Atlético cai de quatro na Arena, mas se classifica

O impossível aconteceu e o Atlético se classificou. Não, o time não fez uma bela partida e venceu o Independiente Medellín. Muito pelo contrário. Fez um jogo bisonho e apanhou dos colombianos por 4 a 0, ontem, na Kyocera Arena. Mas, o sobrenatural de almeida ajudou o Furacão e Devaca fez o gol que Lima, Aloísio, Maciel e companhia não tiveram competência para fazer. Em pleno Pascual Guerrero, em Cali, o Libertad venceu o América e ajudou o time da Baixada a passar para a próxima fase.

Era jogo de Libertadores, pegado, truncado, mas muito bem jogado. Se as jogadas mais agudas demoraram a surgir, não faltou movimentação e muita disputa. Após uma cobrança de falta de Fabrício, foram os colombianos quem levaram mais perigo. A artilharia do Medellín entrou em ação com Alvarez e Jaramillo, que obrigaram o goleiro Diego a espalmar bola para todos os lados. O susto inicial mexeu com os ânimos rubro-negros.

O atacante Aloísio pediu mais apoio das arquibancadas e foi atendido. Tão atendido que até o ala-esquerdo Marín entrou na partida para fazer a melhor apresentação desde que foi contratado pelo Furacão. Merecia até ter aberto o placar. Ganhou uma bola na raça dentro da área, deu chapéu num adversário, mas chutou fraco na conclusão e facilitou a vida de Velandia. Mesmo assim, continuou lutando e colocou uma bola preciosa na cabeça de Aloísio, que mandou rente à trave.

O que parecia a redenção atleticana depois de três fiascos no Campeonato Brasileiro virou um filme pastelão. O time simplesmente degringolou. Talvez, a saída de Aloísio tenha contribuído para isso, após sofrer uma entrada criminosa de López. Mesmo assim, a fragilidade da defesa se mostrou novamente predominante para mais uma derrota. O atacante Valoyes começou a jogar e tocou o horror. Fez dois e poderia ter feito mais.

A torcida protestou, chamou a equipe de ?timinho?, pediu mais contratações e mostrou dinheiro para os jogadores. Nada disso resolveu e o Medellín ampliou com Serna, lançado livre, e Montoya cobrando um pênalti ?mandraque? marcado pelo árbitro argentino. Não bastasse o sofrimento por mais um vexame, a torcida ainda ficou nas arquibancadas esperando pelo fim da partida em Cali para ir para casa com um prêmio de consolação: o segundo lugar no grupo 1 e a classificação para as oitavas-de-final.

Edinho joga a toalha e não sabe se continua no Atlético

O técnico Edinho Nazareth não sabe se amanhece hoje ainda como técnico do Atlético. Abatido com o vexame para o Independiente Medellín, o treinador revelou ontem que alertou à diretoria da fragilidade do elenco e deverá se reunir novamente com os dirigentes para definir seu futuro e do clube na seqüência da Copa Libertadores da América. De certo mesmo é que mudanças acontecerão e jogadores deverão começar a ser dispensados.

?Eu estou aqui para fazer um trabalho e se a diretoria entender que a situação está muito difícil, como foi feita a avaliação anteriormente, e quiser continuar o trabalho a gente continua. Se eu ficar no cargo e continuar perdendo e sabendo dessa avaliação e da maneira que está eu não posso fazer nada?, desabafou Edinho. Apesar de toda diplomacia, ele assumiu que o elenco é fraco. ?Foi feita uma avaliação e a situação, até o momento, é difícil. Jogadores, nós temos. Tem o Fernandinho, tem o Evandro, tem o Dagoberto, tem o Alan Bahia e outros que estão machucados. Mas, precisa trazer um ou outro jogador?, apontou.

Para piorar a situação, o atacante Aloísio sofreu uma contusão muito grave, numa entrada maldosa de López, e deve ficar um mês afastado. O meia Fernandinho continua machucado, o atacante Dagoberto só volta em julho, Evandro não consegue curar o púbis e assim vai. Como opções para inscrever no torneio internacional para as oitavas-de-final o clube tem os meias Rodrigo e Leandro e os alas Etto e Beto, mas, somente três podem ser trocados na relação dos 25.

Vexame histórico

A goleada por 4 a 0 sofrida diante do Independiente Medellín foi a maior sofrida pelo Atlético jogando em casa pela Libertadores. Antes do jogo de ontem, o Rubro-Negro havia sofrido apenas uma derrota na Kyocera Arena, em 2002, por 2 a 1, para o Bolívar, da Bolívia. Nas outras partidas disputadas em casa, pela competição, foram sete vitórias e um empate.

COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA
2.ª Fase – Grupo 1 – 6.ª Rodada
Local: Kyocera Arena
Árbitro: Sergio Pezzotta (Fifa-ARG)
Assistentes: Francisco Rocchio (Fifa-ARG) e Ricardo Casas (Fifa-ARG)
Gol: Valoyes aos 18 e 28, Serna aos 37 e Montoya aos 41 do 2.º tempo
Cartão amarelo: Ramos, Cocito, López, Morantes, Fabrício, André Rocha
Renda: R$ 190.493,00
Público pagante: 10.902
Público total: 12.943

Atlético 0 x 4 Independiente Medellín

Atlético
Diego; Baloy (Evandro), Danilo e Marcão; Jancarlos (André Rocha), Cocito, Ticão, Fabrício e Marín; Lima e Aloísio (Maciel). Técnico: Edinho Nazareth

Independiente Medellín
González; Ramos, Velandia, López e Benítez; Torres, Jaramillo, Montoya e Morantes (Giraldo); Alvarez (Serna) e Valoyes (Castrillón). Técnico: Pedro Sarmiento

Voltar ao topo