Alonso reencontra o seu público na F1

Quando Fernando Alonso venceu seu primeiro GP, em 2003, eclodiu na Espanha um fenômeno popular que foi batizado de ?Alonsomania?. No ano seguinte, a corrida de Barcelona teve recorde de público e as arquibancadas ficaram pintadas de azul, a cor dominante da bandeira das Astúrias, sua região, e também dos carros da Renault, equipe que ele defendia.

A histeria coletiva se repetiu em 2005 e 2006, temporadas que Alonso dominou, conquistando seus dois títulos mundiais. E prosseguiu no ano passado, já com o piloto defendendo a McLaren, cheio de chances de brigar pelo tri.

Fernando acabou perdendo o campeonato, saiu da McLaren, voltou à Renault e está longe, neste ano, de brigar pelo título. Nem por vitórias. Pódio, só com muita sorte. Até agora, conseguiu um quarto lugar na Austrália e um oitavo na Malásia. E olhe lá.

Assim, a relação entre público e piloto esfriou. A paixão dos espanhóis está pendendo muito mais para o garoto-prodígio da MotoGP, Jorge Lorenzo, líder do campeonato pela Yamaha. A venda de ingressos para a corrida de domingo, quarta etapa do Mundial de F1, ficou bem abaixo do ano passado. Foram pelo menos 20 mil bilhetes a menos.

É compreensível. Alonso vem falando aos quatro ventos que, neste ano, não vai brigar por nada. ?Luto apenas para chegar entre os oito primeiros e pontuar. Mais do que isso não dá?, disse ontem em Barcelona, jogando mais uma ducha de água geladíssima sobre seus fanáticos torcedores. ?Ferrari, McLaren e BMW Sauber são, neste momento, inalcançáveis. E acho difícil mudar este quadro.?

Ruim para os fãs, para ele e para a Renault. Fernando fala abertamente em sair da equipe no final do ano se as coisas não melhorarem. ?Não quero passar a vida toda sofrendo para chegar ao Q3?, disse, referindo-se à terceira parte do ?qualifying?, o treino de classificação que reserva para o final lugares apenas para os dez mais rápidos.

O principal dirigente da Renault, Flavio Briatore, até tenta injetar algum ânimo no rapaz. ?O carro melhorou e chegamos bem perto da BMW Sauber. Agora, Alonso fará a diferença?, disse o italiano. ?Temos de pensar grande e um pódio nos deixaria muito felizes aqui.?

Os treinos para o GP da Espanha começam hoje, com duas sessões livres de 90 minutos cada, às 5h e às 10h de Brasília. Kimi Raikkonen, da Ferrari, é o líder do campeonato com 19 pontos, três à frente de Nick Heidfeld, da BMW Sauber.

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