Aparece o cheque do Bruxo 2

O ex-presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Onaireves Moura, continua sua peregrinação pelas carceragens e delegacias de Curitiba. Ontem, a visita foi ao 1.º Distrito Policial, onde o controvertido cartola prestou depoimento para os policiais que investigam o caso ?Bruxo 2?, mais um escândalo envolvendo suborno, corrupção e manipulação de resultados no campeonato estadual.

Ainda detido no Centro de Triagem II, em Piraquara, Moura foi levado de camburão ao 1.º DP, no centro da capital, a pedido do delegado Alex Danielewicz, responsável pelo inquérito. Chegou sem o tradicional macacão laranja dos detentos, mas algemado e sob forte escolta policial.

Moura é acusado de participar de um suposto esquema para beneficiar o Ponta Grossa, no Paranaense de 2000. Ele foi acusado pelo ex-árbitro José Francisco de Oliveira, o Cidão, de vender ao clube o resultado de uma partida contra o Prudentópolis, por R$ 50 mil. O acerto teria sido feito junto ao então presidente do Ponta, Antônio Mikulis, durante uma pescaria no Pantanal.

Cidão, que apitou a partida, diz ter recebido R$ 5 mil para fraudar o resultado do jogo. O ex-árbitro jura que não fez sua parte no trato e não ajudou o time de Mikulis, que empatou a partida em 1 a 1. O cheque que ele teria recebido como pagamento ficou guardado até o último dia 10, quando Cidão o entregou à polícia. O documento foi anexado ao inquérito e está em nome de Paulo Roberto Balansin.

Segundo Alex Danielewicz, o depoimento de Moura não contribuiu para a investigação. ?Ele confirmou que participou de uma pescaria com Mikulis, mas disse que desconhece qualquer acerto e nega ter recebido qualquer quantia para ajudar o Ponta Grossa?, conta o delegado.

Indiciados

Danielewicz pretende encaminhar o inquérito à Justiça na semana que vem. Ele confirmou que Moura e Mikulis serão indiciados, assim como Balansin, o dono do cheque, que está sendo procurado pela polícia.

O delegado também diz que está em busca de outro cheque, no valor de R$ 50 mil, que o ex-presidente da FPF teria recebido pelo acerto. ?Vou pedir a quebra do sigilo bancário e telefônico do Moura, para rastrear esse cheque?, afirma.

Quem também deve ser indiciado é o ex-presidente da Comissão de Arbitragem da FPF, Fernando Luiz Homann. A gravação de uma conversa entre ele e o ex-árbitro Amoreti Carlos da Cruz também está nas mãos da polícia. Nela, Homann revela seu envolvimento e a participação de Moura e do atual diretor da Escola de Árbitros da FPF, José Carlos Marcondes, no esquema. ?Enviei a fita para o Instituto de Criminalística fazer a degravação?, revela Danielewicz.

Segundo o delegado, os acusados podem responder por fraude, corrupção, estelionato e falsidade ideológica.

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