Bola parada é o plano B para a Alemanha na decisão

Já é pública e notória a transformação pela qual passou a seleção da Alemanha nos últimos anos. Hoje, o time alemão baseia seu jogo na troca de passes no campo de ataque e na intensa movimentação de seus homens de frente. É uma Alemanha à espanhola, por assim dizer. Mas os homens de Joachim Löw têm um plano B, aquele recurso guardado no bolso para quando as coisas estiverem difíceis: as jogadas de bola parada. A equipe alemã sabe muito bem como ferir seus adversários pelo alto e já fez isso algumas vezes nesta Copa do Mundo.

Portugal, Gana, França e Brasil sentiram na carne a força dos alemães nas “bolas mortas”, como se diz na Alemanha. Após cobranças de escanteio, Hummels marcou contra os portugueses, Klose contra os ganeses e Müller contra os brasileiros. Aproveitando uma cobrança de falta nas proximidades da área, Hummels fez o tento da vitória sobre os franceses.

O jogo contra Gana, na segunda rodada da primeira fase, foi um perfeito exemplo de como o plano B pode tirar a Alemanha de uma grande enrascada. Após abrir o placar, o time alemão levou uma virada dos ganeses e foi salvo da derrota quando um escanteio encontrou a cabeça de Höwedes e ele desviou para Klose marcar praticamente embaixo do travessão.

“Acredito que nós recuperamos nossa força nas bolas paradas”, comentou Klose, um dos principais alvos dos cobradores de faltas e escanteios da Alemanha. “Há trabalho muito duro por trás disso”.

Segundo o zagueiro Höwedes, que, na Copa, atua como lateral-esquerdo, tanto trabalho exige uma certa cota de sacrifício, mas, assim mesmo, vale a pena. “Às vezes, alguém acaba saindo do treino com o olho roxo por causa de algum choque, mas é fundamental treinar muito essas jogadas”.

PÉ SANTO – Os grandes cabeceadores da Alemanha, como Klose, Höwedes e Hummels, sabem que as jogadas de bola parada só dão certo por causa da eficiência dos jogadores que cobram os escanteios e as faltas. E quem se destaca de verdade nesse aspecto do jogo é Toni Kroos. O meia do Bayern de Munique tem um pé direito muito afiado, como ficou claro no escanteio que cobrou para Thomas Müller abrir o caminho da goleada sobre o Brasil. É verdade que a defesa brasileira dormiu no ponto, mas a bola enviada por Kroos caiu no lugar exato em que estava o atacante.

Não por acaso, o meia do Bayern de Munique é um dos líderes em assistências da Copa, com quatro, ao lado do colombiano Cuadrado. Além de comandar o toque de bola no meio de campo alemão, Kroos tem evoluído a olhos vistos nas cobranças de faltas e escanteios. Ele certamente sairá da Copa do Mundo mais valorizado do que já era antes, até por ter sido incluído na lista de candidatos ao prêmio de melhor jogador do torneio. Após o Mundial, o meia deverá trocar o Bayern pelo Real Madrid. “Temos jogadores capazes de bater na bola de maneira muito precisa e isso é fundamental”, comentou Klose.