Atlético não vê benefício em jogar com estádio vazio

O Atlético terá um adversário a menos amanhã, em Caxias do Sul, onde busca a reabilitação no Campeonato Brasileiro diante do Grêmio. Punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o time gaúcho estará afastado de sua torcida, já que a partida será realizada com os portões do Estádio Centenário fechados.

Teoricamente, a ausência do torcedor facilita as coisas para o Furacão, já que a força das arquibancadas tem sido uma das armas do adversário. O tricolor gaúcho tem a segunda maior média de público deste Brasileirão, com mais de 21 mil torcedores por jogo. Porém, no CT do Caju o discurso é de indiferença em relação a essa suposta vantagem.

?Embora teoricamente seja um benefício, isso é muito relativo. Se você jogar mal, não importa que o estádio esteja cheio ou vazio. Se é dentro de Porto Alegre ou não. Vai depender do comportamento do nosso grupo?, acredita o técnico Vadão.

Os jogadores rubro-negros também não se empolgam com a possibilidade de jogar no estádio vazio. ?Acho que independente da torcida, são duas equipes que estão buscando a vitória. Temos esse benefício, mas não adianta nada se a gente não jogar bem?, diz André Rocha, que vai substituir Jancarlos na ala direita.

Os números justificam a cautela atleticana. Desde o ano passado, quando o STJD começou a aplicar esse tipo de punição aos clubes com torcedores baderneiros, 22 jogos já foram disputados com os portões fechados na Série A. E mesmo sem contar com a força da torcida, os clubes mandantes conquistaram 12 vitórias, contra cinco empates e apenas cinco triunfos dos visitantes, supostamente beneficiados.

O Atlético é um dos times que mais atuou em estádios vazios, com um retrospecto nada positivo. Foram quatro partidas e nenhuma vitória conquistada. No ano passado, o Furacão foi obrigado a enfrentar Figueirense e Fortaleza, no Couto Pereira, e não saiu de dois sonolentos 0 a 0. Depois, enfrentou o Palmeiras, no Pacaembu, e empatou em 1 a 1. Este ano, contra o Santos, o Rubro-Negro foi derrotado por 2 a 0, em Mogi Mirim.

Novo xerife na área

O Atlético vai ganhar uma nova liderança a partir do jogo de amanhã, contra o Grêmio. O zagueiro César faz sua estréia com a camisa rubro-negra e promete trazer de volta ao grupo a velha garra atleticana. É o que espera a torcida, que desde a saída de Marcão sente falta de um jogador que assuma dentro de campo o espírito do ?time da raça?.

Com toda a experiência de uma vasta carreira no Brasil e no exterior, César aparenta ser o homem certo. E ele não tem receio de assumir essa responsabilidade. ?A vivência que eu já tenho dentro do futebol vai ajudar bastante. A comunicação encurta o caminho para a gente conseguir uma melhora. Então temos que por para fora, não guardar nada, sem se poupar?, afirma o novo xerife da zaga rubro-negra, que assume a vaga aberta pela suspensão do capitão Danilo.

É assim, com muita conversa e cobrança, que César espera que o time consiga corrigir os erros que têm levado o Furacão a maus resultados. ?As vezes você sabe o que tem que fazer, mas tarda a reagir. Então, tendo um empurrão, um grito do companheiro, um incentivo, você faz com mais esperteza, mais rápido?, acredita.

O mesmo espera o técnico Vadão. ?Ele é um jogador experiente, que fala bastante, e tem tudo para ser o grande organizador dentro de campo. É um grande reforço nesse sentido?, diz o treinador.

Vadão confirmou ontem o time que vai em busca da reabilitação no Brasileirão. Além de César, a novidade em relação à equipe que foi derrotada pelo Corinthians, no último sábado, é André Rocha. Ele ganhou a disputa com Carlos Alberto e entra no lugar de Jancarlos, expulso contra o Timão. Já a ala esquerda continua a cargo de Ivan, com Michel esperando por uma chance no banco de reservas.

Arena da Baixada deve ser o primeiro estádio a receber financiamento do BNDES

Cristian Toledo

Curitiba está oficialmente na rota da Copa do Mundo de 2014. Em entrevista na sede do Clube Curitibano, durante o lançamento da Copa Mercosul de Natação, o ministro do Esporte, Orlando Silva, afirmou que a Arena da Baixada deve ser o primeiro estádio a ser beneficiado por créditos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A conclusão do estádio do Atlético está na pauta do governo federal para a realização do mundial daqui a oito anos.

As conversas da diretoria rubro-negra com o banco estatal começaram em julho, e o ministro participou do início das negociações. ?Conversei com o Demian Fiocca (presidente do BNDES) e sugeri a ele a criação de uma linha de financiamento para reformas e construções de arenas multiuso para a realização da Copa de 2014. E o primeiro clube a abraçar esta idéia foi o Atlético?, contou Orlando Silva.

Segundo o ministro do Esporte, as pretensões do Furacão são plenamente realizáveis. ?Recebemos um plano de negócios sustentável, conhecemos o perfil de gestão da diretoria e acreditamos que é possível fazer este financiamento. Até porque a Arena da Baixada é o estádio mais próximo das exigências da Fifa para a realização de uma Copa do Mundo?, comenta.

A autorização da linha de crédito, segundo Orlando Silva, não depende do ministério.

?O plano do Atlético está com a diretoria de prioridades do BNDES, e está sendo analisado. Vocês (jornalistas) sabem que não é fácil receber financiamento de um banco?, brincou o ministro, que reiterou a chance real de ajuda estatal para a conclusão da Baixada.

?O estádio do Atlético será o primeiro a ser beneficiado por este plano visando a Copa?, resumiu.

Teste

Para o ministro, a realização dos Jogos Pan-Americanos do ano que vem, no Rio, será um grande teste para o Brasil; pensando na Copa de 2014 e nas Olimpíadas de 2016, o Comitê Olímpico Brasileiro vai incluir o Rio como um dos candidatos a sediar o evento. ?Hoje temos uma convergência de idéias entre as correntes políticas e o setor esportivo. Todos reconhecem a importância de competições deste porte no País, principalmente a possibilidade de desenvolvimento econômico que elas trazem?, disse.

Para Orlando Silva, é possível entregar todas as obras do Pan a tempo. ?Em alguns locais, como a Vila Militar de Deodoro, nossa intenção é antecipar o cronograma?, afirmou o ministro, que reconheceu o aumento dos gastos. ?Nós não tínhamos a noção de investimentos que eram necessários para um evento deste nível?, completou. Segundo o ministério do Esporte, o Pan vai ?custar? (entre gastos estatais e privados) cerca de um bilhão de dólares, R$ 2,5 bilhões.

Estatuto

O ministro foi econômico ao comentar possíveis alterações no Estatuto do Torcedor – semana passada, a comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados aprovou a responsabilidade criminal de torcedores violentos, além de transformar cambismo em crime. ?Eu sou a favor.

E cabe ao ministério cumprir a lei?, disse Silva. O projeto segue agora para a Comissão de Constituição e Justiça.

Parque Aquático do Pan

No lançamento da Copa Mercosul, o presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes, anunciou o investimento do governo federal para a conclusão do Parque Aquático do Pan, que fica no Autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá. Serão R$ 60 milhões para acelerar uma das obras mais atrasadas dos Jogos Pan-Americanos.

?Eu quis aproveitar o meu encontro com o ministro Orlando Silva para falar isso, dar um furo para os jornalistas?, afirmou Coaracy, em seu estilo efusivo. O dirigente também confirmou a realização do Mundial Júnior (a primeira edição do evento), que acontece em setembro, no Rio de Janeiro. ?Vamos mostrar para o mundo o parque aquático do Maracanã (Júlio Delamare) completamente renovado. Serão 76 países participando da competição, que é organizada pela CBDA em parceria com a Federação Internacional de Natação. É o maior número de países envolvidos em uma competição realizada no Brasil?, festejou o presidente.

Ele também aproveitou para elogiar a natação do Paraná. ?Lembro de um período em que metade da seleção brasileira era formada por atletas do Clube Golfinho e do Curitibano.

O Paraná é o estado com maior potencial de formação de atletas de alto nível. Por isso eu festejo torneios como esse, que são de primeira grandeza no cenário nacional, trazendo 700 atletas da América do Sul a Curitiba?, comentou, falando sobre a Copa Mercosul.

Tricolor

O dirigente também confirmou para hoje uma reunião com o presidente do Paraná Clube, José Carlos de Miranda – o tricolor tem planos de montar uma estrutura de natação. ?Esta presença dos clubes de futebol é fundamental, só nos ajuda?, afirmou Coaracy Nunes.

?No Brasil, o futebol é como uma religião. O futebol tem que concorrer com a Igreja Universal?, completou.

Copa

Ontem foi o primeiro dia da Copa Mercosul, no Clube Curitibano. Hoje, acontecem provas pela manhã (com início às 9h) e à tarde (16h30). Amanhã, as finais estão marcadas para as 9h e 15h30.

O evento acontece no parque aquático do Curitibano, com entrada pela Avenida República Argentina, no bairro Água Verde.

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