Atlético vence Paraná e segue com 100% de aproveitamento

Muito bem postado em campo e contando com a experiência de seus jogadores, o Atlético soube como inibir as investidas do entusiasmado Paraná Clube e obter a sua sexta vitória consecutiva no Estadual, por 2 a 1, mantendo o ótimo aproveitamento de 100% na competição. Ontem, na Arena da Baixada, o Rubro-Negro demonstrou ser um time equilibrado e que aos poucos vem conquistando a maturidade tão desejada pela comissão técnica e torcida, equilibrando uma defesa segura e um ataque decisivo. Na próxima rodada, o Furacão viaja a Cambé para enfrentar a Portuguesa e tentar manter a liderança do Campeonato Paranaense. Já o Paraná vai a Cascavel em busca da reabilitação, contra a Cobra.

O Tricolor começou bem a partida e não sentiu a pressão de jogar na Arena, apesar de o time ser formado por jovens valores. Foi pra cima e dominou as primeiras ações. Até os 15 minutos havia finalizado três vezes contra o gol de Vinícius, mas nenhuma com perigo. A forte marcação aplicada no meio-campo pelo Paraná não deixava espaço para os atleticanos tocarem a bola e fazia a diferença naquele momento da partida. Mas o Atlético tinha em campo o experiente Marcelo Ramos, artilheiro que está se especializando em marcar contra o Tricolor paranaense. Aos 17 minutos, ele teve sua primeira chance, que parou numa boa intervenção de Fabiano Heves. Mas na jogada seguinte, ele não perdoou. No cruzamento de Michel, pela esquerda, o camisa 9 se antecipou à zaga e cabeceou para o fundo das redes – 1 a 0. Foi o terceiro gol de Marcelo em dois jogos contra o Paraná.

Violência

Em desvantagem no placar, os jogadores da Vila começaram a dar botinada para todo lado e abusar das faltas. Em uma delas veio o castigo. Netinho bateu bem, a bola desviou na barreira e enganou o goleiro paranista, aos 28 do 1.º tempo. Com o 2 a 0 a seu favor, o Atlético dominou o jogo e passou a tocar a bola e explorar os erros do Paraná, que nessa altura não conseguia articular mais nenhuma jogada. Por isso mesmo se concentrou em se defender para não levar mais gols, o que determinaria o fim de uma possível reação.

Na saída para o intervalo, os tricolores foram unânimes em afirmar que era preciso corrigir os erros cometidos nos 45 minutos e voltar para tentar reverter a situação. Para isso, Saulo fez uma alteração e mudou o esquema tático de seu time, que passou a jogar no 4-4-2. A mudança deu maior posse de bola para os paranistas, mas o sistema defensivo atleticano ainda neutralizava as principais investidas. Com a entrada do rápido Everton, o time de Saulo se atirou ao ataque e passou a levar perigo. Em compensação, o contra-ataque adversário também era quase mortal. Aos 21 minutos, a jogada que poderia mudar o andamento da partida. Everton foi derrubado na área do Atlético e pediu pênalti. Mas Evandro Roman nada marcou.

Lá e cá

O jogo permaneceu interessante, com o Paraná buscando seu gol, meio que desordenado, e o Rubro-Negro tentando matar o adversário no contra-ataque. Destaque para o goleiro Fabiano Heves, que fez duas grandes defesas nas investidas de Marcelo Ramos. Já no apagar das luzes, Roman marca pênalti duvidoso para o Paraná, que é bem batido pelo volante Léo – 2 a 1. Sem tempo para mais nada, os rubro-negros comemoraram mais uma vitória na Baixada e os paranistas saíram reclamando do árbitro, lamentando uma melhor sorte.

Campeonato Paranaense

6.ª rodada – 1ª Fase

Atlético 2 x 1 Paraná

Local: Estádio Joaquim Américo, Arena da Baixada, em Curitiba

Atlético: Vinícius, Rhodolfo, Antônio Carlos e Danilo; Jancarlos (Nei aos 46? do 2º), Valencia, Claiton, Netinho (Alan Bahia aos 40? do 2.º)e Michel; Ferreira e Marcelo Ramos (Pedro Oldoni aos 47? do 2.º). Técnico: Ney Franco.

Paraná: Fabiano Heves, Leonardo Dagostini, Nem (André Luiz no intervalo) e Luiz Henrique; Vandinho, Jumar (Daniel Cruz aos 36? do 2º), Leo, Cristian e Wellington (Everton aos 14? do 2.º); Jeferson e Giuliano. Técnico: Saulo de Freitas.

Árbitro: Evandro Rogério Roman

Assistentes: Gilson Bento Coutinho e Ivan Carlos Bohn.

Gols: Marcelo Ramos aos 17? e Netinho (A) aos 28?do 1.º tempo; Leo(P) – pênalti – aos 48? do 2.º tempo.

Cartões amarelos: Nei, Leonardo Dagostini, Léo (P); Antônio Carlos (A)

Renda: R$ 301.635,00

Público pagante: 13.889

Público total: 15.156

Marcelo Ramos confirma vocação e marca de novo contra o Paraná Clube

Ciciro Back
Atacante é abraçado por Netinho e Ferreira.

Marcelo Ramos foi decisivo contra o Cascavel, na semana passada, e voltou a brilhar no clássico contra o Paraná. A volta do artilheiro ao time titular do Atlético – ele não atuava desde o início do Estadual, devido a uma lesão -foi, inclusive, destacada pelo Paraná-Online na edição de ontem, demonstrando que a atuação do camisa 9 poderia definir a favor do Rubro-Negro. E o matador não decepcionou. Na segunda oportunidade que teve, ainda no 1.º tempo, deixou sua marca. Demonstrando saber os atalhos da área, Marcelo esperou o cruzamento feito por Michel e se antecipou ao lateral Wellington, para cabecear e marcar seu terceiro gol no campeonato. Contra a Cobra, ele anotou duas vezes.

Marcelo parece ter sorte contra o Tricolor da Vila. Ele fez seu primeiro gol com a camisa rubro-negra exatamente no clássico contra o Paraná, válido pelo Brasileirão de 2007. Naquela ocasião, o matador assinalou os dois tentos da vitória por 2 a 1 e alcançou a fantástica marca de 400 gols na carreira. No retorno à equipe titular, agora em 2008, o reencontro com o Paraná. E mais uma vez ele balançou as redes. Segundo o artilheiro, marcar em clássicos é bom porque o jogador fica de bem com todo mundo e, principalmente, porque o camisa 9 tem como obrigação fazer gols.

O Paraná-Online, na véspera do jogo, Marcelo confirmou que tem a intenção de ser o artilheiro do campeonato estadual e fazer história no Atlético. ?Na minha concepção, camisa 9 tem que fazer gols?, disse o experiente atleta. Após a vitória sobre o Paraná, declarou: ?Em clássicos tem que ser decisivo. E o Atlético foi?.

Ney Franco espanta euforia: ?Temos muito a melhorar?

Ciciro Back
Claiton vai pra galera depois do clássico: Furacão é 100%.

O Atlético tem um começo de temporada irretocável. Em seis jogos conquistou seis vitórias. Nesse retrospecto estão os triunfos sobre os dois principais rivais – Coritiba e Paraná. Mesmo diante de tanta badalação, o treinador Ney Franco alerta que esse é apenas o começo da temporada e que o time tem muito a melhorar. ?Os resultados aumentam a auto-estima dos jogadores, mas o Atlético não está pronto. Temos muito a evoluir?, comentou.

Sobre o confronto diante do Paraná, Franco disse que gostou da postura tática de seu time, tanto que as substituições foram feitas somente no final do jogo e para dar uma esfriada no adversário. ?Acho que a equipe esteve equilibrada. No 2.º tempo o Paraná cresceu mas nosso sistema defensivo foi bem. E, no contra-ataque, goleiro do Paraná se destacou?, avaliou.

No planejamento da comissão técnica do rubro-negro está a classificação à 2.ª fase do estadual antes da estréia na Copa do Brasil, no final de fevereiro. Assim, o jogo da próxima 4.ª-feira, contra a Portuguesa, é a oportunidade que o time tem para abrir ainda mais a vantagem sobre os adversários e dar um grande passo rumo à classificação. ?Temos que vencer para manter o 100% de aproveitamento. Mas tem que atuar com seriedade?, afirmou Franco. Para o jogo em Cambé, o zagueiro Antônio Carlos desfalcará a equipe, pois recebeu o terceiro cartão amarelo.

Saulo elogia jogadores e reclama da arbitragem

Allan Costa Pinto
Everton foi puxado e derrubado na área, mas Roman não deu nada.

Foi só Evandro Roman apitar o fim do jogo para ser cercado por jogadores e comissão técnica do Paraná Clube. De acordo com o técnico Saulo de Freitas, o árbitro deixou de marcar um pênalti a favor de seu time, cometido por Jancarlos em Everton. ?Corri para o árbitro e, com todo respeito, disse que carrinho por trás, dentro da área, é pênalti?, contestou o treinador paranista. Caso fosse marcada e convertida a infração, o panorama da partida poderia ter mudado, porque naquele momento (20 minutos do 2.º tempo) o Furacão vencia por 2 a 0.

Para o Tigre, sua equipe melhorou na etapa final, mas não teve a tranqüilidade suficiente para buscar o resultado. ?As substituições foram feitas no tempo certo e pressionaram o Atlético. Faltou tranqüilidade. Mas meus jogadores estão de parabéns porque não faltou vontade?, declarou.

Saulo fez questão de elogiar a entrada do garoto Everton e a atuação do jovem Giuliano, que não pode ser ?queimado?. Mesmo com os elogios, o técnico ressaltou a necessidade da equipe contratar atacantes rápidos.

Os jogadores paranistas também elogiaram a postura do time e prestigiaram o trabalho que vem sendo desenvolvido por Saulo. Para eles a derrota veio nos próprios erros cometidos ainda no 1.º tempo. ?Agora é trabalhar e pensar no próximo jogo. Vamos ver nossos erros, tentar consertá-los para reverter essa situação?, disse Fabiano Heves.

Responsável pela articulação do Paraná, o meia Cristian acredita que falta uma seqüência de vitórias para que o time ganhe mais confiança. ?Não podemos mais perder pontos. Fazemos uma campanha irregular, mas temos tempo para crescer um pouco mais?, afirmou. Segundo ele, esse crescimento da equipe virá, pois o grupo está junto há menos de um mês.

Com o resultado, o Tricolor caiu para a 10.ª colocação, com apenas 6 pontos em igual número de jogos.

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