Beto sente lesão e aumentam os problemas no Paraná Clube

Há pouco mais de um mês no comando do Paraná Clube, o técnico Caio Júnior não teve um momento de descanso sequer. A cada rodada, a cada treino, surgem novos problemas. Desta vez, a ?maré de lesões? chegou ao capitão Beto. O volante deixou o gramado, ontem, reclamando de uma fisgada na coxa esquerda e passou a ser a principal dúvida do Tricolor para o jogo de sábado, às 16h, no Castelão, frente ao Fortaleza. Antes do treino, o departamento médico já havia vetado o zagueiro Edmilson.

Se não puder contar com Beto, o treinador terá que reconstruir o meio-de-campo, pois já não conta com Felipe Alves e Batista, suspensos. Antes mesmo da lesão do capitão, Caio Júnior já havia se mostrado bastante evasivo quando indagado sobre a provável equipe para o jogo no Ceará. ?Do meio para a frente não vou dizer nada. Quero ver como os jogadores vão se comportar nos treinos?, disse. Ele só antecipou as entradas de Neguete na zaga e de Goiano na função de primeiro volante.

Titular da ala-direita ao longo do Paranaense, Goiano retorna à sua posição de origem. ?Do atual elenco, ele é o jogador com maior poder de marcação para exercer essa função?, justificou Caio Júnior. Na zaga, Neguete reaparece para formar com Gustavo e Émerson o trio titular na conquista do título estadual. ?É uma simples substituição, diante da ausência do Edmilson?, afirmou o técnico paranista. ?A defesa está bem e nesse ponto estou tranqüilo. A preocupação é armar o setor ofensivo, que certamente vai se ressentir de um maior entrosamento?, disse.

Ainda mais se a ausência de Beto se confirmar. As opções para a composição do meio-de-campo são Serginho, Élton e Gérson, já que Sandro deve ficar mais alguns dias trabalhando a parte física e só deve voltar ao time no jogo da próxima quarta-feira, em Curitiba, contra o Figueirense. Já no ataque, Caio Júnior ainda não definiu se Leonardo inicia a partida ou se fica no banco de reservas. Tudo vai depender do rendimento do jogador nos treinos. Além de Leonardo, artilheiro da equipe na temporada, o treinador também tem como opção a volta de Zumbi, recuperado de lesão muscular.

Caio queria Mineiro na Copa

Nem o curitibano Alex (Fenerbahçe) nem o ala Júnior (São Paulo). Para o técnico Caio Júnior, o grande ?injustiçado? na convocação da seleção brasileira para o Mundial da Alemanha foi o volante Mineiro. ?Sabia que ele não seria chamado. Mas ele está jogando uma enormidade e é um jogador diferenciado?, disse o treinador do Paraná Clube. Caio acredita que a coerência foi o fator marcante da lista divulgada segunda-feira por Carlos Alberto Parreira.

?Discordo daqueles que criticam o Ricardinho. Ele fez um ótimo primeiro tempo contra a gente (no último domingo) e tinha mesmo que ir para a Copa. Ele é aquele meia que segura a bola e faz o time jogar?, disse Caio, que atuou ao lado do meia em 1997, vestindo a camisa do Paraná. Caio disse ainda que a convocação de Gilberto não o surpreendeu.

?Já tinha essa informação e ficou evidente que o Parreira chamou jogadores que foram observados na seleção ao longo das últimas temporadas?, comentou.

O capitão Beto também considerou ?coerente? a convocação de Parreira para a Copa do Mundo. ?Ele procurou chamar os atletas em quem confia e para o esquema de jogo que irá utilizar. Mais do que ninguém, ele sabe quem está bem, física e tecnicamente?, disse o volante tricolor. Beto gostaria de ver o meia Alex nessa Copa, mas admite que não é fácil escolher apenas 23 jogadores diante da gama de opções que o futebol brasileiro proporciona.

?Isso sempre vai gerar polêmica. Cada um tem sua preferência quanto ao estilo de jogo e a característica do atleta. O Parreira fez o melhor diante de suas convicções?, afirmou. ?Eu, por exemplo, levaria o Gomes e não o Júlio César. Também achei surpreendente a ausência do Roque Júnior?, exemplificou Beto, citando ainda o atacante Nilmar, do Corinthians. ?É um grande atacante. Mas é jovem e certamente vai estar na seleção na Copa de 2010.?

Quando o assunto é o favoritismo creditado ao Brasil, Caio Júnior e Beto têm visões parecidas. Para o técnico paranista, o favoritismo existe, mas há pelo menos oito seleções em condições de levantar a taça. ?Fosse um campeonato por pontos corridos, o Brasil estaria muito à frente dos demais. Mas trata-se de um torneio, onde um pênalti, um gol faz uma tremenda diferença?, afirmou Caio. Já o capitão paranista resumiu o assunto da seguinte forma: ?Futebol é emocionante porque nada é definido previamente. O grupo brasileiro é forte, mas o já ganhou não existe?.

Leonardo só pensa em voltar

Artilheiro do clube na temporada – com 11 gols, todos eles marcados no estadual – Leonardo diz estar animado com a possibilidade de voltar a vestir a camisa 9 no sábado. Afinal, já são trinta dias longe dos gramados e até mesmo dos treinos com os companheiros. Na semana passada, estava nos planos da comissão técnica, mas uma lesão na coxa fez com que voltasse ao departamento médico, onde passou as semanas anteriores tratando de uma luxação no ombro.

?Agora, acho que vai dar. Estou bem, mas, é claro, ainda fora da condição física ideal?, disse Leonardo. Essa questão é que vai ser avaliada pela comissão técnica entre hoje e amanhã. Caio Júnior acredita que a melhor estratégia seja o retorno gradativo do atacante, mesmo procedimento adotado com Maicosuel. ?É importante lembrar que agora temos rodadas intermediárias. Quero o Leonardo não só para um jogo, mas para a seqüência de cinco jogos?, disse o treinador.

No que depender de Leonardo, ele prefere começar jogando. ?Quem decide é o treinador. Mas, pela minha característica, preferia sair jogando. Não sou aquele atacante de velocidade para incendiar o jogo. Prefiro ir sentido a partida aos poucos?, analisou o atacante. Sabe que, no time ou no banco, terá que trabalhar sob pressão, motivada pela ausência de gols. ?É assim mesmo. Quando cheguei, também havia pressão, pois o Paraná precisava do título e historicamente sempre contou com grandes artilheiros, como Borges, Renaldo e Washington?, disse Leonardo.

Se não é um atacante de referência na área adversária, é do atual elenco o jogador que mais de aproxima desse perfil. ?Gosto de sair da área, pois é muito ruim ficar parado lá na frente, sem tocar na bola por vinte, trinta minutos?, afirmou. ?Mas tenho a vantagem de saber jogar de costas para os zagueiros, resultado da minha passagem pelo futsal, aos 17 anos, quando atuava como pivô?, lembrou Leonardo. Diante das muitas lesões, Caio Júnior pode até recuar Maicosuel para o meio-de-campo, lançando um ataque com Leonardo e Cristiano – ou ainda Zumbi – na busca pela reabilitação.

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