Brasil x Bolívia em São Paulo

São Paulo – Três anos e cinco meses depois, a cidade de São Paulo voltará a ser palco de um jogo da seleção brasileira de futebol. O duelo contra a Bolívia, dia 5 de setembro, pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, deve ser realizado no Estádio do Morumbi.

No início da tarde de ontem, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foi homenageado na sede da Federação Paulista de Futebol (FPF). Das mãos do presidente Marco Polo del Nero, ganhou uma medalha de cidadão gran benemérito da entidade. “Em todos estes anos à frente da CBF, este é o maior título que recebi. Será uma data inesquecível para mim”, disse um emocionado Teixeira, que é inimigo confesso do ex-homem forte da FPF, Eduardo José Farah.

No meio das comemorações, Teixeira recebeu um pedido formal do governador do estado, Geraldo Alckmin, que gostaria de receber a seleção na comemoração dos 450 anos da cidade. “Há uma grande possibilidade de um jogo ser aqui”, revelou Teixeira, ainda deixando um ponto de interrogação no assunto. Após longa e descontraída conversa com Marco Polo Del Nero, a confirmação.

“Está definido, Brasil x Bolívia, dia 5 de setembro será aqui”, ponderou Del Nero. “Estamos apenas estudando o local,” despistou, já que nos dois últimos jogos realizados no Morumbi houve muitas críticas contra o time e o então técnico Emerson Leão e cenas de vandalismo por parte dos torcedores.

Na verdade, a confirmação da volta de São Paulo ao calendário da seleção é uma vitória da FPF em sua nova gestão. “Temos de tirar proveito e buscar o anseio dos nossos aliados”, disse Del Nero, sobre a nova fase vivida entre FPF e CBF.

Ricardo Teixeira aproveitou o encontro para revelar seus planos em novas mudanças no futebol brasileiro. A principal deve ser a inclusão das equipes do País que disputam a Taça Libertadores na disputa da Copa do Brasil. “Esvaziamos a competição.” E acabou, de uma vez por todas, com a polêmica sobre se a CBF deve, ou não, pagar o salário dos jogadores em atividade na seleção brasileira. “A CBF vai pagar os salários”, garantiu. “Mas direito de imagens, não.” Pedirá, ainda, que as leis de trabalho que regem os jogadores de futebol sejam diferenciadas.

Mudança

Emerson está fora do amistoso contra a Irlanda, no próximo dia 18, em Dublin. O volante da Roma foi cortado pelo técnico Carlos Alberto Parreira por causa de uma contusão. Mario Brozzi, chefe da equipe médica do clube italiano, informou aos dirigentes brasileiros que o jogador ainda se recupera de uma lesão no ombro direito – a mesma que o tirou do Mundial de 2002, na Ásia. Fábio Rochemback, do Sporting, de Portugal, será seu substituto.

Morumbi: história recente de críticas

São Paulo –

Ainda faltam sete meses para o duelo com a Bolívia – pelas eliminatórias para a Copa de 2006, na Alemanha -, tempo mais do que suficiente para o desempenho do time de Carlos Alberto Parreira melhorar. A torcida paulista é exigente e não aceita falta de empenho. Apóia, mas também cobra. E muito.

Nos dois últimos jogos antes do boicote a São Paulo, o time e o técnico da época, Emerson Leão, sofreram muito. A última partida da seleção brasileira na capital paulista aconteceu no Morumbi, dia 25 de abril de 2001. No empate diante do modesto Peru, por 1 a 1 (gol de Romário), Leão saiu de campo bastante vaiado. Em coro, torcedores pediam sua demissão.

Após aquele compromisso, Leão dirigiu o time na Copa das Confederações. Futebol pífio e eliminação precoce. O técnico acabou demitido no aeroporto de Narita, no Japão, quando a delegação se preparava para embarcar de volta ao Brasil.

Veio Luiz Felipe Scolari e, no dia 7 de julho de 2001, a decisão de tirar os confrontos da seleção do eixo Rio-São Paulo por causa, justamente, das críticas.

O episódio mais marcante no Morumbi, entretanto, não aconteceu contra o Peru. Foi no duelo anterior, diante da Colômbia, dia 15 de novembro de 2000. O desempenho do time de Leão era sofrível e o arrastado empate por 0 a 0 parecia ser o resultado da partida. Revoltados, os torcedores atiraram as bandeirinhas plásticas que receberam na entrada do estádio para o campo. E nem o gol salvador de Roque Júnior, aos 48 minutos, foi suficiente para acalmar os ânimos.

Agora, com a seleção sob o comando de Carlos Alberto Parreira, haverá novo teste para a paciência dos torcedores paulistas.

Comissão técnica vai assistir várias partidas na Europa

Rio –

O meia Fábio Rochemback, do Sporting, foi convocado ontem para substituir o volante Emerson, da Roma, que está com uma contusão no ombro direito e não poderá atuar no amistoso da seleção contra a Irlanda, no dia 18, em Dublin. De acordo com o fax enviado pela equipe italiana para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e assinado pelo médico Mário Brozzi, o atleta “se encontra em período de recuperação”. O local lesionado é o mesmo que o impediu de disputar a Copa do Mundo de 2002, na Coréia e Japão.

Viagem

O corte de Emerson e a convocação de Rochemback foi feita por telefone, pelo técnico da seleção, Carlos Alberto Parreira, que não foi ontem à CBF. Ele e o coordenador-técnico Zagallo se prepararam para a viagem, prevista para as 23h40, rumo à Europa, onde assistirão a várias partidas dos campeonatos alemão, francês, inglês e italiano. Os dois vão se encontrar com a delegação brasileira, em Dublin, no dia 15.

No total, a comissão técnica da seleção brasileira estará presente a cinco jogos: Wolfsburg x Borussia Dortmund (hoje); Roma x Juventus (domingo); Arsenal x Suthampton (dia 10), Manchester United x Middlesbrough (dia 11); e Auxerre x Olympique Lyonnais (dia 14)

Clubes de futebol pedirão a Lula parte da verba COB

São Paulo –

Se o ministro dos Esportes, Agnelo Queiroz, acha que a polêmica criada sobre a divisão dos recursos da Lei Agnelo/Piva entre clubes de futebol e o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) vai ser resolvida em sua sala, sob sua intermediação, deve esperar sentado. A idéia dos dirigentes de futebol é levar a proposta direto à presidência da República e entregá-la nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A cartolagem parte do princípio que Agnelo Queiroz é homem próximo do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman. Portanto, deixá-lo participar diretamente da negociação seria, como resumiu um dirigente, “começar a partida perdendo por 2 a 0”.

Em 2003, os recursos da lei, correspondentes a 2% do montante movimentado pelas loterias federais, abasteceram o COB com cerca de R$ 48 milhões. Ontem, durante cerimônia realizada pela Federação Paulista de Futebol (FPF) para homenagear o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, os líderes do grupo que deseja ver metade desses recursos nos clubes de futebol negociavam apoios.

Tanto o vice-presidente de futebol do Corinthians, Antonio Roque Citadini, como o presidente do São Paulo, Marcelo Portugal Gouvêa, conversaram com Ricardo Teixeira, que se comprometeu a apoiá-los. “Também o Palmeiras já disse que vai entrar nessa história”, lembrou o cartola corintiano. “É importante dividir, pois são os clubes que formam os atletas”, disse o são-paulino.

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