História não resolvida

Fluminense x Atlético é também Levir x Petraglia

Um dos mais curitibanos profissionais do futebol brasileiro, Levir Culpi decidiu não mais trabalhar no Trio de Ferro – e ele comandou os três times. Aconselha amigos da terra a não treinarem aqui, como fez com Gilson Kleina, que admitiu essa sugestão em entrevista ao Globo Esporte. E tudo por conta de um jogo. O fatídico Grêmio 3×3 Atlético, em Erechim, o jogo que minou as chances de título brasileiro do Furacão em 2004.

Nesta quarta-feira (20), às 21h45, Levir, hoje treinadoro do Fluminense, e Atlético se reencontram na decisão da Primeira Liga, nesta quarta-feira (20), Atlético e Levir Culpi. E se muitos no Furacão colocam no técnico a culpa daquele título não ter vindo, principalmente o presidente do Conselho Deliberativo, Mário Celso Petraglia, o “professor” fez de Curitiba um lugar apenas para viver. Para trabalhar, nunca mais.

Naquele 2004, o Atlético teve 25 vitórias, 11 empates e 10 derrotas em 46 partidas. Um time que marcou 93 gols, sendo 34 de Washington, o maior artilheiro da história do Brasileirão. E ainda estavam no Rubro-Negro craques como Jadson e Fernandinho, jogadores decisivos como Dagoberto e Denis Marques, eficientes como Fabiano e Marcão.

Ao término da disputa, entretanto, o caneco foi parar nas mãos do Santos, por diferença de só três pontos. E o Rubro-Negro viu ruir o sonho de vencer outra vez o Brasileiro. Título que em 30 anos de uma carreira vencedora, Levir jamais levantou. Nem o Atlético.

Dentre os motivos para o insucesso de 2004, marca na história dos dois finalistas da Primeira Liga, está o tal jogo de Erechim. O Rubro-Negro vencia por 3 a 1 até os 43 minutos da etapa final e os três pontos encaminhavam o título para a Baixada. Foi quando Baloy diminuiu para os gremistas, já rebaixados para a Segunda Divisão. E aos 46 minutos, Cláudio Pitbull deixou igual o placar do Colosso da Lagoa.

Para Petraglia, havia um culpado para o que aconteceu: Levir. O dirigente acusou-o de ter sido antiético. Segundo o cartola, o treinador o procurou para negociar a renovação do contrato no intervalo do duelo com o Tricolor gaúcho.

Levir nunca engoliu a insinuação. “Não foi um ataque referente ao futebol. Atacou a honra. Como cogitar que não quis ganhar um jogo? Quem não quer ser campeão brasileiro?”, declarou Culpi, em entrevista ao jornal Gazeta do Povo em 2014.

Dali por diante, o Atlético não chegou mais perto de um título brasileiro, Levir nem cogita trabalhar em Curitiba. E agora time e treinador se reencontram.

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