O jogo contra o Criciúma, hoje, às 19h30, não é só um detalhe. Pode encaminhar a classificação para as semifinais da Primeira Liga. Mas há tanta coisa no entorno da partida desta noite que deixou o confronto em segundo plano: a reabertura da Arena da Baixada, a reestreia de Walter, a primeira partida oficial no gramado sintético recém-implantado e provavelmente o recorde de público em jogos rubro-negros no estádio. No final das contas, hoje está sendo escrita uma nova página na história do Furacão.
E essa marca já é conquistada por causa da grama artificial. Não é o primeiro estádio brasileiro com esse sistema, mas é a maior das arenas a abdicar do gramado natural. Do jeito que estava realmente não dava. Ainda durante a Copa do Mundo as delegações estrangeiras reclamaram do piso do Joaquim Américo, mesmo com todo o investimento do Atlético – em parte financiado pela Fifa. Uma geringonça que substituía a luz natural foi usada para acelerar a recuperação, mas não adiantou. E aí veio o show de Rod Stewart e o gramado ficou destruído.
A partir daí, a ideia do ex-presidente Mário Celso Petraglia ganhou força. O clube estudou diversos materiais e chegou ao que foi instalado. O processo demorou cerca de três meses, a entrega atrasou uma semana, mas a mais moderna tecnologia em gramados sintéticos está fixada na Baixada. Segundo a nota oficial do Atlético, “a grama sintética instalada no estádio é produzida a partir de três matérias primas básicas, que são fios de polietileno, tela de polipropileno (ambos produzidos em Dubai) e látex líquido (produzido na Bélgica), seguindo os mais exigentes critérios de qualidade de padrão europeu”, entre outros detalhes técnicos.
Quem mais entende do assunto – os jogadores, que estiveram ontem fazendo o conhecimento do campo – aprovou. “É muito legal. Não tem falhas e defeitos. É como a grama normal, só que sem buraco e ondulações”, comentou o zagueiro Paulo André. “O Atlético mais uma vez acertou muito bem, inovou. Acredito que além do custo benefício para o Clube, tem a qualidade de jogo em um gramado perfeito, que é o mais importante”, completou o goleiro Weverton.
Tem mais
Além da grama sintética, outros fatores marcam a noite. Walter volta ao time, e com ele a expectativa de que o Atlético renda mais e chegue ao patamar de candidato ao título brasileiro, como prometeu o diretor Paulo Carneiro.
O atacante está muito mais magro e motivado para voltar aos gramados. E a torcida também está, tanto que se espera um público próximo de 40 mil pessoas (ou superior) no jogo contra o Tigre. Torcida que quer ver a Arena, quer ver como vai ser o jogo no gramado novo, quer ver a casa cheia, quer ver Walter. Mas quer, acima de tudo, que a noite marque a volta do Atlético vencedor.
Vitória pode valer a vaga
Uma vitória sobre o Criciúma, às 19h30, no Joaquim Américo, deixa o Atlético muito perto da classificação para as semifinais da Primeira Liga. Líder do grupo A com três pontos (mesma pontuação do Fluminense, que tem um jogo a mais e um gol a menos de saldo), o Furacão depende apenas dos próprios esforços para ser o campeão da chave ou mesmo se garantir como o melhor dos segundos colocados.
Só não se pode cravar a classificação rubro-negra com uma vitória hoje por conta da combinação de resultados. Isto porque, no grupo C, o Flamengo já tem seis pontos e América-MG e Figueirense também podem atingir essa pontuação. Mesmo assim, a chance de garantir a vaga é enorme, porque seria necessário apenas um empate contra o Cruzeiro na última rodada, dia 9 de março, para assegurar a primeira colocação.
Por isso, apesar de toda a festa provocada pela volta à Arena, a re,estreia de Walter, o estádio lotado e a grama sintética, o Atlético tenta blindar o grupo da empolgação da torcida. Até porque o Furacão vem de dois empates no Paranaense – contra J. Malucelli e Cascavel. E assim a tendência é de mudanças contra o Criciúma. A mais esperada delas, claro, é a entrada de Walter. Ele está garantido, entrando na vaga de André Lima.
O ataque deverá ter Sidcley como titular. Nikão ficará como opção e vai entrar no segundo tempo.
Cheiro de povo! Leia mais so Atlético na sempre polêmica coluna do Mafuz!