Atlético apronta planejamento de 2007

O Atlético definiu na última sexta-feira os detalhes do planejamento da temporada 2007. Uma reunião entre o técnico Vadão e o presidente Mário Celso Petraglia confirmou o que já era esperado por todos: as disputas do Brasileirão e da Copa do Brasil serão as prioridades do clube no ano que vem. O time disputará ainda o Paranaense e a Sul-Americana no próximo ano, além da Copa Paraná, no 2.º semestre.

O estadual servirá como laboratório para o Rubro-Negro. O clube entrará na disputa com um time B, formado por jogadores que serão observados pela comissão técnica. O Ventania será composto por atletas que estão subindo da equipe de juniores e que retornam à Baixada após o encerramento de seus empréstimos a outra equipes.

A intenção é dar aos titulares a possibilidade de uma pré-temporada mais longa. ?Se fosse para começar já no dia 14 de janeiro, teríamos menos de uma semana para preparar o time?, diz Vadão, que critica o calendário do futebol brasileiro. ?Em todo o mundo, existe a previsão de pelo menos 15 dias de pré-temporada. Aqui mal há espaço para dar aos atletas seus 30 dias de férias?, afirma.

Vadão ficará totalmente concentrado na preparação do time titular, que estréia no dia 21 de fevereiro na Copa do Brasil, contra o Coxim (MS). Para comandar o time que disputará o estadual, o Atlético está trazendo o técnico Ivo Secchi, que deixou o Paranavaí.

Comissão técnica é trunfo pra 2007

O objetivo é ter no próximo ano um desempenho bem superior ao conquistado em 2006. Na Copa do Brasil, o time foi eliminado pelo Volta Redonda na 2.ª fase. No Brasileiro, ficou em 13.º lugar, uma das piores companhas desde que voltou a disputar a Série A, em 1996. Só em 98 (16.º) e em 2002 (14.º) o clube havia tido desempenho pior.

A manutenção da comissão técnica é apontada como um trunfo do Atlético. A última vez que o clube manteve o técnico ao final de uma temporada foi de 2003 para 2004. Com a permanência de Mário Sérgio, o time iniciou o ano com tranqüilidade e obteve um ótimo desempenho, com o vice nacional.

Cléber fez uma boa temporada no Atlético

Carlos Manoel, especial para a Tribuna do Paraná

Foto: Valquir Aureliano
Goleiro, quetem contrato até 2009, foi responsável pelos principais resultados do Furacão neste ano. Em 2005, ajudou a trazer o Santa Cruz para a 1.ª Divisão.

O tempo é o senhor da razão! Esta frase pode exemplificar de forma exata a situação do goleiro Cléber no Atlético. Revelado nas categorias de base do clube, Mexerica, apelido que recebeu dos companheiros naquela época, precisou de anos, muitas defesas e salvar várias vezes o Rubro-Negro de derrotas para provar o seu verdadeiro valor e qualidade à diretoria atleticana.

Promovido a profissional em 2002, era o segundo suplente, atrás do titular Flávio e do reserva Adriano Bastos. Em 5 de outubro daquele ano, contra o Goiás pelo Brasileirão, o garoto de Palmital, interior do Estado, debutou como profissional num verdadeiro teste de fogo. Com Flávio machucado, Mexerica seguiu para Goiânia como reserva de Bastos. Condição que mudou no café da manhã do dia do jogo, após Adriano ter uma crise de pedra no rim.

Em campo, sob sol e chuva, garantiu o empate sem gol. Confronto que ficou marcado como inesquecível, na ainda curta, mas promissora, carreira do goleiro.

No início de 2003, com a – até hoje, inexplicável – dispensa de Flávio, que, diga-se de passagem, foi responsável direto pela boa fase do Paraná Clube e a sua classificação para a Pré-Libertadores, Cléber, que tem como ídolo Taffarel, deveria assumir o posto de titular.

Apesar de afirmação de Ricardo Pinto, ex-goleiro, ídolo da torcida atleticana e, na época, preparador de goleiros do Clube, de que o Atlético estava muito bem servido de goleiros, Cléber e Tiago Cardoso, atual reserva, a diretoria não deu ouvidos e contratou Diego.

Antes da estréia do goleiro gaúcho, no dia 8 de fevereiro, na 5.ª rodada do Estadual, diante do rival Coritiba, Mexerica foi o titular, tendo o recém-contratado como um espectador de luxo do banco de reservas. Após a despedida, restou a Cléber amargar a reserva por mais dois anos, com raras oportunidades de atuar.

No início de 2005, foi emprestado ao Santa Cruz, que na época disputava a Série B. Quem acompanhou a Segundona do ano passado, sabe que Mexerica foi um dos responsáveis pelo retorno do clube de Recife à elite do Brasileirão.

De volta ao Atlético no início desta temporada, Cléber ainda precisou passar por um rodízio de goleiros no Paranaense, implantado pelo alemão Lothar Mathäus. Meses depois, para terminar toda a trajetória de obstáculos, ainda teve a ?concorrência? de um quarentão meio colombiano, meio argentino, com um cabelo estilo Chitãozinho&Xororó. Cléber ganhou a ?queda-de-braço? com o gringo que ?queria ser o titular?.

Não é exagero afirmar que a permanência do Rubro-Negro na Série A, e ainda a boa campanha na Sul-Americana, se deveu diretamente pelas defesas e segurança de Cléber.

Com uma equipe razoável, Mexerica não se cansou de realizar defesas difíceis e garantir empates, vitórias e pontos ao Atlético.

Assim, os Rubro-Negros deveriam agradecer a Cléber. Os companheiros pelos bichos – premiação em dinheiro dada em caso de empate ou vitória -, a diretoria as gordas cotas das competições e a torcida, pelas suas boas apresentações neste ano.

Mas, o principal agradecimento e reconhecimento deve ser a lição de que, muitas vezes, a melhor solução está dentro de casa.

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