Pé torto

Ataque vem sendo a pedra no sapato do Atlético

André Lima é o artilheiro do Atlético na temporada, mas não marca há quase dois meses. Foto: Hugo Harada

Forte defensivamente, mas deixando muito a desejar no ataque, o Atlético luta, neste início de segundo turno do Campeonato Brasileiro, para conseguir atuações mais equilibradas na competição. O Furacão tem, atualmente, o terceiro pior rendimento ofensivo do certame com apenas 21 gols marcados em 22 partidas. Segundo o técnico Paulo Autuori, se fosse tão bom no ataque como é na defesa até agora, o Rubro-Negro poderia estar lutando pelo título do Brasileirão.

Por isso, o treinador atleticano, diante dessa insuficiência de gols até agora, considera boa a campanha realizada pelo time até aqui. Isso muito graças a boa postura da defesa, que é a melhor do torneio ao lado do Santos, com apenas 20 gols sofridos.

“Se for ver contra o Atlético-MG (derrota por 1×0, no Independência), tivemos inúmeras chances e não fizemos os gols. O que continuo a dizer é que tem que ser muito mais agudo e aí a equipe fazer a campanha que está fazendo com essa carência de gols é sinal que, definitivamente, nossa defesa tem se portado muito bem. Com essa dificuldade que é o Campeonato Brasileiro, se tivesse produzido ofensivamente proporcionalmente o que produzimos na defesa, estaríamos lutando pelo título neste momento”, cravou Autuori.

Depois de dar essa declaração, ontem de manhã, durante entrevista coletiva realizada no CT do Caju, Autuori voltou ao tema, afirmou que o Atlético não está disputando o título do Brasileirão e esclareceu que apenas fez um comparativo do desempenho defensivo e ofensivo do clube.

“Quero esclarecer uma coisa aqui. Não disse que nós estamos disputando o titulo. Estou respondendo a pergunta da questão colocada de não termos o número de gols suficientes e, se tivéssemos a mesma produtividade da defesa, estaríamos em uma posição lá em cima na tabela”, disparou o treinador.

Diante disso, Autuori ressaltou a necessidade da melhora ofensiva do Furacão no Brasileirão, mas frisou a dificuldade de encontrar o desempenho ideal do clube. “O ideal na vida não existe. O ‘se’ também não joga. Nossa realidade é essa. Hoje estamos no meio do caminho. Temos 50% de aproveitamento. Vamos continuar a trabalhar, tentar melhorar essa situação e é como eu já falo há muito tempo, temos que ser mais agudos e temos que ter mais eficácia na hora que as situações aparecerem”, acrescentou.

Apesar de importante, este tempo a mais de preparação para o duelo contra o Figueirense, amanhã, às 16h, no Orlando Scarpelli, não deve representar mudanças significativas na forma de atuar. O técnico atleticano aproveitou estes dias a mais para recuperar os jogadores e solidificar alguns conceitos com a equipe.

“Às vezes vejo que a equipe teve uma semana para trabalhar e não apresentou nada. Já que temos uma ideia de jogo clara e aproveitamos esses dias para recuperar os jogadores e solidificar alguns conceitos desse trabalho que fizemos ao longo dos dias que não jogamos. Essa é a ideia no Brasil, que jogadores e técnicos são mágicos (quando tem uma semana toda para trabalhar). Ao longo do ano são poucas as semanas livres para trabalhar e as pessoas acham que em uma semana você vai conseguir sair do zero e ir para o 100. Isso é impossível”, arrematou.