Brasil 1 em terra firme

O Brasil 1, primeiro barco brasileiro na Volvo Ocean Race, chegou na madrugada de ontem ao Porto de Fremantle, na costa oeste da Austrália, após navegar cerca de 1.300 milhas náuticas com um mastro improvisado e o uso do motor de emergência. O barco já está fora d?água e é preparado para seguir 3.400 quilômetros pelo deserto australiano até Melbourne, onde será disputada a in-port race, próxima etapa da regata de volta ao mundo, no dia 4 de fevereiro.

?O Brasil 1 chegou hoje (quinta-feira) às 5 horas de Brasília a Fremantle (16 horas locais). O barco já foi colocado no berço (estrutura em madeira que sustenta o barco quando ele está fora da água) e a equipe de terra trabalha na desmontagem da quilha e leme?, afirmou Ênio Ribeiro, diretor do projeto. ?Nas próximas horas, deverá estar em condições de seguir até Melbourne?, completou.

O comandante do Brasil 1, Torben Grael, falou das dificuldades enfrentadas pela tripulação nos últimos oito dias. ?A viagem após a queda do mastro foi extremamente cansativa. O mastro estabiliza o barco e a pressão dos ventos nas velas e sem ele a viagem ficou bastante desconfortável?, disse o comandante. ?Agora estamos em terra e vamos correr contra o tempo para deixar tudo preparado. Não podemos encontrar nenhum contratempo. Há muito o que fazer e apenas algumas horas para isso, então tem que dar tudo certo,? acrescentou.

A previsão da equipe que trabalha na Austrália é que o veleiro esteja pronto para embarcar na carreta já nesta manhã (de Brasília) e que a viagem até Melbourne seja completada no dia 31, mesma data em que é esperado o novo mastro, que está na Inglaterra. A partir daí, a equipe terá três dias para instalar o mastro e preparar o barco para a regata local no dia 4. A tripulação chegou bem a Fremantle e aproveitou para descansar em uma cama num hotel próximo, algo que não ocorria desde o último dia 10, quando deixou Port Elizabeth, na África do Sul.

No dia 18, o Brasil 1 perdeu seu mastro a cerca de 1.300 milhas náuticas da Austrália, quando disputava a segunda perna da regata, entre Cidade do Cabo (África do Sul) e Melbourne. Para navegar até a costa oeste australiana, além de um mastro improvisado de apenas seis metros e um motor de emergência, o barco contou com o auxílio de um pesqueiro, que cedeu 600 litros de diesel, necessários para que o Brasil 1 completasse o trajeto até Fremantle.

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