético. Em 15 jogos disputados no Joaquim Américo (dois deles antes da construção da Kyocera Arena), são sete empates e oito vitórias do Rubro-Negro. Um tabu escrito ao longo de várias competições, como Campeonato Paranaense, Brasileiro, Sul-Minas e, mais recentemente, Copa Sul-Americana. Estes jogos, pelo torneio internacional, ocorreram no pior momento do Tricolor na temporada e dão ao clássico de sábado, às 16h, contornos de revanche.

Na temporada, o Paraná venceu o primeiro ?duelo?, por 2×1, no primeiro turno do Brasileiro – já que os clubes não se encontraram no estadual, conquistado pelo Tricolor -, em julho, no Pinheirão. Dois meses depois, pela Sul-Americana, o Atlético faturou os dois jogos (3×1, no Pinheirão, e 1×0, no Joaquim Américo). ?No último jogo na Arena, nossa situação era complicada, pois tínhamos que fazer três gols. Agora, é diferente?, aposta Caio Júnior, confiando na principal arma do seu time: o contragolpe.

Com lesão no ligamento do joelho, Gustavo vira dúvida

Uma contusão no joelho esquerdo pode tirar o zagueiro Gustavo do clássico. O médico Milton Nagai confirmou que houve uma lesão pequena no ligamento colateral medial do joelho do atleta, que se machucou num lance de ataque, frente ao Flamengo. Gustavo tentou arremate a gol e foi ?travado? pelo zagueiro adversário.

A jogada ocorreu no segundo tempo da partida, mas somente ontem ele se queixou de dores. ?Ele está medicado e sob tratamento. Vamos reavaliá-lo na quinta-feira?, confirmou o médico Milton Nagai.

Diante desse problema e com Beto liberado pelos departamentos médico e físico, o treinador pode direcionar a preparação do time para a utilização de apenas dois zagueiros frente ao Atlético. ?É uma idéia. Até porque o Pierre faz muito bem a dupla função, de primeiro volante ou terceiro zagueiro?, comentou Caio Júnior.

O treinador, porém, deve levar a equipe indefinida até sábado. Ontem, viu o teipe do jogo do adversário frente ao Fortaleza e hoje vai ficar ?de olho? no jogo decisivo do rival frente ao Nacional do Uruguai.

?Na semana passada vi vários jogos do Flamengo e acabamos enfrentando um time desconhecido. Isso é relativo?, disse Caio, ainda sem saber se o Atlético irá poupar jogadores no jogo de sábado. Além da indefinição quanto à presença de Gustavo, o Paraná não terá o lateral Eltinho. Ele já está participando de treinamentos físicos, mas será preparado para o jogo frente ao Cruzeiro. Como treinou muito pouco ao longo das últimas semanas – frente ao Goiás, ele já sentiu um desgaste intenso -, Caio antecipou a manutenção de Edinho neste setor.

Já no ataque, opções não faltam para este jogo. Além do trio que atuou frente ao Flamengo – Sandro, Maicosuel e Leonardo -, Caio Júnior conta com Gérson e Joelson, que cumpriram suspensão. Cristiano e Henrique também brigam por posição na equipe titular.

Lembranças amargas

Será o terceiro jogo de Caio Júnior, na condição de técnico do Paraná Clube, no Estádio Joaquim Américo. Mesmo em momentos distintos do clube, a lembrança é igualmente amarga. Ainda mais quando o assunto é o superparanaense de 2002. Naquele ano, o Tricolor chegou à final do torneio com ligeiro favoritismo, mas deu adeus ao título no primeiro jogo: 6×1 para o Atlético, na maior goleada do clássico. Mesmo vencendo por 4×1 o jogo seguinte, na Vila Capanema, o Paraná não conseguiu reverter a ampla vantagem.

O outro jogo de Caio Júnior foi no mês passado, quando o Paraná perdeu por 1×0, quando precisava fazer uma diferença de três gols para avançar na Sul-Americana. Diante do momento das equipes, o treinador paranista prevê um jogo equilibrado e ?empolgante?. O Tricolor busca reabilitação no Brasileiro, enquanto o Rubro-Negro vem embalado por bons resultados no Nacional e na Sul-Americana.

?A vantagem do adversário é a pressão que sua torcida exerce. O jogo é muito rápido. Mas, temos um time forte no contra-ataque e que fez seus resultados mais expressivos fora de casa?, lembrou Caio Júnior.

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