Arena ou Beira-Rio? Angústia termina hoje

arena040705.jpg

Enquanto operários montam as arquibancadas, torcedores acompanham das cadeiras da Arena.

Sai hoje o local da primeira partida decisiva da Copa Libertadores 2005, para fim da angústia do torcedor atleticano. O site da Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol) marcou o jogo contra o São Paulo para o estádio do Internacional (RS), mas o Rubro-Negro considera que a decisão não é oficial e mantém em ritmo intenso as obras para ampliação temporária da Arena. A disputa de bastidores promete ser intensa.

Na tarde de sábado, enquanto os operários instalavam a arquibancada tubular (metálica) para 16 mil espectadores na Arena, a Conmebol anunciava em seu site oficial (www.conmebol.com) a transferência do jogo de quarta-feira para o Beira-Rio. A entidade justificou a medida pelo "propósito de promover uma boa organização e evitar conjecturas negativas", pois o estádio do Furacão não comporta 40 mil espectadores, como exige o regulamento da Libertadores.

A nota, porém, não é assinada, e nem o Atlético, nem a Federação Paranaense de Futebol nem a CBF receberam comunicado oficial sobre tal decisão. Em entrevista ao canal por assinatura Sportv, sábado à noite, o presidente do Atlético, João Augusto Fleury da Rocha, considerou a notícia uma "precipitação" dos responsáveis pela página na internet. Ontem, Fleury manteve os celulares desligados.

Segundo o presidente da FPF, Onaireves Moura, o último documento oficial recebido pela entidade foi um ofício enviado sexta-feira à tarde pelo diretor técnico da CBF, Virgílio Elísio, que solicitava laudos do Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) e da Polícia Militar do Paraná aprovando as condições de segurança e confirmando a nova capacidade de público da Arena. A CBF exige que os papéis cheguem, no máximo, até a tarde de amanhã.

Mas a própria entidade nacional mostra certa contradição. Entrevistado ontem pela Rádio Jovem Pan de São Paulo, o vice-presidente da CBF, Nabi Abi Chedid, que é paulista, disse que o jogo será no Beira-Rio porque o Atlético demorou a consultar a Conmebol sobre a utilização das arquibancadas tubulares.

"Se a Arena não for autorizada, não vejo outra alternativa que não o Beira-Rio", falou Moura, que hoje de manhã visitará as obras na Arena para informar à CBF e Conmebol se o cronograma será cumprido. O horário previsto para o término é o final da manhã de amanhã.

Torcida se mobiliza por jogo na Arena

O anúncio extra-oficial do Beira-Rio como sede do primeiro jogo da final da Libertadores mobilizou a torcida atleticana. Ontem à tarde, cerca de 3 mil rubro-negros, segundo a assessoria de imprensa do clube, manifestaram-se pela homologação da partida em Curitiba e visitaram os obras de instalação das arquibancadas metálicas no estádio.

Durante o ato, uma charanga tocou o hino do clube e torcedores ecoaram palavras de ordem pelos direitos do Atlético e contrários ao São Paulo e à Conmebol. De qualquer forma, as organizadas Os Fanáticos e Esquadrão da Torcida Atleticana (ETA) afirmaram a disposição de levar 200 ônibus até Porto Alegre para o caso de uma derrota extracampo. "Mas este é o maior perigo, pois ao mesmo tempo haverá outros 200 ônibus do São Paulo deixando o Morumbi. Corremos risco de presenciar uma tragédia", disse o presidente do ETA, Doático Santos, referindo-se a um possível confronto entre atleticanos e são-paulinos nas estradas.

Vendas

Os ingressos para o primeiro jogo da final começam a ser vendidos amanhã, às 10 horas, somente nas bilheterias da Arena. Mas a fila já começou. Desde sexta-feira à noite, já tem torcedor "acampado" para assegurar presença no jogo de quarta. O governo do Estado acatou pedido do clube e montará um esquema policial para evitar a ação de cambistas.

Cope vai atuar firme contra cambistas

O secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, determinou que o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) faça patrulhamento especial durante a venda dos ingressos para o jogo da final da Libertadores. O objetivo é evitar a ação dos cambistas e garantir aos torcedores o acesso aos ingressos com segurança.

"O Cope ficará à disposição do clube para garantir a segurança dos torcedores e, principalmente, para evitar, de todas as maneiras possíveis, que ingressos cheguem às mãos de cambistas", disse o secretário.

O delegado-chefe do Cope, Marcus Vinícius Michelotto, disse que os detalhes sobre a fiscalização policial serão definidos em uma reunião com a diretoria do clube. "Estamos colocando nossa estrutura à disposição do Atlético. Agora, vamos apenas definir, juntamente com a diretoria do clube, qual a melhor maneira de realizar este trabalho", declarou Michelotto.

Escolta não será problema

As secretarias de Segurança Pública do Paraná e do Rio Grande do Sul desmentiram ontem o suposto veto à realização de Atlético x São Paulo em Porto Alegre. Através de sua assessoria de imprensa, o secretário paranaense, Luiz Fernando Delazari, confirmou ter mantido contato com os colegas dos outros estados do Sul, mas negou a impossibilidade de fazer escolta aos torcedores que se deslocarem até a capital gaúcha, como havia noticiado o site www.furacao.com.

Já o secretário do Rio Grande do Sul, José Otávio Germano, foi mais incisivo. De acordo com o diário Lance!, Germano negou ter participado de qualquer reunião e afirmou que Porto Alegre tem condições de sediar a final. "Nossos policiais conseguem controlar um jogo como Grêmio e Brasil de Pelotas, que possuem torcidas muito complicadas e bagunceiras. Qual o motivo de não controlarmos os torcedores de dois clubes de fora do estado?", afirmou o secretário, que já foi vice-presidente de futebol do Grêmio.

De qualquer forma, o governo do Paraná decidiu comprar a briga do Atlético para manter a partida na Arena. Ontem, o governador Roberto Requião almoçou com o presidente rubro-negro, João Augusto Fleury da Rocha, e o gerente de marketing Mauro Holzmann. Requião manteve contatos com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e informou que o Corpo de Bombeiros emitiu laudo preliminar referendando as condições de segurança das arquibancadas metálicas da Arena.

Com o time reserva, mais uma derrota

Rodrigo Sell

atletico040705.jpg

Marcelinho Carioca infernizou
a vida de Marcus Vinícius.

Ainda não foi desta vez que o Atlético conseguiu a primeira vitória naquele que é o pior início de Campeonato Brasileiro na história do clube. Vivendo a dupla personalidade de ser espetacular na Copa Libertadores e horrível no Nacional, o Rubro-Negro perdeu para o Brasiliense por 2 a 1 e continua segurando a lanterna da competição. De qualquer forma, o pensamento do Furacão agora se volta para o torneio internacional, onde enfrenta o São Paulo na quarta-feira.

Improvisado, pela necessidade de poupar os titulares, novamente o Atlético nem lembrou aquele time sensacional que vem arrasando os campos da América. Com apenas um período de trabalho, 40 minutos para ser mais preciso, o técnico Antônio Lopes armou a equipe com o que tinha nas mãos. Dá até para dizer que alguns jogadores foram apresentados em Brasília. O zagueiro Adriano e o meia Ferreira, por exemplo, estrearam. O volante Marcus Winícius foi requisitado dos juniores, assim como o atacante Ânderson Aquino.

Difícil esperar algo melhor. Ainda mais enfrentando um empolgado Brasiliense, com o apoio da torcida e vindo de vitória. Com os experientes Marcelinho Carioca, Vampeta e Oséias, o time do senador cassado Luís Estevão foi com tudo para cima. Criou algumas jogadas e achou seu primeiro gol após um bate-rebate na área. O meia Pituca mostrou qualidades e marcou. Ele mesmo ainda criou outras jogadas enquanto o Rubro-Negro quase nem chegava ao gol de Eduardo.

Na volta do intervalo, Lopes colocou Aquino para dar mais velocidade ao ataque. A tática deu resultado e Rodrigo deixou o placar igual ao acertar o canto do arqueiro do Jacaré. No entanto, Ticão reincidiu nas faltas e foi expulso. Com um a menos, o Delegado tratou de segurar o resultado. Colocou mais gente para marcar e povoar o meio, mas a pressão do Brasiliense foi mais eficiente. O atacante Oséas achou Marcelinho, que chutou no meio do gol, sem chances para Tiago Cardoso, que já tinha salvado o time algumas vezes.

Página virada. Sai o lanterna e entra o finalista

Depois de mais uma derrota no Campeonato Brasileiro, de lamentar a arbitragem da partida contra o Brasiliense, o Atlético se volta para a Copa Libertadores. Mesmo sem saber onde será a partida contra o São Paulo, programada para quarta-feira, o Rubro-Negro volta ao batente com força total. Sai a equipe reserva que jogou em Taguatinga e entram em campo todos os titulares. À tarde, o técnico Antônio Lopes deverá realizar o treino apronto para a primeira partida da final do torneio continental.

"Todo mundo já sabe que é muito difícil uma equipe participar de duas competições simultaneamente e você tem que poupar alguns jogadores", explica o Delegado. Para ele, é inevitável que o time esteja tão diferente em duas competições. "As lesões aumentam, os cartões aumentam, então demos prioridade maior a Libertadores, que é uma competição muito mais importante que o Campeonato Brasileiro", aponta.

Segundo ele, contra o São Paulo, o futebol será bem diferente do mostrado na Boca do Jacaré. "Na quarta-feira, o futebol será o mesmo de sempre", garante o treinador. Descansados, os jogadores que atuaram contra o Chivas Guadalajara estão. Após a desgastante viagem de regresso do México, o time ganhou o sábado de forma e voltou a trabalhar ontem no CT do Caju. Apenas fisicamente.

Hoje, quem assume o comando do batente é o Delegado e o time já deverá ser armado para a partida contra os paulistas. A tendência é que a equipe titular seja mantida diante do São Paulo. No entanto, a boa atuação de André Rocha pode lhe valer um lugar entre os 11. O principal candidato a sair seria Fernandinho, que sofreu uma pancada contra os mexicanos e é dúvida.

Reforço

Enquanto isso, os dirigentes continuam trabalhando e buscando contratações para a seqüência da temporada. Depois dos namoros com os paraguaios Domingo e Santiago Salcedo e Julio dos Santos (todos do Cerro Porteño), o Furacão agora tenta assinar com o atacante Juan Samudio, do Libertad. Informações de bastidores dão conta que ele poderá ser apresentado nas próximas horas. Em Assunção, o atleta aguarda para ser negociado, mas só fala em futebol japonês e mexicano.

Tricolor avisa: vem pra ganhar

São Paulo (AE) – "Vamos buscar o resultado. É sempre importante um bom resultado fora de casa." A frase do goleiro Rogério Ceni define bem a postura que o São Paulo teve até aqui na Copa Libertadores da América. Desde o início da fase de mata-mata, o time do Morumbi sempre abriu vantagem no primeiro jogo e se deu ao luxo de usar a segunda partida para administrar a classificação.

Foi assim contra Palmeiras, Tigres e River Plate. No clássico brasileiro, o São Paulo levou a melhor nos dois jogos: 1 a 0, no Parque Antártica, e 2 a 0, no Morumbi. Diante do Tigres, os 4 a 0 dentro de casa deram tranqüilidade suficiente para jogar no México (derrota por 2 a 1). E no confronto contra os argentinos, mais uma vez, o resultado do primeiro jogo foi suficiente para a equipe administrar a classificação (2 a 0, em casa, e 3 a 2, na Argentina).

Não deve ser diferente na decisão contra os paranaenses, apesar de muito respeito. "Acho que o Atlético tem um estilo parecido com o do São Paulo, com bastante força e que não desiste nunca. É uma equipe ótima, altamente competitiva e de alta qualidade técnica. Teremos de estudá-los muito bem durante esses dias antes do primeiro jogo", disse Ceni.

40 mil ingressos vendidos

São Paulo (AE) – Filas intermináveis, horas debaixo do sol e muita confusão. Assim foi o domingo de milhares de são-paulinos que se aglomeraram nas bilheterias do Morumbi atrás de ingressos pro jogo de volta da decisão da Libertadores, que passou do dia 13 para 14 de julho.

"Esperávamos um grande número de torcedores, mas tenho que confessar que fomos surpreendidos.", admitiu o tenente-coronel Cerpa, da PM. A estimativa é de que, em cinco horas, 40 mil bilhetes já foram vendidos – a carga total é de 73 mil.

O aumento no preço dos bilhetes foi ignorado. As entradas de arquibancada, que já custaram R$ 20, pularam para R$ 40 (na semifinal) e agora para R$ 50, desapareceram rapidamente.

A torcida do Atlético vai ficar na Geral Amarela, com ingressos a R$ 30 e meia a R$ 15.

Voltar ao topo