Atlético começa a definir escalação hoje

O técnico Mário Sérgio começa efetivamente hoje a montar a equipe do Atlético para voltar a jogar pelo campeonato brasileiro com uma certeza e algumas dúvidas. O esquema com quatro zagueiros em linha está totalmente descartado enquanto o substituto de Rogério Correia e o companheiro de ataque de Alex Mineiro serão definidos apenas com os treinamentos da semana. Após a interrupção de uma semana na competição para a seleção poder estrear pelas eliminatórias sul-americanas, e que foi utilizada pelo clube para apurar a parte física, o treinador coloca o time para treinar tecnicamente de olho na partida contra o Cruzeiro, às 16 horas de sábado, na Arena.

Após lançar a idéia de radicalizar o esquema tático e colocar o time à Milan (com quatro zagueiros em linha) Mário Sérgio vai apostar no consagrado 3-5-2. “A experiência mostrou que os quatro zagueiros não se saíram bem e, por isso, esse sistema está descartado”, revelou a Tribuna o treinador. Assim, o Rubro-Negro deve manter a mesma base que perdeu para o Criciúma na última rodada.

As mudanças ficam por conta da suspensão de Rogério Correia pelo terceiro cartão amarelo, pela volta quase certa de Luciano Santos ao meio-de-campo e no ataque, devido à contusões de Ilan e Dagoberto. Para a defesa, as opções são Tiago, Juliano (que atuou como volante contra os catarinenses, mas deve perder essa posição devido a volta de Luciano) e Alessandro Lopes, que corre por fora e parece ter a simpatia do técnico. “Eu preciso de um jogador que saia mais, não fique muito parado e tenho ótimas informações sobre o Alessandro Lopes”, destacou.

No ataque, o problema é simplesmente médico. Das três estrelas do elenco (Alex Mineiro, Ilan e Dagoberto), apenas o primeiro está “inteiro”. Tanto Ilan quanto Dagoberto ainda se recuperam de lesões e podem não atuar contra o Cruzeiro. “A tendência é que dois, dos três, joguem. Eu ainda vou esperar pela ressonância (magnética) feita no púbis do Ilan e o Dagoberto ainda está sentindo um pouquinho. Por isso, eles só vão se estiverem totalmente recuperados. Prefiro eles inteiros do que perdê-los para o resto da temporada”, apontou.

Pela manhã, o grupo ainda treina com o preparador físico Flávio de Oliveira. Como a delegação atleticana teve que ir a São Paulo pegar um visto de entrada nos Estados Unidos, a segunda-feira acabou sendo perdida e esse trabalho deve colocar os jogadores na melhor forma novamente. À tarde, Mário Sérgio comanda os trabalhos técnicos na preparação para pegar o Cruzeiro.

Uma ação contra o Estatuto

O Atlético resolveu seguir o caminho do Santos e de mais nove equipes da Série B e pegou carona na ação direta de inconstitucionalidade n.º 2.937 que questiona 29 artigos do Estatuto do Torcedor. A intenção do Rubro-Negro é se precaver contra o artigo que prevê responsabilidade para seus dirigentes em caso de prejuízos causados a torcedor dentro do estádio ou em seu entorno. A ação foi proposta pelo Partido Progressista (PP), que está servindo de “laranja” para clubes contrários à nova lei.

Além do Furacão e do Peixe, participam da ação América, Avaí, Caxias, Ceará, Mogi Mirim, Santa Cruz, São Raimundo, União São João e Vila Nova. Segundo apurou a Tribuna, o Atlético apresentou petição para ingressar na ação na quinta-feira da semana passada e estaria contra somente o artigo 19 da Lei 10.671/03 (Estatuto da Defesa do Torcedor).

De acordo com este artigo, “as entidades responsáveis pela organização da competição, bem como seus dirigentes respondem solidariamente com as entidades de que trata o artigo 15 (este artigo define que o clube mandante também é responsável) e seus dirigentes, independentemente da existência de culpa, pelos prejuízos causados a torcedor que decorram de falhas de segurança nos estádios ou da inobservância do disposto neste capítulo”. Isso significa que o clube deve, entre outras, contratar seguros contra acidentes pessoais, disponibilizar um médico, dois enfermeiros e uma ambulância para cada dez mil torcedores presentes à partida.

A reportagem tentou um contato com o presidente Mário Celso Petraglia para saber os motivos dessa decisão, mas a assessoria de imprensa do clube informou que o dirigente é o único que pode falar a respeito e que está em viagem particular à Europa com volta prevista apenas para o dia 20 deste mês. Antes do início do campeonato brasileiro, a maior parte dos clubes da Série A (inclusive o Rubro-Negro) ensaiou um enfrentamento com o governo devido ao Estatuto, com possibilidade de paralisação do campeonato, mas voltou atrás depois de uma reunião com o ministro dos Esportes, Agnelo Queiroz, e da possibilidade de um contra-ataque com devassa nas contas desses clubes.

Voltar ao topo