Atlético ainda busca uma identificação na temporada

Encontrar o encaixe perfeito tem sido a expressão mais usada no Atlético. É uma tentativa de justificar o mau início de temporada do time – alvo de críticas desde as primeiras rodadas.

Em três meses de trabalho, a equipe ainda não conseguiu criar uma identidade, nem mesmo na posição de goleiro. João Carlos, hoje no Atlético-GO, foi o primeiro a ser testado, mas depois de 8 jogos perdeu a posição.

Na sequência, Sílvio assumiu a camisa e em 7 jogos também foi descartado. Agora, Renan Rocha está na função. A alta rotatividade não poupa nem os treinadores.

O Furacão já está em terceiro técnico neste ano. Geninho, atualmente no comando, é o que está há mais tempo no cargo, com oito jogos. Sérgio Soares ficou seis partidas e Leandro Niehues, interinamente, comandou cinco vezes.

Porém, o giro é intenso mesmo dentro de campo. O Rubro-Negro já testou três times inteiros em 19 partidas. Entre Campeonato Paranaense e Copa do Brasil, foram escalados 33 jogadores diferentes.

Paulinho foi o que mais jogou: 17 vezes. Em seguida, vêm Manoel e Guerrón, com 16. Rafael Santos, Madson e Paulo Baier têm 15 jogos cada um. Nesta tentativa de conseguir o melhor encaixe, apenas uma única vez o Atlético repetiu escalação.

Foi ainda sob o comando de Sérgio Soares, primeiro treinador do ano, na segunda e terceira rodadas do Paranaense. Na ocasião, contra o Iraty, o técnico levou a campo o mesmo grupo que enfrentou o Corinthians-PR, na rodada anterior.

Além da procura incessante pelo encaixe, há outra singularidade entre o trio de treinadores na temporada 2011. Todos lamentam a perda do pilar de sustentação do time em 2010, responsável por parte do sucesso do Furacão no Campeonato Brasileiro.

As saídas de Neto, Rhodolfo e Chico refletiram muito além da zaga. Todos os setores sentiram as perdas e, mesmo acertando o meio-campo e o ataque, o time tem sido penalizado pelos erros e falhas de marcação.

Seja atuando com dois ou três zagueiros, são poucos os jogos em que o Furacão não sofre gols. Das 19 partidas disputadas, em apenas três não teve as redes balançadas. No Paranaense, o time tem a quarta pior defesa, com 25 gols sofridos, atrás apenas de Cascavel, Paraná e Paranavaí, que tomaram 26 gols.