Barbieri tem clássico particular em Campinas

Com jeito de ?derby?. É assim que o técnico Luiz Carlos Barbieri encara o jogo desta tarde – às 16h, no Moisés Lucarelli -, frente à Ponte Preta. Com raízes na cidade de Campinas (e dez anos de sua vida profissional no Guarani), ele não esconde que o duelo tem para ele um sabor especial. Em meio à chegada de reforços, o treinador busca recolocar o Paraná Clube ?nos trilhos?, para manter vivo o sonho de classificação à Libertadores.

Barbieri completou duas semanas à frente do Tricolor. Neste período, duas derrotas que fizeram o clube completar um ?jejum? de cinco rodadas. ?Se manter no topo não é fácil. Gera um desgaste e o Paraná vive esse momento, assim como outras equipes deste Brasileiro. Ninguém consegue um equilíbrio total ao longo de 42 rodadas?, afirmou o treinador. Sua missão tem sido administrar essa queda. ?Frente ao Palmeiras, já houve evolução. Mas, precisamos mais.?

Se frente ao São Paulo (ainda na ?era? Lori Sandri) e Juventude o Paraná foi um time apático, isso, na visão do treinador não ocorreu contra o Palmeiras. ?No primeiro tempo, estávamos relativamente bem. Mas, na fase final, não encaixamos a marcação, tomamos um gol muito cedo e logo depois tivemos um atleta expulso?, analisou. ?Agora, temos que recuperar aquele equilíbrio que norteou a campanha da equipe ao longo de todo o primeiro turno.?

Barbieri sabe que receberá, em Campinas, muita pressão da torcida adversária. ?Já estou esperando aquele coro: Barbieri, v…?, brincou. Foram cinco anos como atleta do Guarani e outros cinco na condição de supervisor e treinador do maior rival da Ponte Preta. ?É uma vida. Por isso, sou taxado de bugrino. Já estive cotado para trabalhar na Ponte, mas esse rótulo foi um obstáculo intransponível. A rivalidade, em Campinas, é fora do comum.?

Em terreno inimigo, o treinador espera que finalmente o ?seu? Paraná desencante. A sustentação para o otimismo do técnico está no dia-a-dia do clube. ?Temos feito treinamentos muito bons. Está faltando colocar essa qualidade pra fora?, disse Barbieri. Os jogadores também acreditam nisso. Para o líbero Marcos, que volta ao time, a crise do Paraná é estritamente técnica.

?Fisicamente estamos muito bem. O plano tático não foi muito alterado, apesar da troca de treinadores. Então, precisamos é superar esse mau momento o quanto antes?, analisou o experiente zagueiro. Marcos lembra que o fator marcante na campanha do Paraná foi o nivelamento do grupo. ?Nossa força é o conjunto. Por isso, se dois ou três estão mal, a queda é inevitável. Precisamos reagir já.?

Para buscar essa guinada, o Paraná já terá ?caras novas? frente à Ponte. A chegada de reforços, pelo que se viu nos primeiros dias, foi bem aceita também pelos jogadores. ?Tínhamos limitações e isso foi corrigido. Agora, é embalar outra vez?, disparou o atacante Borges, que não vê a hora de pôr fim ao incômodo jejum de gols. O atacante, que chegou a liderar a artilharia do Brasileiro, não balança as redes desde o dia 3 de agosto.

Sandro pode ser a novidade

Barbieri preferiu não antecipar, mas a estréia do meia Sandro será a principal atração do Tricolor no jogo desta tarde. Bastaram poucos minutos no time principal – e um treino tático ontem pela manhã – para o jogador ganhar a preferência do treinador. ?Ainda vou conversar com o Thiago Neves?, despistou. Ele preferiu deixar a dúvida no ar, mas tudo conspira para que o primeiro dos seis reforços seja lançado no time já frente à Ponte Preta. Outra ?cara nova?, mas no banco de reservas, é o zagueiro Neguete, que ontem treinou por alguns minutos entre os titulares.

A queda abrupta do time – que pouco vem produzindo em termos ofensivos – está diretamente ligada à má fase de Thiago Neves. O meia reconhece que não vem fazendo bons jogos. ?Só que é um problema coletivo, todos caíram. Tenho que melhorar, senão a batata vai assar?, disse Thiago. ?Mas, sei o que esperam de mim e preciso começar tudo de novo, como no início do Brasileiro, quando acabei conquistando meu espaço?, disse. Só que este espaço, hoje, já começa a ser ocupado por Sandro.

Meia ?de explosão?, ele é um jogador – segundo informações e pelo que fez nos primeiros treinos – bastante ofensivo, que busca aproximação constante dos atacantes, para tabelas e finalizações. ?Essa é minha característica. Mas, sempre com responsabilidade, sem deixar espaços no meio-de-campo?, disse Sandro, ainda sem saber se seria escalado entre os titulares. O cuidado de Barbieri é justificável. O atacante André Dias ainda convive com uma tendinite e ontem foi poupado do apronto. Mas, será o companheiro de Borges no ataque, mesmo que não reúna condições para 90 minutos.

Torcida ainda não deu a resposta

A torcida paranista, ao que tudo indica, não encarou o ?desafio? do presidente José Carlos de Miranda. O dirigente disse que caso o público pagante de Paraná x Brasiliense (na próxima quarta-feira) supere a casa dos 10 mil, irá rever a decisão de mandar em Cascavel – em troca de uma cota de R$ 200 mil – o jogo frente ao Internacional. Até a tarde de ontem, menos de 5 mil ingressos haviam sido vendidos.

?A procura, nos últimos dias, foi inexpressiva?, confirmou o assessor de imprensa Ângelo Binder. ?Talvez com uma vitória sobre a Ponte, esse quadro se altere.? O mau tempo e a fase do time podem até ser fatores atenuantes, mas, o Paraná disponibilizou esta carga de dez mil ingressos (a R$ 10,00) em vários pontos da cidade (em todas as sedes do clube e nas farmácias Multifarma, patrocinadora do clube).

Estes ingressos promocionais estarão à venda até o dia do jogo, mas nas bilheterias do Pinheirão só estarão disponíveis os ingressos com preço normal:

R$ 15,00. Os dirigentes esperam uma resposta da galera nos próximos dias, já que há tempos o Tricolor não joga em casa. O último jogo no Pinheirão foi frente ao Vasco, no dia 21 de agosto. ?Iremos completar exatos trinta dias longe de Curitiba. Seria bom voltar com casa cheia, pois o Pinheirão é nosso alçapão. E os números mostram isso?, lembrou o zagueiro Marcos.

CAMPEONATO BRASILEIRO
26ª RODADA
SÚMULA
Local: Moisés Lucarelli (Campinas).
Horário: 16h.
Árbitro: Jamir Carlos Garcez (DF).
Assistentes: Marrubson Melo Freitas (DF) e Ênio Ferreira de Carvalho (DF).

PONTE PRETA x PARANÁ CLUBE

PONTE PRETA
Lauro; Luciano Baiano, Galeano, Preto e Bruno; Angelo, Éverton, Rafael Ueta, Élson e Danilo; Tico. Técnico: Estevam Soares.

PARANÁ
Darci; João Paulo, Marcos e Aderaldo; Neto, Rafael Muçamba, Mário César, Sandro (Thiago Neves) e Vicente; André Dias e Borges. Técnico: Luiz Carlos Barbieri.

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