Atletas brasileiros já arrumam malas para as Olimpíadas

Mais de 150 atletas brasileiros já podem fazer as malas para ir a Pequim, na China, para os Jogos Olímpicos, de 8 a 24 de agosto. O Brasil ainda está no meio das seletivas, mas 155 têm vaga assegurada e estão em plena preparação, disputando eventos-testes nas instalações chinesas e planejando, com suas equipes técnicas, os desafios até agosto chegar. No ano passado, o Brasil fez um Pan-Americano brilhante, no Rio, com recorde de medalhas (157, sendo 52 de ouro, 40 de prata e 65 de bronze). Agora é preciso ter consciência de que a expectativa para a Olimpíada é diferente. Os Jogos vão impor adversários muito mais fortes e o número de medalhas será drasticamente reduzido.

Mesmo integrantes da elite mundial, como o nadador Thiago Pereira, multicampeão no Pan do Rio, com 8 medalhas (6 ouros, 1 prata e 1 bronze), terão desafios intensos em Pequim. O sucesso de Thiago o levou às comparações com o fenômeno norte-americano Michael Phelps, recordista mundial dos 200 m medley (que reúne os quatro estilos: livre, borboleta, peito e costas), prova forte do brasileiro. Os dois se encontraram neste mês, no GP de Missouri, nos Estados Unidos, mas apenas nos 400 m medley, em que também concorrem. E Phelps venceu, com facilidade (4min14s08). Thiago foi prata (4min18s49). Sem o fenômeno para atrapalhar, Thiago ganhou ouro nos 200 m medley (2min00s24). A natação ainda sofre com baixas, como a de Rebecca Gusmão, suspensa preventivamente por doping. O esporte, que levou oito mulheres a Atenas, em 2004, a maior delegação feminina da história, corre o risco de ter representante isolada, Flávia Delaroli, nos 50 m livre.

O atletismo, com 23 medalhas no Pan (9 ouros, 5 pratas e 9 bronzes), voltou do Mundial do Japão com uma prata isolada, de Jadel Gregório no salto triplo. E não será fácil produzir outro herói como Vanderlei Cordeiro de Lima, bronze em Atenas, na maratona (medalha valorizada pelo empurrão que levou do irlandês Cornelius Horan durante a disputa). Fabiana Murer, estrela do salto com vara, é a recordista sul-americana, com 4,66 m. Mas terá pela frente rivais do nível de Yelena Isinbayeva, recordista mundial, que já saltou 5,01 m. O ranking de 2007 põe a brasileira em 8º, atrás de Isinbayeva e também de Svetlana Feofanova (RUS), Jennifer Stuczynski (EUA), Kym Howe (AUS), Anna Rogowska (POL), Yuliya Golubchikova (RUS) e Carolin Huingst (ALE), todas com saltos de 4,70 m ou mais. O salto de Fabiana terá de ser mais alto, porque a medalha está mais longe do que no Pan, quando levou o ouro sem precisar suar muito. A estimativa do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) é de que o País tenha 270 atletas em Pequim, sua maior delegação – em Atenas foram 247, 125 homens e 122 mulheres.

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