Pisando na bola

Atlético e Poder Público ainda não chegaram a um consenso sobre verbas

A passagem da Copa do Mundo por Curitiba continua ameaçada. O motivo são as obras na Arena da Baixada e os recursos para financiá-las. Se em 2010 os títulos de potencial construtivo surgiram como uma solução para levantar o dinheiro que bancasse a readequação do estádio, atualmente os papéis já não são suficientes. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) passou a exigir garantias concretas, sobre as quais governo estadual, prefeitura de Curitiba e Atlético não conseguem chegar a um acordo. O poder público diz já ter feito tudo o que estava ao seu alcance e o clube procura ter mais benefícios do Estado e do município.

Esse foi o cenário que o Paraná Online viu com exclusividade, ontem cedo, ao acompanhar uma reunião ocorrida no 4.º andar do Palácio das Araucárias, onde fica a secretaria do Planejamento, e cujos protagonistas foram o secretário do planejamento Cássio Taniguchi e o presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia. Também participaram do encontro o secretário para Assuntos da Copa, Mário Celso Cunha, e o diretor geral da Secretaria da Fazenda, Amauri Escudero, além de Heraldo Neves, Cláudio Shigueoka e Samuel Suss, todos da Agência de Fomento do Paraná S.A.

A reunião durou das 11h15 até o meio-dia e foi provocada por uma série de novas exigências pedidas pelo BNDES. Os documentos foram encaminhados à Agência de Fomento, que intermedia a solicitação de empréstimo, e repassados a Petraglia. O banco, através de um ofício, quer esclarecimentos por parte do Atlético sobre as garantias que o clube tem a oferecer, além do potencial construtivo. Sem fornecer dados suficientes, Petraglia deixou o encontro ironizando a situação. “Sem novidades. Nunca tenho novidades”, disse, ao se questionado pela reportagem.

As questões que competem ao clube responder estão se arrastando e o BNDES mantém o processo da subsede Curitiba parado. É a única das 12 cidades escolhidas para sediar jogos da Copa, cuja solicitação de empréstimo está no estágio de carta consulta, feita ainda no início do segundo semestre do ano passado. Até que o clube responda e dê todas as garantias exigidas, o banco não vai oficializar o financiamento. O valor total do empréstimo é de R$ 176 milhões. A saída seria empenhar o CT do Caju como garantia, indo contra a postura que Mário Celso Petraglia deixou registrada em ata, na assembleia do conselho deliberativo do clube, no dia 25 de julho de 2011, quando disse aos conselheiros do Furacão que o patrimônio do clube não seria colocado em risco.

Na próxima semana, Petraglia e o secretário Mário Celso Cunha devem tentar um encontro pessoal com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para conseguir destravar o processo. “Vamos tentar encontrar o Coutinho em São Paulo ou no Rio, para conversarmos diretamente com ele”, contou Cunha. O problema é que o tempo trabalha contra o Atlético. Até junho, a Fifa ainda tem poder para vetar subsedes que não estejam com o cronograma de obras em dia, como é o caso da Arena da Baixada.