Argentino é uma das armas do Atlético

O argentino Javier Toledo ainda nem havia entrado em campo com a camisa do Atlético, mas contra o mesmo Paraná de hoje ‘estreava’ em seu primeiro clássico no Brasil. Era domingo, 7 de fevereiro, quando El Negro Pepe acompanhava a vitória do Furacão sobre o Tricolor em plena Vila Capanema.

O Rubro-Negro estava vencendo por 1 a 0, com gol do hoje companheiro de condomínio Bruno Mineiro. Toledo, junto do atacante Marcelo e outros funcionários do clube, saboreava a vitória de seu time em um camarote localizado na região das cadeiras cobertas do Estádio Durival Britto.

Bastou um torcedor paranista perceber sua presença e pronto: mais de mil tricolores urravam inconformados com a presença de Negro Pepe no reduto dos locais na Vila Capanema. “Teu lugar é lá, no puxadinho do fundo”, dizia um enlouquecido tricolor, apontando para o local onde estava a torcida atleticana.

Quase dois meses depois do incidente, o argentino sorri ao comentar a cena. “Fiquei tranquilo, sabia que ali não poderiam me fazer nada. Apenas ganhei mais motivação pra que, quando entrasse em campo, pudesse dar o meu melhor pelo Atlético”, disse.

Nascido em abril de 1986, em um município chamado Marco Juárez, Pepe se diz acostumado com esse tipo de pressão desde o início da carreira. Aos 15 anos Javier trocou seu time de bairro, Villa Argentina, pelo Chacarita Juniors.

Apesar do pequeno número de títulos, os Funebreros são conhecidos por ter uma das torcidas mais exigentes do futebol argentino. “Por lá, a obrigação é manter um estilo de jogo aguerrido, de muita luta, com força. Certa vez, em 2008, quando estávamos mal no Nacional, os torcedores chegaram a invadir nosso treinamento para cobrar e fazer pressão por bons resultados”, contou.

Da pressão também surgiu uma das mais constrangedoras situações vividas pelo argentino. Ainda em 2008, defendendo o Deportivo Cuenca do Equador, Javier Toledo ficou enfurecido e deu uma dura na própria torcida, que durante uma derrota de sua equipe gritava ‘olé’ para os adversários.

Em outro tipo de polêmica, quando ainda vestia a camisa dos Funebreros, Javier Toledo disse que chegou a ter seu nome ligado a um suposto relacionamento com uma atriz de televisão. “Mas era tudo mentira. Isso chegou a me causar problemas, pois minha namorada quase me matou ao saber da notícia”, brincou.

Ao falar do futebol brasileiro e da fanática torcida atleticana, Negro Pepe demonstra respeito. “Fico feliz por estarem gostando de mim, pois estou tratando de fazer o meu melhor e tenho orgulho em defender essa grande equipe muito incentivada por seus adeptos”.