Assembleia na FPF não explica penhoras de R$ 2,4 milhões

O prazo de apenas dez minutos para avaliação de um extenso relatório e as restrições de uma auditoria independente não impediram clubes e ligas de futebol de aprovarem a prestação de contas de 2008 e o orçamento de 2009 da Federação Paranaense de Futebol.

A Assembleia-Geral Ordinária, realizada ontem de manhã na sede da FPF, em Curitiba, serviu mais como um ato político de fidelidade canina à gestão de Hélio Cury.

Dez minutos antes da votação, os 31 filiados presentes (cerca de 100 têm direito a voto) receberam um grosso caderno que continha o balanço patrimonial da FPF, o relatório sobre as contas de 2008 produzido pela empresa de auditoria Russell Bedford do Brasil e os planos de gastos nos meses que restam em 2009.

Houve então breve explicação dos auditores e a leitura do edital de convocação, dos relatórios de competições e do orçamento para 2009. Tanto o orçamento quanto a prestação de contas foram aprovados por 30 votos a favor, incluindo Coritiba e Paraná, e apenas uma abstenção do Atlético.

“Não há condições de avaliar as contas em tão pouco tempo. Passaremos o relatório ao nosso departamento contábil e depois vamos nos manifestar”, justificou o supervisor jurídico do Furacão, Gil Justen Santana.

Na avaliação da Russell Bedford, constam furos aparentemente ignorados pelos aliados de Cury. A auditoria constatou, por exemplo, que a FPF não soube explicar a origem nem calcular as obrigações que geraram penhoras judiciais no valor total de R$ 2,41 milhões.

Também não foram informados os valores efetivamente já penhorados. Além disso, foi omitida a origem do crédito de R$ 246 mil que a FPF tem a receber de várias fontes. A assembleia, aliás, foi realizada com atraso de cinco meses. O Estatuto da FPF prevê a data-limite de 30 de janeiro para a reunião anual.

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