Brasil passa por Cuba em uma partida emocionante

Sendai, Japão – A seleção brasileira feminina de vôlei obteve mais uma vitória na Copa do Mundo. Desta vez, no clássico contra Cuba, por 3 sets a 2, parciais de 25/23, 25/16, 37/39, 26/28 e 15/09, em 1h54 de jogo.

E a partida contou com a presença de um torcedor muito especial: o ídolo de Virna, Zico, o ex-camisa 10 do Flamengo e atual técnico da seleção japonesa de futebol. “Como vi que só a seleção masculina passaria por Tóquio (local onde mora o treinador), vim até aqui desejar boa sorte em nome de todos os brasileiros que vivem no Japão e gostariam de estar aqui, mas não podem”, disse “Ji-co”, forma pela qual o Galinho é chamado no arquipélago.

Inspirada, Virna foi a maior pontuadora da partida, com 29 acertos, e Valeskinha, eleita a melhor do jogo, com sete aces, seis bloqueios e um total de 21 pontos no confronto. O Brasil está na quarta colocação, atrás de China, Estados Unidos e Itália, e segue hoje para Toyama, onde disputa a terceira fase da Copa do Mundo, competição que classifica as três primeiras equipes para os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004.

Como sempre, mais um Brasil e Cuba de tirar o fôlego. Nos dois primeiros sets, a regularidade no saque da seleção feminina destruiu o jogo de Cuba. Resultado: 25/23 na primeira parcial e, na seguinte, fáceis 25/16. No terceiro set, quando o placar marcava 23/20 e tudo caminhava para fáceis 3 sets a 0, o saque de Cuba começou a entrar e as precipitações nos contra-ataques brasileiros levaram o placar a 39/37 para as adversárias, na mais emocionante das parciais, encerrada com um bloqueio das cubanas num contra-ataque de Paula. Na seqüência, a história se repetiu: quando o Brasil precisava apenas de dois pontos para fechar o jogo (23/17), Cuba conseguiu empatar e a partida se arrastou em 23/23, 24/24, 25/25, 26/26. O último ponto foi de Barros, num saque forçado em cima de Érika (28/26).

No tie-break, o Brasil impôs o seu ritmo de jogo e em momento algum esteve atrás no placar. Com a garra e os contra-ataques de Virna, a excelente distribuição de Fernanda, os saques de Valeskinha, a segurança de Raquel, os bloqueios de Walewska e os ótimos passes de Arlene e Érika, a equipe comandada pelo técnico José Roberto Guimarães fechou o set e a partida em 15/9, com Valeskinha no saque. A bola balançou em cima da rede e rolou rente até o chão da quadra cubana.

Bom saque

Para a levantadora Fernanda Venturini, a regularidade no saque é o ponto a ser aprimorado. “Quando o nosso saque entra, o jogo flui melhor. Precisamos forçar mais, mantendo a regularidade. Se isso acontecer, tudo vai ficar melhor do que já está”, disse Fernanda.

E Virna destacou a força do grupo na vitória. “Mesmo com Cuba tendo igualado o placar, tivemos garra e concentração para fechar a partida. Cuba e Brasil sempre fizeram grandes jogos, mas, aqui, jogamos soltas e felizes, com muita agressividade. Esse é o Brasil que queremos ver daqui para frente”, comentou.

Na opinião de Raquel, desde o início da partida os semblantes das brasileiras já mostravam como o jogo seria encarado. “O Brasil entrou na partida de hoje com outra cara. Dava para ver no rosto de todas as jogadoras a determinação necessária para superar as adversárias”, disse. Outra que ressaltou a recuperação brasileira foi a meio-de-rede Walewska.

A melhor

Eleita melhor da partida, Valeskinha prefere deixar Cuba de lado e pensar no que vem pela frente. “A vitória nos mantém no páreo, mas agora precisamos concentrar nossas forças para os próximos adversários. Temos que destruir Egito, Coréia e Argentina”, decretou a meio-de-rede.

Voltar ao topo