Laços de família

Relação com Enderson pesou para a vinda de Walter

A forte ligação com o técnico Enderson Moreira foi o principal fator que trouxe o atacante Walter para o Atlético. Os dois já são velhos conhecidos de longa data. Trabalharam juntos nas categorias de base do Internacional e também no Goiás, em 2013, quando a dupla se destacou nacionalmente.

“O Enderson é o irmão mais velho do Walter. Ele cobra mesmo, não alivia, não passa a mão na cabeça”, afirmou o preparador físico Robson Gomes, hoje sem clube, mas que trabalhou com os dois no clube goiano.

No Furacão, Walter reencontrará também o auxiliar-técnico Luís Fernando Rosa Flores, que, segundo Gomes, no Goiás cumpria mais a função de “pai” do artilheiro, aliviando às vezes para não desmotivar, mas sempre tentando tirar o máximo do jogador de 25 anos.

“O Walter é muito inteligente, tem características como atacante que poucos jogadores têm. Seria um jogador para seleção brasileira caso se tornasse um atleta”, resumiu o preparador físico, admitindo a notória dificuldade de controle de peso do atacante. “Mas tem de seguir nessa busca pela melhor forma com equilíbrio, pois se ele perder muito peso pode perder força, o que seria muito prejudicial”, alertou.

No Goiás, Walter passou por uma orientação nutricional e também por uma reeducação alimentar. “Após algumas vitórias, os jogadores saíam algumas vezes para comemorar, comer uma pizza e tomar refrigerante. Ele não podia. Poucas vezes liberamos, dependendo do desempenho em campo, para motivá-lo”, admitiu Gomes.

Sem querer revelar o peso do atacante ou seu porcentual de gordura quando estava no Goiás, “por respeito ao atleta” e “para não criar uma barreira a mais”, o preparador avisou que a torcida atleticana deve ver Walter em campo um pouco além da sua forma física, pois só assim ele poderá atingir o ponto esperado de maior contratação até agora do Rubro-Negro. “Mesmo um pouco acima do peso, tem que pôr ele para jogar para que ele consiga atingir o ideal dele”, opinou.

“Tem de trabalhar a cabeça dele. Quanto menos puxar para o lado negativo, mais rápido é o ganho”, acrescentou, lembrando que o atacante é carente, vem de uma família humilde e chegou a ver o seu irmão ser assassinado no Recife quando era mais novo.

Sem ligação

O preparador físico saiu do Goiás no final do ano passado, após uma reformulação drástica na comissão técnica do clube esmeraldino, e atualmente vive uma “entressafra” na busca por um novo trabalho. Mesmo assim, diz acreditar ser pouco provável acertar com o Atlético, se juntando aos ex-companheiros, pois a comissão técnica do clube já está formada.