Atlético revive 2002 e esbarra no Malutrom

O Atlético voltou a repetir seus piores momentos do ano passado ao empatar melancolicamente com a modesta equipe do Malutrom em 0 a 0, ontem, no Couto Pereira. Numa noite em que o Rubro-Negro poderia ratificar a condição de forte candidato ao tetra, o time não se encontrou em campo e quase pôs tudo a perder com duas expulsões desnecessárias. Agora, o Atlético se prepara para enfrentar o Francisco Beltrão, domingo, no Sudoeste do Estado.

O amplo favoritismo era do Furacão, mas o Malita não tomou nem conhecimento. Foi para cima desde o início, testando o goleiro Cléber algumas vezes. Do outro lado, a equipe de Heriberto da Cunha aceitou o domínio de bola do adversário e pouco perigo levou ao gol de Rodrigão.

Em ritmo de amistoso, mas com muitas faltas, quem mais trabalhou foi o árbitro Maurício Batista dos Santos. Distribuiu cartões para todos os lados e foi obrigado a expulsar o zagueiro Fábio Souza, no final do primeiro tempo, devido às seguidas infrações. O lateral-esquerdo improvisado, Fabrício, ainda chegou próximo de abrir o marcador numa cobrança de falta bem defendida pelo goleiro do Malutrom.

Na segunda etapa, o ritmo não mudou nada. Mesmo com um jogador a mais, o técnico atleticano manteve a mesma formação, enquanto Luciano Gusso mexeu em sua equipe para segurar a partida. Deu certo. O Atlético, nervoso, perdeu a cabeça e a vantagem de um jogador a mais. Numa disputa na lateral, o volante Douglas Silva fez falta por trás e tomou o segundo cartão amarelo.

Com a nova igualdade numérica, o panorama não mudou muito. As jogadas de área eram esporádicas e os goleiros pouco participaram do jogo. O desinteresse era tão grande que o meia Rodrigo, ao ser substituído, resolveu se despir em pleno gramado. O árbitro flagrou a atitude antidesportiva, mandou o reserva William voltar para o banco e mostrou o cartão vermelho para o capitão Cocito, ressaltando a punição do displicente meia.

Em desvantagem numérica, o Atlético tratou de se defender e segurar o empate. No entanto, o meia Adriano quase coroou mais uma boa atuação com um gol, mas o zagueiro Hernandes salvou a bola em cima da linha. Na seq üência, foi a vez de o Malutrom colocar uma bola na trave e colocar em risco o gol de Cléber. Mas foi só. E, como não poderia deixar de ser, a torcida atleticana não perdoou e vaiou mais uma vez a saída do time.

Rodrigo fora do Atlético

O meia Rodrigo encerrou seus dias de jogador no Atlético. De promessa e provável sucessor de Kléberson, ele será afastado do grupo e não vestirá mais a camisa rubro-negra. Esta será a punição por ter sido expulso na partida de ontem contra o Malutrom. Além da péssima atuação, o atleta não respeitou o técnico Heriberto da Cunha ao ser substituído, o xingou e tirou a camisa ainda dentro de campo. Pela atitude, levou o cartão vermelho e queimou a alteração que o treinador iria fazer.

Nos vestiários, o clima era o pior possível. Ninguém confirmou, mas a discussão entre jogadores, comissão técnica e dirigentes foi grande e, por pouco, não houve agressão. “A atitude que o Rodrigo teve foi uma atitude de moleque, irresponsável. Em momento algum ele se preocupou com o clube e com os jogadores. Ele acha que é o maior jogador do mundo e falta muito ainda para ele chegar a ser um bom jogador”, disparou Heriberto.

A punição do jogador foi tomada pelo treinador ainda na saída de campo e logo acatada pela diretoria. “(O jogador) está fora”, se limitou a dizer o presidente do clube, Mário Celso Petraglia, que não quis conceder entrevistas. No jogo-treino do clube diante do Iraty, o dirigente já havia rifado o zagueiro Altair, depois de o mesmo ter soqueado uma bola na própria área e concedido um pênalti para o adversário.

Punição

Quem também não escapou de um puxão de orelhas (mais brando, é claro) foi o volante Douglas Silva. Apesar de ter sido alertado pelo treinador, o jogador insistiu nas jogadas bruscas e acabou sendo expulso. “Falei com ele para tomar cuidado porque ele já tinha um cartão amarelo. Pedi a ele para não dar carrinho e para jogar o seu futebol e, no primeiro carrinho que ele deu, foi expulso”, esbravejou Heriberto. Pelo vermelho, Douglas Silva terá um bom desconto em seu próximo contracheque.

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