Brasil tenta fugir do fiasco contra EUA

Alex treinou ontem entre os titulares e será a aposta do técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, para vencer os Estados Unidos, hoje, às 16h (de Brasília), no Estádio Gerland, em Lyon. Qualquer resultado diferente da vitória será considerado um fiasco para os brasileiros que, no primeiro jogo na Copa das Confederações, caíram diante de Camarões, por 1 a 0, quinta-feira, no Stade de France, em Saint-Denis.

Portanto, novo tropeço deixaria os brasileiros bem próximos da vexatória eliminação logo na primeira fase da competição. Turcos e camaroneses dividem a liderança do Grupo B, com três pontos. Brasil e EUA são lanternas, com zero.

A exemplo do que aconteceu após a derrota na estréia, o treinador brasileiro não conseguia esconder seu descontentamento e, sobretudo, decepção com a produção do time. “Vamos estudar mudanças”, dizia após o resultado negativo. A entrada de Alex no lugar de Gil, sumido frente os africanos, vai alterar também o posicionamento de Ricardinho. O meia do São Paulo está sendo particularmente orientado por Parreira para jogar mais pelo lado esquerdo, avançado. O cruzeirense, por sua vez, assume o meio-campo, respondendo pela armação das jogadas. “É difícil dizer que tal jogo é para você ou não. A gente tem de ter calma para fazer o que tem de ser feito no momento que é chamado”, discursou o novo titular.

Parreira parece ter entendido o óbvio. O que faltou ao Brasil no jogo contra Camarões não foi precisão de finalização ou poder de marcação. Trata-se apenas de criatividade na armação capaz de fugir dos fortes esquemas defensivos que a seleção, invariavelmente, terá de enfrentar, tanto na Copa das Confederações como, sobretudo, nas eliminatórias. O treinador brasileiro só não explicou ainda o motivo pelo qual não tentou a alternativa com Alex já na estréia. Só para lembrar, houve somente duas substituições: Ilan entrou no lugar de Adriano e Adriano Souza substituiu Kleberson. Ambas ineficientes.

Diante das circunstâncias, Alex procura disfarçar a ansiedade. Pessoalmente, sabe que poderia ter entrado contra Camarões. Não precisa ser dotado de hiper-sensibilidade para perceber que o meia do Cruzeiro deixou o Stade de France contrariado. Agora, sabe que está em uma encruzilhada. Se resolver o problema e fizer o time fluir, não sai mais da equipe titular. Por outro lado, se a equipe continuar travada, vai ter dificuldade para continuar sendo lembrado nas futuras convocações. Como vai reagir diante de tal responsabilidade, só após a partida será possível saber.

Abalo

Uma das principais preocupações da comissão técnica durante a viagem de TGV (trem francês que anda a quase 300 Km/h) entre Paris e Lyon, ontem, foi cuidar do aspecto emocional do grupo. Auxiliados pelos atletas mais experientes, casos do goleiro Dida e do capitão Emerson, tentavam tranqüilizar os mais jovens, maioria na delegação. Assim mesmo o clima não lembrava o de dois dias atrás. As conversas e brincadeiras deram lugar a semblantes sérios e entediados. Muitos sentem que a vaga no grupo que vai iniciar as eliminatórias está por um fio. Nada bom para quem planejava ficar na seleção a fim de tentar bons contratos na Europa.

Parreira muda meia para encarar os Estados Unidos

Após a derrota para Camarões na estréia da Copa das Confederações, na quinta-feira, a seleção brasileira enfrenta os Estados Unidos, hoje, às 16h (horário de Brasília), com só um objetivo: vencer.

Paris (Agência Placar) -Após o fraco desempenho da equipe na estréia, o técnico Carlos Alberto Parreira fará um alteração no time. O atacante Gil dará lugar a Alex. Com a entrada do meia cruzeirense, Parreira mexeu no posicionamento de Ricardinho, com quem teve uma longa conversa antes do treinamento de ontem. Ele deve jogar um pouco mais recuado do que na última partida.

A intenção de Parreira é compactar mais a equipe. O treinador só se preocupa com a possível sobreposição de Alex e Ricardinho, já que ambos jogam na mesma faixa do campo. Com a entrada do meia-esquerda do Cruzeiro, Ronaldinho Gaúcho jogará mais solto no ataque ao lado de Adriano.

A vitória na partida é fundamental à pretenção das equipes na Copa das Confederações. Derrotadas na primeira rodada, as equipes jogam todas as suas cartas na partida. Quem perder ficará com chances remotas de classificação.

Apesar da obrigação de vencer, os jogadores se dizem tranqüilos e não aceitam que a pressão de jogar um torneio oficial com a seleção brasileira esteja pesando sobre os novatos do time. “Temos que acabar com esta história de jovem, quem está aqui tem as mesmas responsabilidades. Cada um tem de tirar de dentro um pouquinho a mais. Se sairmos fora desta competição perderemos todos”, diz o volante e capitão Emerson. “Agora é a hora de quem tem mais experiência não deixar cair. Eu estou aí para ajudar. Não podemos desacreditar. Agora temos que ver a fita do jogo, analisar os nossos erros e não voltar a cometê-los”, completou Ronaldinho Gaúcho.

Por outro lado, o técnico Bruce Arena deve manter a equipe que perdeu por 2 a 1 para a Turquia. O treinador está satisfeito com o rendimento de sua equipe e diz que pode vencer o Brasil. “Respeitamos muito o futebol da seleção brasileira, mas futebol é um jogo. Você pode perder ou ganhar. As chances são as mesmas”, disse.

Brasil: Dida; Belletti, Lúcio, Juan e Kléber; Emerson, Kléberson, Ricardinho e Alex; Ronaldinho Gaúcho e Adriano. Técnico: Carlos Alberto Parreira

Estados Unidos: Howard; Hejduk, Berhalter, Vanney e Lewis; Kirovski, Donovan, Armas e Convey; Califf e Beasley. Técnico: Bruce Arena

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