Alvaro Dias pede que Brasil desista de sediar Copa 2014

Um estudo indicando que as obras de nove dos 13 aeroportos que serão utilizados na Copa do Mundo 2014 não ficarão prontas até o início da competição já cria um cenário de preocupação no País.

Ontem, após a divulgação da análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), fundação vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) chegou a sugerir que o Brasil desista de sediar o evento.

Conforme informações da nota técnica, o aeroporto de Curitiba está fora da lista. No entanto, só ficará pronto a tempo para a competição caso o cronograma seja cumprido à risca.

Informações do governo, ainda assim, já indicam que a construção da terceira pista do Afonso Pena está praticamente descartada para a Copa 2014. Diante do panorama nacional, o senador Alvaro Dias fez duras críticas no plenário do Senado.

“A continuar neste ritmo, é melhor que o governo brasileiro assuma a sua incapacidade de empreender, peça desculpas ao País e devolva a primazia de organizar uma Copa do Mundo para que a Fifa possa destinar essa incumbência a outro país”, avaliou.

A preocupação com a finalização das obras nos aeroportos brasileiros recentemente havia sido criticada pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter. “A Copa do Mundo é amanhã, mas os brasileiros pensam que é depois de amanhã”, posicionou-se o cartola no mês passado, quando também disse que o Brasil estava atrasado em comparação à África do Sul no mesmo período antes da competição.

O senador Alvaro Dias também criticou a recondução do engenheiro aeronáutico Cláudio Passos Simão ao cargo de diretor de Aeronavegabilidade da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A medida foi aprovada ontem pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), mas ainda precisa de votação no plenário para ser oficializada.

Cláudio Simão está sendo investigado pelo Ministério Público por denúncias de improbidade administrativa durante a gestão na Anac. “A nomeação é um prêmio à improbidade administrativa”, argumentou Alvaro Dias.