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Antes de combate, Amanda Nunes diz que Ronda ‘é uma lutadora como qualquer outra’

A expectativa pela volta de Ronda Rousey domina as mentes dos fãs de MMA nos últimos dias. A norte-americana enfrentará a brasileira Amanda Nunes nesta sexta-feira, em Las Vegas, pelo UFC 207. Seu último combate foi em 2015, contra Holly Holm, quando sofreu um duro nocaute e resolveu se afastar dos octógonos por um tempo.

A tarefa nesse retorno não vai fazer fácil. Fora dos combates há mais de um ano, Ronda encara a campeã do peso galo (61 kg), que já avisa: “Ela dominou por muito tempo e eu não tenho nenhum problema em dizer isso. Mas tudo mudou. Hoje a Ronda Rousey é uma lutadora como qualquer outra na divisão.”

Em entrevista exclusiva ao Estadão.com, a brasileira, que vem de uma excelente vitória sobre Miesha Tate, em julho deste ano, conta que é nesse confronto que ela tem de mostrar que o cinturão lhe pertence.

Você fez uma boa luta contra Miesha Tate e conquistou o cinturão do peso galo do UFC em julho deste ano. Agora, qual é a expectativa para enfrentar Ronda Rousey?

Eu vou ser campeã por muito tempo. Pedi essa luta para o UFC e sou muito grata por isso. Queria que minha defesa (do cinturão) fosse contra a Ronda. Ela dominou o MMA por muito tempo e não tenho nenhum problema em admitir isso. Mas tudo mudou, hoje ela é uma lutadora como qualquer outra na divisão, já foi o foco de muitas (lutadoras), mas agora o foco sou eu. As pessoas vão olhar para a Amanda como uma pessoa diferente.

Como está sua preparação para encarar a Ronda, que volta aos octógonos depois de um ano?

Minha preparação foi massa. Gosto de treinar tudo na academia, defesas de quadris, em cima, embaixo… Faço essas preparações para enfrentar todas as minhas oponentes. Foco em melhorar minhas armas e estar bem em todas as situações. E também me alimento muito bem, o que é importante.

Você acredita que o combate em Las Vegas durará todos os assaltos (cinco rounds)?

Sendo honesta, eu sou a melhor com certeza. Mas MMA é uma caixinha de surpresa. Estou preparada, estudei todos os pontos desta luta, e vai dar tudo certo para mim. Estou acostumada a ser a azarona. Desde minha primeira luta nos Estados Unidos, contra Julia Budd, era a azarona, acharam que ela ia me massacrar e eu a nocauteei em 14 segundos. E isso vai acontecer com a Ronda também. Talvez não tão rápido. Eu estou preparada para os cinco rounds.

Será a primeira luta da americana desde o duro nocaute que sofreu contra Holly Holm, em 2015. Acredita que essa lembrança pode influenciar no psicológico de sua adversária?

Honestamente, uma atleta como a Ronda é perigosa na ativa ou parada. Não penso nela como os outros estão pensando: “Ah, tem a mente fraca, não treinou o suficiente”. Penso como uma atleta, que se preparou para lutar. Ela não é idiota. Se aceitou essa luta é porque está preparada. Como ela se preparou, eu também me preparei e faremos um grande show! E é isso que os fãs estão esperando.

Como está a sua interação com a torcida brasileira? Em seu perfil oficial nas redes sociais, os fãs demonstram a ansiedade para o dia da luta e destacam que você “precisa vencer para tirar os holofotes da Ronda”. Vê esses comentários como mais um incentivo ou sente que está pressionada?

Nesta luta, por ser contra alguém que dominou durante muito tempo a categoria, as pessoas ainda pensam que ela pode voltar e fazer tudo o que fez no passado. E é nesse confronto que eu tenho de mostrar que esse cinturão me pertence, vai me elevar de patamar.

Você é especialista em boxe e jiu-jítsu, e sua adversária é temida pela chave de braço. Acha que a luta vai para o chão?

Sabemos que a Ronda tem um judô bom, umas quedas de quadril, um arm lock (chave de braço, em inglês)… Ela é boa nessa combinação, mas vai ser bem bloqueada e não vai ser efetiva. Vou bloquear todos os ataques dela e aplicar o meu.

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