Brasil terá rivais com técnica, rapidez e força física

A seleção brasileira vai encontrar na primeira fase da Copa do Mundo três adversários com estilos muito diferentes entre si. A Croácia é uma equipe que toca bem a bola, o México tem muita velocidade e Camarões conta com a força física de seus jogadores – características que certamente já estão anotadas nos caderninhos dos comandantes da equipe do Brasil, Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira.

O time croata, que costuma jogar no esquema 4-2-3-1, é comandado em campo por dois jogadores: os meias Modric, do Real Madrid, e Rakitic, do Sevilla. São atletas que possuem excelente técnica e visão de jogo, além de serem criativos. Dos pés deles, nascem as principais jogadas da equipe europeia. Marcá-los com eficiência, portanto, será muito importante para a seleção brasileira vencer o jogo de abertura do Mundial, no dia 12, em São Paulo.

“Os talentos individuais podem ajudar a Croácia. Modric é o cérebro da equipe e Rakitic fez uma ótima temporada na Espanha pelo Sevilha”, afirmou o jornalista Nino Stambuk, editor de esportes do canal de tevê croata RTL. “Além deles, Kovacic é um jovem talentoso, dono de visão de jogo, técnica, dribles e velocidade”, falou Stambuk, referindo-se ao meia da Inter de Milão.

Um enorme problema para o técnico Niko Kovac será a ausência por suspensão do artilheiro Mandzukic, do Bayern de Munique. Ele costuma receber os passes precisos de Modric e Rakitic e será substituído na estreia na Copa pelo brasileiro naturalizado croata Eduardo da Silva.

DEFESA FECHADA – Depois de encarar os croatas, o Brasil vai enfrentar o México, um velho conhecido. O time latino-americano, que teve enormes dificuldades para se classificar para a Copa, é escalado por Miguel Herrera no 5-3-2 – um claro sinal de que os mexicanos apostam em uma defesa fechada e nos contra-ataques.

No sistema montado por Herrera, os laterais Aguilar e Guardado são peças fundamentais. Eles têm a missão de conduzir sempre que possível a bola até a linha de fundo para alimentar os atacantes Peralta e Javier “Chicharito” Hernández, dois jogadores muito oportunistas.

“A grande arma do time é acionar o Peralta, que é um bom finalizador e perigoso no jogo aéreo”, comentou Álvaro Cruz, repórter do jornal mexicano Record. “Quem mais apoia o ataque é o lateral-esquerdo Guardado. Mas ele costuma deixar espaços na defesa em virtude disso”, alertou o jornalista.

A velocidade que sobra ao ataque mexicano falta à sua defesa. O veterano zagueiro Rafa Márquez continua na equipe e isso é um problema para o time porque embora trate a bola muito bem, é bastante lento e poderá ser superado facilmente por Neymar e companhia.

VITALIDADE – O terceiro adversário do Brasil no Mundial é bem diferente dos dois anteriores. Camarões não tem a técnica da Croácia nem a velocidade do México, mas o que não falta ao time africano é vitalidade. A equipe conta com vários jogadores altos e fortes o suficiente para ganhar no corpo a corpo dos brasileiros.

No ataque, Camarões usa muito o lado esquerdo, especialmente porque o lateral Assou Ekotto é bastante rápido e faz bons cruzamentos. O principal alvo do jogador, como não poderia deixar de ser, é Samuel Eto’o, o astro da seleção camaronesa. O centroavante do Chelsea, aliás, é um capítulo à parte na equipe. Tudo gira em torno dele, que muitas vezes se desloca para o lado direito para dali comandar as ações ofensivas. Eto’o também é o responsável principal pelas cobranças de faltas e escanteios, um dos pontos fortes da equipe.

“Outro destaque do time é o meio de campo, em que Alex Song é o grande líder”, disse Francisco Jauregui, jornalista argentino que é especializado em futebol africano e tem um blog sobre o assunto. “Ele é apoiado com eficiência por Makoun e Enoh, dois jogadores que se movimentam bem por todo o campo e também chegam à área.”

A equipe comandada pelo alemão Volker Finke, que usa o 4-3-3, também aproveita bem as jogadas pelo alto. A dupla de zagueiros, formada por N’Koulou e Chedjou, costuma ganhar as disputas aéreas e, por isso, vai sempre à área adversária para tentar o gol.

Contra equipes de menor porte, Camarões normalmente adota uma estratégia ofensiva, mas isso não se repete diante de seleções poderosas. Sendo assim, é bastante provável que o time africano se feche na defesa na partida contra o Brasil, mas isso pode ser perigoso para os camaroneses, que não se defendem muito bem diante de jogadores rápidos e habilidosos e, além disso, abusam das faltas, o que pode até provocar uma expulsão.