Artilharia, o último plano de Borges no Tricolor

A briga pela artilharia continua e deve marcar a despedida de Borges do Paraná Clube. O goleador segue firme na tentativa de superar Róbson, do Paysandu, e terminar o ano como o maior artilheiro do Brasileirão, o que daria um peso tremendo numa eventual transferência para o exterior. Com 19 gols, o atacante tricolor quer elevar para um gol por jogo a sua média, chegando assim aos 24 gols. O "malabarista" Borges -ele comemora seus gols com saltos mortais – faz a melhor temporada de sua carreira e sabe que fechar o ano em alta pode representar um grande salto em sua vida.

O jogador evita falar em transações. Uma lição que ele aprendeu num passado recente. Na virada do primeiro turno, esteve a pique de se transferir para o Real Betis, da Espanha, mas a negociação "melou" e o imbróglio acabou prejudicando a sua performance num período de transição do clube (a troca de Lori Sandri por Luiz Carlos Barbieri). Os boatos, porém, correm soltos e o empresário Luiz Alberto Martins de Oliveira Filho confirma as várias sondagens e alguns contatos oficiais. O mais recente é do futebol japonês. O diretor de um clube, cujo nome é mantido em sigilo, esteve domingo, no Pinheirão, vendo de perto a atuação de Borges.

O destino provável do atacante é o exterior, mas o país ainda está indefinido. Além do futebol japonês, também já manifestaram interesse clubes da Espanha – o próprio Real Betis, que voltou à carga – e da Alemanha. "Vamos esperar, pois nas próximas semanas devem chegar ofertas oficiais pelo jogador", confirmou Luiz Alberto, proprietário da LA Sports, que adquiriu, em abril, parte dos diretos federativos do atleta, numa parceria com o empresário Márcio Rivellino. Numa transação, o Paraná teria direito a 20% do valor destinado à LA.

O que atrai a atenção de clubes – até o Santos fez proposta, mas ela não sensibilizou os empresários – é a idade do jogador. Aos 25 anos, Borges é jogador pronto (e não uma aposta), mas com uma carreira promissora pela frente. Uma vantagem sobre os seus concorrentes na artilharia. Robgol, por exemplo, tem 36 anos. "Acredito no potencial do Borges e no bom futebol que o Paraná vem apresentando. Ele tem tudo para fechar o ano como o goleador do Brasileirão", comentou Luiz Alberto.

O aproveitamento de Borges melhorou muito nas últimas rodadas. Nas três últimas partidas que disputou, balançou as redes em todas.

O atacante disputou todo o Brasileiro sem sofrer lesões, tendo participado de 32 das 37 partidas do clube na temporada. Ele não atuou na primeira rodada, pois só chegou ao clube três dias antes da largada da competição. As outras ausências foram devido a suspensões (três séries de cartões amarelos) e ao impasse ocorrido na sua possível transferência para o futebol espanhol, no final de agosto.

Libertadores ainda é meta do Tricolor

Duas vitórias seguidas deixaram o Paraná Clube bem perto de uma das oito vagas à Copa Sul-Americana. Pelas projeções dos matemáticos, o clube está virtualmente classificado (97%, segundo o site www.chancedegol.com.br), mas o técnico Luiz Carlos Barbieri evita até falar no assunto. Ambicioso, quer o grupo mobilizado para as cinco rodadas finais, buscando confirmar a melhor colocação do Tricolor em todas as participações na Série A do Brasileiro.

Na 6.ª posição, o Paraná tem apenas um ponto de desvantagem em relação ao Palmeiras, 5.º colocado. "Vamos no nosso ritmo, dando um passo de cada vez, mas sempre pensando em melhorar nossa campanha", comentou o treinador logo após a vitória sobre o Paysandu, no último domingo. Barbieri sabe que a Libertadores ficou mais distante após a vitória do Goiás, mas ainda não "jogou a toalha". Para ainda chegar na principal competição do continente, o Tricolor precisa finalizar a temporada com 100% de aproveitamento.

Com cinco vitórias – sobre Botafogo, Santos, Flamengo, Cruzeiro e Vasco – o Paraná chegaria aos 72 pontos. Pelas projeções, quem atingir essa marca tem 97,6% de chances de se garantir na Libertadores. Além das vitórias, o Paraná tem como principal obstáculo o próprio Goiás, que com mais três resultados positivos se garante na 4.ª posição do Brasileiro. O time de Geninho – que chegou a brigar diretamente pelo título – tem como adversários Atlético, São Paulo e Corinthians (casa) e Juventude e Flamengo (fora).

Numa situação hipotética, caso os goianos somem oito pontos (duas vitórias, dois empates e uma derrota), chegando aos 72 pontos, o Paraná, vencendo os cinco jogos chegaria a mesma pontuação e ao mesmo número de vitórias, com o desempate ficando para o saldo de gols. Barbieri vai em busca deste objetivo, mas sem jogar este peso nos ombros dos atletas.

"Um passo de cada vez. Não adianta pensar na última rodada. Nossa cabeça tem que estar sempre no próximo compromisso", disse o técnico. E a bola da vez é o Botafogo.

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