Clássico

Atletiba não mobiliza torcedores e simboliza crise do futebol paranaense

Arena da Baixada mais uma vez segue sendo o motivo para briga entre Atlético e governo. Foto: Luiz Ferraz

O técnico Paulo Autuori, do Atlético, tinha razão. Não há, realmente, clima para a realização do primeiro clássico Atletiba de 2017 nesta Quarta-Feira de Cinzas, na Arena da Baixada, pelo Campeonato Paranaense. O cancelamento da partida entre os dois maiores clubes do Estado por parte da Federação Paranaense de Futebol (FPF), no dia 19 de fevereiro, deve afastar o público do Joaquim Américo.

Isto porque também haverá a transmissão ao vivo do duelo ao vivo via internet pelos canais oficiais dos dois clubes. Então, não deveremos ter os pouco mais de 20 mil torcedores presentes no estádio há dez dias. O Atletiba desta Quarta-Feira de Cinzas pode até mesmo ser confundido como um jogo normal, de dois times que estarão em campo obrigados e de um campeonato estadual deficitário como é o Paranaense.

A movimentação, inclusive, é grande da equipe de transmissão que fará o clássico Atletiba via YouTube e Facebook. As assessorias de comunicação dos dois clubes já estão se movimentando para fazer a cobertura ao vivo da partida. A transmissão, inclusive, é algo inédito no Brasil.

Esta, aliás, foi a grande discussão da partida cancelada no dia 19 de fevereiro. Enquanto a FPF alegou que os profissionais que transmitiriam a partida não estavam credenciados, os clubes acusaram a entidade de falta de bom senso e de ter retaliado os clubes por não ter dado autorização para o árbitro Paulo Roberto Alves Júnior ter começado a partida.

Fora da Arena da Baixada, faltando menos de duas horas para o Atletiba, a movimentação era pequena. Poucos coxas-brancas forma vistos ao redor do estádio atleticano. Do lado do Furacão, os bares em frente ao estádio que sempre ficam lotados em dias de jogos, ainda estavam vazios. Reflexos de um público formado por rubro-negros e alviverdes insatisfeitos com a bagunça que virou o futebol paranaense.

Silêncio

A torcida Império Alviverde, que era a maioria no dia 19 de fevereiro do espaço destinado a torcida do Coritiba, na Arena da Baixada, informou em nota que não estaria presente no estádio. A medida foi tomada para protestar contra a FPF, a morte de um torcedor naquele dia e a diretoria alviverde, pelos resultados ruins obtidos neste início de temporada. O protesto, no entanto, será silencioso e imperceptível.

A entidade máxima do futebol paranaense não notará que a organizada não foi ao Joaquim Américo e os cartolas do Verdão seguem preocupados em achar um substituto para o técnico Paulo César Carpegiani, demitido anteontem.  Os maiores prejudicados serão, de fato, os jogadores do Coritiba. No primeiro Atletiba do ano não deverão contar com a presença em massa da torcida coxa-branca para tentar espantar a crise que ronda o clube neste início de temporada.