Barbieri decide fazer mistério na escalação do time

O clima é do mais puro mistério. O técnico Luiz Carlos Barbieri foi evasivo em todas as indagações sobre a estratégia que pretende adotar no clássico. Na véspera de Halloween, o suspense nada tem a ver com o tradicional Dia das Bruxas. A postura do treinador está diretamente relacionada ao momento do Paraná Clube. Sob a pressão de três derrotas consecutivas, o tricolor tenta seguir como o melhor time paranaense no Brasileirão e, de quebra, se manter com chances matemáticas (mesmo que remotas) de terminar o ano entre os quatro primeiros colocados.

"Ficou difícil, mas não impossível. Então, é lutar com todas as forças em cada um dos jogos que nos restam", disse Luiz Carlos Barbieri. Com a volta de Aderaldo, Neguete e Pierre, liberados pelo departamento médico, o técnico ganhou opções para reorganizar o time no 3-5-2, após o frustrante tropeço diante do São Caetano. No jogo de sexta-feira, Barbieri tentou fixar – sem sucesso – Rafael Muçamba como um terceiro zagueiro, com a função de marcar individualmente o "capetinha" Edílson.

A tendência é que Aderaldo retorne ao setor, formando com Daniel Marques e Marcos o "paredão" que na maior parte da competição se manteve como a defesa menos vazada. Além de Aderaldo, o setor de marcação deve contar novamente com Pierre. O cabeça-de-área treinou normalmente ontem pela manhã, recuperado da lesão no quadril que sofrera frente ao Corinthians. Pierre foi relacionado para o jogo, assim como outros três volantes (Mário César, Rafael Muçamba e Beto).

As indefinições não se restringem à defesa – onde o treinador também manteve dúvida entre Edinho e Vicente, na ala esquerda. O Paraná pode adotar um estilo mais cauteloso, aplicado em vários jogos ao longo da temporada. Sem André Dias, ainda se recuperando de uma tendinite, Barbieri tem opções distintas para compor o ataque. Pode simplesmente efetivar Fernando Gaúcho – que teve atuação discreta contra o São Caetano e foi substituído no intervalo – ou partir para uma nova estratégia, com dois meias se revezando na aproximação a Borges.

Na prática, se escalar Sandro e Éder, o treinador adota o 3-6-1 para compactar o meio-de-campo. Essa dúvida está diretamente relacionada ao bom rendimento de Sandro. O meia vem sendo o "talismã" do clube, entrando no time nas etapas finais e mudando o panorama dos jogos. "Quero meu espaço. Estou trabalhando para ser titular", diz o jogador. Só que Sandro, quando atuou como segundo atacante (de costas para os zagueiros), não esteve bem. Isso ocorreu frente ao Atlético Mineiro, em Belo Horizonte.

Talvez por isso, Barbieri tenha apostado na "lei do silêncio". O treinador pode estar estudando uma outra alternativa, trocando Éder – que caiu de produção nas últimas partidas – por Sandro e mantendo Fernando Gaúcho no ataque, para não sobrecarregar Borges. "Mistério, mistério, mistério…", disfarçou Barbieri, não dando dica alguma do que pretende armar neste clássico.

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