Atlético está atrás dos dólares americanos

Na corrida para oferecer seu estádio à Copa de 2014, o Atlético amplia os horizontes em busca de crédito para a conclusão da Baixada. O clube é o único do Brasil que já iniciou entendimentos dentro e fora do país tentando obter financiamento para reforma de sua praça esportiva.

Na semana passada, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, disse em Curitiba que a Baixada deve ser o primeiro estádio com reforma e ampliação financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Antes disso, Mário Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, já havia discutido com representantes do banco a abertura de uma linha de financiamento de R$ 51 milhões para a conclusão da Baixada.

Até agora, o Furacão foi o único a clube a negociar com a instituição, ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O BNDES informou, por meio de sua assessoria, que ainda avalia se o pedido de financiamento enquadra-se nas políticas operacionais da entidade.

Enquanto espera resposta do banco brasileiro, o Rubro-Negro tenta um ?plano B? no exterior. Na quinta-feira, Petraglia e o diretor de marketing atleticano, Mauro Holzmann, embarcaram para Washington em busca de financiamento do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ambos sediados na capital norte-americana.

Ainda não há resposta sobre o pleito atleticano. O problema é que tanto o BID quanto o Banco Mundial costumam demorar muito para aprovar liberações de crédito – às vezes, dois ou três anos. Além disso, o financiamento em moeda estrangeira é sujeito à variação de câmbio e estas instituições têm listas de prioridades ligadas a vários países.

Já o BNDES, embora tenha certa autonomia, está atrelado aos interesses nacionais e é mais ágil. O banco, que tem tradição em financiar a grandes empresas e projetos de infra-estrutura do poder Executivo, acaba de lançar uma linha específica para o financiamento de empresas de médio porte.

Uma vez obtida a verba, o Atlético depende da solução de outra pendenga para iniciar as obras de conclusão da Baixada. A Prefeitura de Curitiba ainda não liberou o funcionamento da nova sede do Expoente, localizado em zona residencial. O colégio cogita não deixar a sede atual se a Lei de Zoneamento não for alterada.

Além da má fase, tem tabu na vida do Atlético

Necessitando urgentemente de uma vitória, o Atlético não poderia ter encontrado adversário pior pela frente.

O Furacão embarcou ontem rumo a Florianópolis, onde amanhã enfrenta o Figueirense, time contra o qual tem o pior retrospecto entre os que disputam o Brasileirão.

Ao longo da história, o Rubro-Negro enfrentou o atual campeão catarinense 11 vezes e conseguiu apenas uma vitória. Em 2002, pela extinta Copa Sul-Minas, o Atlético foi a Floripa e fez 2 a 0 sobre os donos da casa.

Pelo Campeonato Brasileiro, o Figueira é uma autêntica ?asa negra? para o time paranaense. O primeiro encontro aconteceu em 1978, no Estádio Orlando Scarpelli, e terminou com o placar de 1 a 1. As duas equipes voltaram a jogar no mesmo ano, no Couto Pereira, para apenas 72 pagantes, o menor público da história do Atlético na primeira divisão nacional. E novamente ficaram no empate em 1 a 1.

A partir daí, o Furacão do Estreito sempre soprou mais forte que o da Baixada, conquistando cinco vitórias e empatando em outras três oportunidades. Em 2004, o Figueira foi impiedoso, vencendo por 3 a 0 em plena Arena.

Preocupado com a condição atual do Atlético, que está em 17.º lugar e ocupa a zona de rebaixamento, o técnico Vadão não quer nem ouvir falar nesse retrospecto. ?Não estamos nem pensando em tabu. Nossa necessidade é tão grande que isso é o que menos importa. Precisamos de uma vitória, indiferente de qualquer coisa?, afirma o comandante rubro-negro.

O Atlético vai para o jogo com uma formação bem diferente da que vinha atuando nas últimas partidas. Serão pelo menos quatro mudanças em relação ao time que perdeu para o Grêmio, na última rodada.

O técnico Vadão só confirma a equipe momentos antes do jogo. Ele conta com os retornos do zagueiro Danilo e do lateral-direito Jancarlos, que cumpriram suspensão em Caxias do Sul. Mesmo julgado pela terceira expulsão no campeonato, o lateral foi absolvido ontem pelo STJD e recuperarou a posição, no lugar de André Rocha. Danilo deve ganhar o lugar de Alex e formar o trio de zaga pela primeira vez ao lado de César e João Leonardo.

Outra alteração praticamente certa é a volta do meia Fabrício ao time titular. Ele vai substituir Dagoberto, expulso contra o tricolor gaúcho. Assim, o colombiano Ferreira será deslocado para o ataque, ao lado de Dênis Marques.

Outra novidade no meio-campo é Marcelo Silva. Ele ganhou a posição de Cristian e volta ao time após dois jogos afastado. E pelo menos no que diz respeito a Marcelo, o tabu está a favor do Atlético. ?Precisamos somar pontos para melhorar nossa situação no campeonato. Vamos lutar para alcançar esse objetivo e, ao mesmo tempo, quebrar esse tabu?, finaliza o volante rubro-negro.

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