Pra ficar perfeito

Atlético quer evitar problemas constatados em outros jogos-teste

A três dias do primeiro evento-teste da Arena da Baixada, o Atlético tem alguns desafios pela frente para que problemas que foram vistos nos jogos-teste das outras sedes da Copa do Mundo não aconteçam no palco paranaense, escolhido para abrigar quatro partidas do Mundial. Foi definido que os dois acessos do público, que terá o direito de acompanhar o jogo (sócios sorteados, operários da obra e convidados) entre o time principal do Furacão e o J. Malucelli vão acontecer pela Getúlio Vargas e pela Brasílio Itiberê. Somente dentro do estádio é que os espectadores serão dirigidos para os seus lugares por funcionários do Atlético.

Entretanto, os gestores da obra correm contra o tempo para concluir as obras dos dois acessos, já que as duas entradas ainda apresentam aspecto de canteiro de obras, com alguns entulhos em meio à construção.

Nos jogos-teste realizados nas outras sedes da Copa do Mundo, um dos principais problemas foi justamente com a organização e falta de informação quanto aos acessos do público. Os organismos de segurança ainda não definiram como será feito esquema de segurança no dia da partida e se as ruas próximas ao Joaquim Américo serão bloqueadas horas antes do jogo até o final do evento. A divulgação será feita hoje pela Polícia Militar.

Por se tratar de um público restrito para apenas 10 mil pessoas, problemas com filas não devem ser registrados, uma vez que pouco mais de 5 mil sócios sorteados só terão acesso ao estádio portando seu smart card. O restante do público será formado por representantes dos poderes estadual e municipal, por operários da obra e por conselheiros do Rubro-Negro.

Na Arena Beira-Rio, em Porto Alegre, no mês passado, o Internacional realizou um evento-teste parecido com o que o Atlético vai fazer no sábado, para apenas 10 mil espectadores. Na oportunidade, logo que os portões foram abertos, cerca de duas horas antes da partida contra o Caxias, pelo Campeonato Gaúcho, o acesso dos sócios do Colorado aconteceu de maneira tranquila. Houve confusão somente quando o horário da partida se aproximou, com a aglomeração de pessoas e principalmente com a falta de informação e de orientadores.

A favor do evento teste da Arena da Baixada está o fato de a partida contar com apenas uma torcida, já que ainda não é possível realizar a separação com a torcida visitante pela falta do acabamento de todos os acessos do estádio atleticano. Na Arena das Dunas, em Natal, por exemplo, quando foi liberada 55% da capacidade do estádio, o acesso das torcidas precisou ser bem sinalizado, uma vez que foi realizada rodada dupla do campeonato local com jogos do América-RN e do ABC-RN. Em Brasília, o jogo-teste do Mané Garrincha foi entre Brasiliense e Brasília, pela final do Campeonato Candango. Sérios problemas nos acessos ao estádio foram constatados, principalmente nas vias próximas ao local, quando o trânsito ficou comprometido.

Além dos problemas com o acesso, durante os eventos-teste dos outros palcos da Copa do Mundo foram constatados problemas com a iluminação de banheiros e nas áreas de deslocamento dos estádios, falta de lanchonetes, de água nos sanitários e de sinalização adequada para os torcedores. Para o jogo-teste da Arena da Baixada, o desafio também é de limpar o estádio a tempo. Por isso, uma força tarefa está sendo feita desde o início da semana para que os 10 mil privilegiados saiam com uma boa impressão do novo caldeirão atleticano.

Imprensa

Até segunda ordem o jogo-teste entre Atlético e J. Malucelli, na Arena, deverá ser o primeiro dentre os outros palcos do Mundial que não contará com a presença da imprensa. O comitê gestor, que está tocando as obras de remodelação da Arena da Baixada junto com a CAP S/A, tentou intervir para ,que os jornalistas tivessem acesso ao estádio, mas ao que tudo indica, a tentativa não foi bem sucedida. O clube, através de nota, afirmou que não há estrutura necessária para abrigar a imprensa na partida. “O pessoal do comitê gestor local tentou intervir. A gente pode pedir, mas da nossa parte não tem o que fazer. É um evento privado e a decisão é do Atlético”, contou o coordenador-geral para assuntos da Copa do Mundo do Estado, Mário Celso Cunha.