Atlético aposta em um goleiro feito em casa

A temporada de 2006 vai marcar a ascensão de uma nova geração de goleiros no Atlético. A saída de Diego, que ontem assinou com o Fluminense, abre espaço para quatro jovens revelações: Cléber, Tiago Cardoso, Vinícius e Andrey.

A briga pela camisa 1 deve ficar entre Cléber e Tiago Cardoso. Além de acirrada, a disputa será histórica.

Tradicionalmente, o Atlético sempre contou com grandes goleiros. Muitos deles são lembrados até hoje. O maior de todos dá seu nome ao Centro de Treinamentos Alfredo Gottardi, ou simplesmente CT do Caju. Mas apesar de toda a tradição, já há cinco décadas um atleta formado nas categorias de base do clube não se firma como titular no gol.

O último foi Ivan, que brilhou no time principal entre 51 e 53. Depois dele, muitos outros tiveram passagem marcante pelo Furacão, como Gil, Altevir, Roberto Costa, Marolla, Ricardo Pinto, Flávio e o próprio Diego, todos contratados como reforços.

Em 2006, a história será diferente. Tanto Cléber quanto Tiago vieram para Atlético ainda como juniores. Cléber chegou em 2000, após ser titular do Sorec de Cascavel, com apenas 17 anos. Reserva de Flávio, esperava receber uma chance como titular após a saída do Pantera, no final de 2002. Mas o Atlético contratou Diego junto ao Juventude e Cléber ficou mesmo no banco. Para ganhar experiência e ritmo de jogo, no início de 2005 foi emprestado ao Santa Cruz.

Em Pernambuco, virou ídolo da torcida, além de ter sido escolhido como o melhor goleiro da Série B do Campeonato Brasileiro.

A diretoria do Santa queria sua permanência para 2006, mas com a saída de Diego, o Atlético decidiu repatriá-lo. ?Espero ter a oportunidade de ser titular, que não tive em 2003. Estava muito bem no Santa Cruz e quero mostrar que posso fazer o mesmo pelo Atlético?, diz Cléber.

Quando Cléber foi emprestado, quem assumiu a reserva imediata de Diego foi Tiago Cardoso. Contratado pelo Furacão em 2001, com apenas 16 anos, ele ainda passou pelo Grêmio Maringá, onde foi um dos destaques da Série C nacional, em 2002. Começou a ficar conhecido pela torcida no final de 2003, quando fez parte do time campeão da Copa Sesquicentenário.

Mas sua grande chance apareceu em 2005, quando teve diversas oportunidades de substituir Diego, inclusive na Libertadores. Agora, Tiago tem a expectativa de ser titular em 2006, mas garante que não há problemas em disputar a posição com Cléber. ?Eu trabalho sempre pensando em ser titular, mas quem o treinador escalar vai ajudar o Atlético. Eu estou bem tranqüilo. Estou preparado para qualquer jogo?, afirma.

Além de Cléber e Tiago, o Atlético também conta com Vinícius, um autêntico prata-da-casa, e com Andrey, que veio do Grêmio já como profissional.

Os dois são considerados revelações de grande potencial e estarão à disposição caso alguma eventualidade afaste os dois principais arqueiros da equipe. Para Vinícius, a oportunidade já apareceu duas vezes. Ele atuou como titular contra o Francisco Beltrão, no campeonato estadual deste ano, e na rodada final do Brasileirão, contra o Cruzeiro.

Quem será o titular em 2006 é uma questão que começa a ser respondida a partir do dia 27, quando o elenco retorna de férias. Mas o certo é que há muito tempo a posição de goleiro rubro-negro não é tão disputada. Boa notícia para a torcida, que poderá ter em breve mais um ídolo vestindo a camisa 1.

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