Atlético tropeça diante do Volta Redonda

As nuvens negras não aliviam e continuam sobrevoando as cercanias da Baixada. Pela terceira vez seguida, o Atlético perdeu por 2 a 1, desta vez para o Volta Redonda, ontem à noite, no Estádio da Cidadania, agora pela Copa do Brasil. Com esse resultado, o Rubro-Negro precisa de uma vitória simples ou por dois gols de diferença no jogo de volta para seguir em frente na competição. As duas equipes voltam a se encontrar na Arena, dia 5 de abril, e quem passar vai enfrentar o vencedor do confronto entre Grêmio e 15 de Novembro, de Campo Bom (RS).

Assentada a poeira da desclassificação no Campeonato Paranaense, esquecida a série de demissões nas comissões técnica e médica, e com o técnico Givanildo de Oliveira devidamente apresentado e observando tudo da arquibancada, o Atlético foi outro. Ainda não aquele que a torcida gosta de ver. Mas, para quem estava juntando os cacos, o time se portou bem no primeiro tempo. Como Copa do Brasil é diferente, o Rubro-Negro entrou cauteloso, mordedor, mas preso demais no início. Tão preso que permitiu a chegada com perigo dos comandados de Dário Lourenço.

Principalmente através das jogadas de Sérgio Manoel, o maestro do time. E foi dele que saiu o gol dos fluminenses. Após cobrança de falta da direita, Danilo raspou de cabeça e tirou o goleiro Cléber do lance. Mesmo perdendo, o time não se abalou e foi para cima buscar o empate, que saiu dos pés de Erandir, num petardo de fora da área. Foi a deixa para desconfiar que a defesa do Voltaço era frágil e era preciso arriscar mais.

Só faltou avisar o meia Evandro. Depois de fazer três faltas feias na etapa inicial e levar um cartão amarelo, ele voltou do mesmo jeito para o segundo tempo e puxou Hamílton pela camisa. Resultado? Vermelho, com dois minutos de jogo. Com um a mais em campo, o Volta Redonda voltou à carga e começou a pressionar. Para azar do goleiro Cléber, que teve de se desdobrar para fechar o gol. Quase conseguiu.

Depois de Cadu, Sérgio Manoel e André Norat tentarem e pararem no arqueiro rubro-negro, Dário resolveu arriscar tudo e colocar mais gente na frente. Do outro lado, Leandro fortaleceu a meiúca, mas faltou ataque, porque Rodrigão cansou e William entrou no lugar dele para correr e segurar a bola na frente sem grande eficiência. No entanto, o nervosismo começou voltou à tona e só deu o time da casa, que chegou ao gol através de Orlando, depois de cruzamento perfeito de Márcio Gabriel.

?Dos males, o menor?, diz Niehues

?Há derrotas e derrotas.? Esse foi o resumo da análise do técnico interino Leandro Niehues da derrota do Atlético para o Volta Redonda por 2 a 1. Para ele, o time se portou muito bem no primeiro tempo, mas não conseguiu suportar a pressão com um jogador a menos e acabou sucumbindo. No entanto, ele garante que a equipe, a partir de hoje sob o comando de Givanildo de Oliveira, tem tudo para reverter a situação e conseguir a classificação no segundo jogo do confronto.

?Na primeira etapa, tivemos um jogo totalmente igual, com eles impondo uma pressão, mas nós conseguimos equilibrar o jogo rapidamente onde alternava as oportunidades?, apontou Leandro. De acordo com o treinador, o time estava bem, passou confiança, mas a expulsão de Evandro acabou mudando tudo. ?Daí em diante (com um a menos), jogar com um a menos dificultou bastante?, lamentou o profissional, que volta a comandar os juniores. Givanildo terá duas semanas para trabalhar e moldar o time. Como a partida de volta está programada para o dia 5 de abril, jogos-treinos e até amistosos deverão ser marcados.

COPA DO BRASIL
2.ª Fase – Jogo de ida
Local: Estádio da Cidadania (Volta Redonda)
Árbitro: Cléver Assunção Gonçalves (MG)
Assistentes: Marco Antônio Martins (MG) e Helberth Costa Andrade (MG)
Gol: Sérgio Manoel aos 29 e Erandir aos 35 do 1.º tempo; Márcio Gabriel aos 35 do 2.º tempo
Cartão amarelo: Cadu, Bruno Lança, Hamílton, Léo, Alex, Elbinho
Expulsão: Evandro
Renda: não divulgado
Público: não divulgado

Volta Redonda 2 x 1 Atlético

Volta Redonda
Adriano; Márcio Gabriel, Aílson, André e Hamílton; Léo (Elbinho), Cadu, Amaral e Sérgio Manoel; Túlio e André Norat (Orlando). Técnico: Dário Lourenço

Atlético
Cléber; Paulo André, Alex e Danilo; Jancarlos, Erandir, Bruno Lança, Evandro e Moreno (Fabrício); Ferreira (Pedro Oldoni) e Rodrigão (William). Técnico: Leandro Niehues

Joelho ?pifa?. De novo

Julio Tarnowski Jr

Não era o presente que Dagoberto, 23 anos, gostaria de ganhar. Mas ontem, no seu aniversário, o atacante do Atlético recebeu uma má notícia: os resultados da ressonância magnética realizada no joelho esquerdo apontaram uma lesão no menisco. Novos exames serão feitos segunda-feira, desta vez em São Paulo, no Hospital do Coração, ?Achamos melhor buscar uma nova avaliação sobre o caso. A orientação inicial era para uma cirurgia?, disse ontem o chefe do departamento médico do Atlético, Paulo Broffman, que acredita que ?a recuperação do jogador deve demorar de quatro a cinco semanas?.

O craque será submetido ao especialista Renê Jorge Abdala, que é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho e recentemente tratou das contusões do goleiro Rogério Ceni e do atacante Grafite (Le Mans – França). Chateado e sem atender ao telefone, Dagoberto ficou em Curitiba. Não foi a Volta Redonda, onde ontem o Atlético enfrentou o time da cidade pela Copa do Brasil. Dago se manifestou através de nota, emitida pela Massa Sports, empresa que gerência sua carreira.

Segundo a nota, ?a lesão do atacante Dagoberto, do Atlético, sofrida na segunda partida das quartas-de-final do Campeonato Estadual, na derrota (2 a 1) para a Adap, foi mais grave do que se esperava. O jogador, que ficou surpreso com reação de parte da torcida por ter sido vaiado, sofreu uma pancada no joelho esquerdo e lesionou o menisco?, diz a nota. O atacante deixou o campo aos 13 minutos do 2.º tempo, sentido dores no joelho.

?Fiquei sabendo da leve lesão e da necessidade da cirurgia. É uma coisa simples. O que mais me deixa triste é a violência. Estou apanhando demais, e já não é de hoje?, reclamou Dagoberto, que assinala ainda que o atacante disputou neste ano oito partidas e marcou quatro gols.

Histórico

A principal preocupação com a contusão de Dagoberto diz respeito ao problema ocorrido em 2004, quando no jogo contra o Paraná, também na Baixada, pelo Brasileirão, o atacante rompeu os ligamentos do joelho esquerdo. Depois de exames feitos em Campinas (SP), à revelia de Edilson Thiele, chefe do departamento médico do Atlético na época, o atacante foi levado para os Estados Unidos, onde se submeteu a uma cirurgia realizada pelo médico Freddie Fu.

Após nove meses, voltou a jogar, em julho do ano passado, num Atletiba, mas sentiu novamente e ficou mais quatro meses no estaleiro. Quando retornou aos gramados, não conseguiu manter uma seqüência de jogos, sofrendo com distensões musculares. Em 2005, o atacante marcou apenas um gol, das oito partidas em que conseguiu participar. Em 2004, antes da contusão, Dagoberto havia marcado 13 gols. Em 2003, 12 gols. Na temporada de 2002, o atacante balançou as redes adversárias em 14 oportunidades.

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