Beto pode ser a novidade do Paraná

Beto ou Sandro? O técnico Caio Júnior preferiu nem citar nomes e disse ter apenas uma dúvida para escalar o Paraná Clube, que faz amanhã – às 20h30, no Morumbi – mais um ?jogo de seis pontos? no Brasileirão. Em caso de vitória, o Tricolor paranaense fecha o primeiro turno na ponta da tabela, quebrando a banca das bolsas de apostas e derrubando as previsões de muitos ?videntes da bola?. Mesmo em evidência, jogadores e comissão técnica mantém um discurso de absoluta serenidade.

?Não me iludo com esse clima. Há muito campeonato pela frente e estar nas primeiras colocações só me motiva a trabalhar ainda mais?, comentou Caio Júnior. E o treinador terá mesmo que ?quebrar a cabeça? para escolher a melhor formação a partir desse momento. Com mais opções – a rigor, apenas Goiano e Cristiano estão lesionados – Caio terá a dura missão de selecionar titulares, sem ferir egos. ?É algo que sinceramente não me preocupa. Ainda mais nesse grupo, que é muito profissional?, disse.

Num passado recente, Caio Júnior precisou escolher entre Edmilson e Neguete. Um dos líderes do grupo, Neguete acatou a decisão sem mágoas. Continua sendo uma peça-chave, mesmo no banco, e no dia-a-dia e nos jogos atua diretamente na manutenção da coesão do elenco tricolor. Agora, com Pierre se firmando e Beto liberado pelo departamento médico – foram 24 dias de tratamento após uma lesão na região das costelas -, o técnico poderá alterar a dinâmica aplicada nos últimos jogos, onde armou o time com três jogadores essencialmente ofensivos (Sandro, Maicosuel e Leonardo).

?O Beto é, na minha visão, titular?, avisa Caio Júnior. Sandro, ao que tudo indica, será sacado do time para o jogo de amanhã. O treinador só não concorda com a tese de que assim seu time fica defensivo. ?Nem o Beto nem o Batista são volantes. São meias de articulação com bom poder de marcação?, lembrou. Caio Júnior garante que nem passa pela sua cabeça a idéia de armar uma retranca em São Paulo. ?Não é nosso estilo de jogo. Marcamos forte, sim, mas com saídas rápidas e bom toque de bola. A aposta de Caio é na velocidade e na troca de passes precisa de seus jogadores de frente, aproveitando as ótimas condições do gramado do Morumbi.

?O bom seria poder escalar esses catorze?, brincou o técnico, que no coletivo de ontem ?lotou? o campo com 28 atletas em campo. Caio Júnior explicou que optou por essa estratégia para evitar um desgaste maior do grupo. ?Nas últimas semanas, a terça-feira era o dia do treino regenerativo?, lembrou. Agora, a comissão técnica faz um trabalho de adaptação do grupo à nova realidade, com jogos a cada três dias, tempo de recuperação escasso e muitas viagens. Além do time utilizado na última partida, treinaram entre os titulares o zagueiro Neguete, o volante Beto e o meia-atacante Joelson.

Paraná chega de mansinho

O Paraná vem se mantendo há tempos nas primeiras colocações, mas ainda é visto com desconfiança pela mídia nacional. O jogo de amanhã pode mudar esse quadro. ?Há sete rodadas estão cantando a nossa queda e continuamos na ponta. De repente, muitos poderão queimar a língua?, disparou Leonardo. O atacante acredita que as críticas se devem à pouca tradição do clube nos grandes centros e ao desconhecimento de boa parte dos comentaristas.

?Aos poucos, estamos marcando nosso terreno?, disse Léo. Na mesma medida em que o Paraná se firma entre os primeiros colocados, as dificuldades aumentam. ?Os espaços estão cada vez menores. Estão nos marcando muito?, lembrou. Isso ocorreu nos três últimos jogos, coincidentemente, todos em casa, contra Vasco, Santos e São Caetano. ?No último jogo, foi terrível. O PC já nos conhecia do jogo frente ao Cruzeiro e prendeu seu time na defesa. Sorte que o Edmilson fez aquele gol?.

Para não ficar à mercê da sorte, Caio sabe que terá que buscar inovações. ?Frente ao São Paulo seremos marcados, mas não com tanta rigidez?, acredita Leonardo. ?E, num gramado em boas condições, poderemos imprimir mais velocidade e tabelas para tentar confundir os zagueiros?, completou.

Para o atacante, o Paraná pode surpreender o vice-campeão das Américas se ?marcar como time pequeno?, mas sem se deixar intimidar pelo poderio do adversário. Leonardo, após quatro jogos de ?jejum?, não vê a hora de voltar a marcar gols para entrar na briga pela artilharia do Brasileiro. ?Estou tranqüilo e sei que os gols virão ao natural?, disfarça.

Voltar ao topo