Atlético viajou, levando a camisa preta para a Bahia

Você é supersticioso? Pois o Atlético é, ou dá a entender que é. Disputando palmo a palmo o título do campeonato brasileiro, o Rubro-Negro paranaense não quer dar nenhuma brecha para o azar, se é que isso existe.

Pelo sim, pelo não, abaixo a camisa dourada! É, isso mesmo. No confronto de amanhã, contra o Vitória, o Furacão irá estrear seu uniforme número três. Para não ter que usar a “dourada”, o time entrará em campo com camisa toda preta e com calção e meia branca. Tudo em nome do título da competição.

Oficialmente, o clube prefere não se manifestar sobre o assunto. “Estamos levando todo o tipo de material que temos e lá a gente vê qual vai usar”, desconversou Luís Fernando Cordeiro, coordenador de futebol profissional. No entanto, o mordomo do clube, José Carlos dos Santos, confirmou a escolha da nova camisa, antes do embarque para Salvador. “O time vai de camisa preta, calção e meias brancas”, revelou.

O uso da nova camisa já vinha sendo estudado pela direção do clube. Para tanto, a primeira providência foi pedir autorização à CBF para o uso da vestimenta. Pelo regulamento do Nacional, o clube precisa indicar com antecedência a cor do uniforme que irá utilizar na competição. Como somente a camisa listrada em vermelho e preto e a dourada estavam “inscritas”, a entidade precisou autorizar o uso do novo uniforme do Atlético.

O motivo para utilizar o conjunto número três o clube não informa. “Se é superstição? A camisa dourada não ganhou nenhum jogo. Daí você tira as suas próprias conclusões”, rebate Toni Casagrande, diretor de comunicação. Mesmo assim, o jornalista, que cuida da imagem institucional do clube, garante que a camisa dourada não está sepultada. “É mais uma opção que o clube tem”, diz.

A camisa preta surgiu na comemoração dos 80 anos do Furacão e foi assumida como número três. Como a dourada não caiu no gosto dos torcedores e foi considerada “amaldiçoada” devido ao time ter perdido quatro vezes e empatado duas nas seis vezes que entrou em campo, a preta deverá ser adotada nas próximas partidas como a número dois de fato.

Diego completa cem jogos em Salvador

“Se eu tivesse que dar a vida pelo Atlético, eu daria dentro de campo.” Pode parecer mais uma frase feita de jogador de futebol, se não fosse pronunciada pelo goleiro Diego. Um dos jogadores do atual elenco a personificar a raça rubro-negra, ele tem motivos de sobra para entrar em campo amanhã e lutar por mais uma vitória. Ao pisar no gramado do Barradão, ele completará 100 jogos vestindo a camisa do Furacão. Um feito só ultrapassado no grupo pelos zagueiros Ígor e Rogério Correia e pelo atacante Dagoberto.

“Cem jogos é uma marca expressiva. É um sinal de que eu mantive uma regularidade aqui no Atlético. Eu fico muito feliz de estar fazendo parte de um pouquinho da história do clube”, vibra, antes do embarque para Salvador. Ele estreou no Rubro-Negro no dia 12 de fevereiro do ano passado, após ter sido contratado do Juventude. De lá para cá, só não atuou em uma partida porque teve seu nome envolvido no imbróglio do BID e foi substituído pelo reserva imediato Cléber.

Nas outras partidas, não teve para ninguém. O time é Diego e mais dez. “Eu estou vivendo um ano muito especial e espero que se torne mais especial ainda com a gente conseguindo o título do Campeonato Brasileiro”, diz.

Disposição para fazer a data especial não falta. Como ele mesmo disse no início da matéria, o goleiro encarnou o espírito rubro-negro e já pode ser considerado um torcedor dentro de campo. “Sou atleticano de coração e sempre deixei claro isso. Dentro de campo, procuro sempre dar o máximo porque é para isso que eu trabalho no dia-a-dia. Eu quero chegar nas partidas e ser o mais perfeito possível”, completa.

Equipe

Para não deixar o pique cair, o elenco rubro-negro já se reapresentou ontem pela manhã no CT do Caju, almoçou e seguiu viagem para Salvador. Hoje, o trabalho será retomado no CT do Fazendão (do Bahia) e o técnico Levir Culpi deverá definir os substitutos dos zagueiros Marinho e Ígor, que cumprirão suspensão automática. O zagueiro Marcão, o volante Alan Bahia e o meia William devem voltar à equipe. Assim, o time formaria com Diego; Bruno Lança, Fabiano e Marcão; Fernandinho, Alan Bahia, William, Jádson e Ivan; Dagoberto e Washington.

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