Cafu vai operar o joelho direito e preocupa Parreira

São Paulo – Carlos Alberto Parreira está preocupado com a lesão no joelho direito de Cafu, mas garante que terá toda a paciência do mundo para esperar a recuperação de seu capitão. "Ele é um jogador muito importante para a seleção", afirmou. O lateral está fora do amistoso com a Rússia, dia 1.º, em Moscou.

O lateral-direito deverá ser operado. Os médicos do Milan sabem que ele tem uma lesão nos meniscos, mas ainda vão investigar se há algum dano também nos ligamentos.

Se for apenas uma cirurgia nos meniscos, em aproximadamente um mês ele estará recuperado. Mas se algum ligamento tiver sido afetado, o prazo de recuperação aumentará. E, dependendo da gravidade, colocará em risco a sua participação na Copa do Mundo.

O médico da seleção, José Luiz Runco, disse ontem que ainda não sabia nada sobre o problema de Cafu. "Passei os últimos dias num congresso de medicina em São Paulo e acabei de chegar ao Rio.

Uns quatro jornalistas já me ligaram para perguntar sobre o Cafu e para todos eu disse a mesma coisa: não sei de nada e vou esperar o Cafu entrar em contato comigo."

Segundo Parreira, a comissão técnica da seleção conversará hoje, quando será lançado o modelo da camisa que o time vai usar na Copa, sobre a situação do lateral. "Se for preciso, o Runco vai para a Itália acompanhar

de perto o caso", afirmou.

Mas a probabilidade maior é que Cafu venha para o Brasil e seja operado pelo médico da seleção, como ocorreu com Ricardo Oliveira. Cafu aproveitaria para passar algum tempo em São Paulo perto de seu pai, que teve problemas  de saúde no fim do ano.

Nova amarelinha será lançada hoje

Berlim – A quatro meses de receber a estréia do Brasil na Copa, contra a Croácia, dia 13 de junho no Estádio Olímpico, Berlim ainda trata o mundial com discrição.

Os berlinenses, encolhidos pelo frio que todos os dias faz a temperatura atingir índices negativos, estão no momento mais preocupados com o Festival Internacional de Cinema, em sua 56.ª edição.

Hoje, porém, a arte das telas dividirá o espaço com a arte dos gramados, por conta da apresentação dos uniformes que sete seleções, capitaneadas pela brasileira, usarão na Copa da Alemanha. Assim, esta tarde, estrelas como o ator George Clooney poderão ter o brilho ofuscado por craques como Adriano e Van Nilsterooy.

O novo uniforme da seleção brasileira deverá resgatar o estilo e o tom das cores de camisas e meias vestidos pela equipe na conquista dos títulos mundiais. A Nike, responsável pelo design e fabricação, não confirma, mas o amarelo da camisa ganhará um tom mais leve e o verde aparecerá apenas nas golas e mangas. A numeração que lembra bolas de bilhar desaparece. O calção vai ser todo azul e as meias, brancas.

Também serão apresentados os uniformes de Croácia, Austrália, Portugal, Holanda, Estados Unidos e México.

Canteiro de obras

Berlim não fala da Copa, mas trabalha duramente por ela. A cidade virou um canteiro de obras. Por todo lugar é possível observar ruas e calçadas sendo refeitas.

No projeto, está a colocação de canteiros em várias das avenidas que compõem o circuito histórico da capital alemã, assim como a restauração de prédios antigos, principalmente no lado oriental da cidade. Com isso, gigantescos guindastes passaram a fazer parte da paisagem local.

A população de Berlim, que irá receber seis partidas da Copa, inclusive a final, aprova as obras. Com ressalvas. "Berlim quer mostrar na Copa que é uma cidade totalmente integrada, que leste e oeste são hoje realmente uma coisa só, que está tratando com dedicação e respeito o lado oriental e seus cidadãos.

Por isso, as obras são vistas com bons olhos. Mas também nos parece que estão fazendo demais”, disse o cineasta Marcel Klüber.

Paraíba, Garrincha e Kuranyi.

A discrição com que a Copa ainda está sendo tratada pelos moradores de Berlim transforma-se em entusiasmo quando o assunto é futebol.

E não é pela boa campanha do Hertha no Campeonato Alemão – o time tem chance de obter vaga na próxima Copa dos Campeões. Os berlinenses se empolgam com Marcelinho Paraíba, ídolo do Hertha: "Por que Parreira não o convoca?",

é a pergunta que os brasileiros mais ouvem e também com a seleção. Na loja da Nike, na elegante Tauentzenstrasse, a camisa canarinho é a mais vendida. "As cores são mais bonitas”, diz o simpático vendedor chamado Iram.

Ele mostra empolgado a sessão dedicada ao Brasil, aponta com orgulho para o tênis que veste com o número 58 estampado ("esse foi o ano que vocês ganharam o primeiro título”, informa) e logo revela seu artigo preferido: uma camisa em homenagem a Garrincha, com as palavras Mané, Pau Grande e o resultado Brasil 3 x 1 Checoslováquia, da final de 1962, nas costas.

Preço: 40 euros.

Do outro lado está a loja da Adidas, fabricante do material da seleção alemã.

Mas o movimento – percebe-se claramente – é bem menor.

A empresa também promove seu produto usando um ídolo da seleção anfitriã da Copa.

Nada de Ballack ou Oliver Kahn. Na vitrine, um pôster gigante de um brasileiro, Kevin Kuranyi. "Ele é alemão, mas aprendeu a jogar bola no Brasil. Quer coisa melhor?”, pergunta ou explica um vendedor da loja, que preferiu não dizer o nome.   

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