Alemanha espanta zebra e vai para sua sétima final

Seul (AE) – Em um estádio completamente lotado de torcedores sul-coreanos vestidos de vermelho, a Alemanha venceu, em Seul, ontem, os donos da casa por 1 a 0 e garantiu a primeira vaga para a final da Copa de 2002. Será a sétima decisão de mundial, em 15 participações, dos alemães, marca que só poderá ser igualada pelo Brasil. A Alemanha vai enfrentar na final, no próximo domingo, em Yokohama, no Japão, o vencedor do jogo entre Brasil e Turquia.

À Coréia, restou celebrar o fato de já estar entre as quatro melhores seleções da Copa, façanha que nunca tinha sido alcançada por uma equipe asiática. Agora, os sul-coreanos disputam, sábado, em Daegu, o terceiro lugar da competição. A arbitragem, do suíço Urs Meier, desta vez, não comprometeu a partida.

No primeiro tempo, a partida teve poucas emoções, com uma forte marcação de ambas as equipes. O jogo estava muito estudado. Na disputa por uma vaga para a final da Copa, ninguém queria se arriscar. A Coréia, sem seus dois principais atacantes, Ahn e Seol, chegou apenas duas vezes à área adversária.

A mais perigosa foi aos 8 minutos, com Chun Lee. Kahn fez grande defesa. De resto, muita correria e pouca criatividade. A Alemanha, por seu lado, explorou as jogadas aéreas, o ponto de destaque da seleção européia. Os zagueiros sul-coreanos, atentos, não deram espaço para o rival.

Aos 24, os alemães reclamaram de um pênalti de Kim em Klose, não marcado corretamente pelo juiz. Na etapa final, Ahn, finalmente, entrou. A Alemanha, porém, voltou melhor. Teve maior posse de bola. A Coréia aproveitou a velocidade de seus jogadores para atuar nos contra-ataques.

Aos 26 minutos, Ballack precisou parar o avanço adversário com falta e recebeu cartão amarelo, o seu segundo, que o deixará fora da decisão do mundial. Mesmo abatido, o meia alemão ganhou forças para aproveitar um cruzamento de Neuville, pela direita, para abrir o placar, aos 30. Ballack tentou duas vezes antes de marcar o gol.

A Coréia partiu desesperadamente ao ataque. O técnico Guus Hiddink colocou o atacante Seol no lugar do zagueiro Hong. A Coréia bem que tentou, apoiada pela torcida, mas não conseguiu. O “azarão” caiu. Prevaleceu a tradição do futebol alemão.

Agora vem a luta pelo tetra

Seul

(AE) – O mundo apostava na Argentina, na França, na Itália e, com um pé atrás, no Brasil. Ninguém esperava que a Alemanha, um time jovem e sem nenhuma estrela, pudesse alcançar a final da Copa do Mundo da Ásia. Todos erraram. A forte defesa e o gol marcado por Ballack no segundo tempo, contra a Coréia do Sul, garantiu o time europeu pela 7.ª vez numa decisão de mundial. Se conquistar o título, os alemães se igualarão ao Brasil com quatro conquistas. A vitória desta terça-feira foi a 50.ª em sua história nas copas. Só os brasileiros têm mais, 58.

A equipe comandada pelo técnico Rudi Voeller aguarda o ganhador de Brasil e Turquia, que se enfrentam hoje. A final será no domingo, às 8h (de Brasília), em Yokohama, no Japão.

A tradição da seleção tricampeã do mundo pesou, e muito, na competição, mesmo contando com atletas inexperientes, como o zagueiro Metzelder, de apenas 21 anos, e o atacante Klose, de 24, um dos artilheiros do torneio com 5 gols. Venceu cinco dos seis jogos disputados. O único empate foi contra a Irlanda, na primeira fase, por 1 a 1. Os irlandeses, por sinal, foram os únicos a conseguir a façanha de ultrapassar a muralha chamada Oliver Kahn, um goleiro frio, calculista e brilhante. “Ele é espetacular e, sem dúvida, o bom desempenho da defesa foi fundamental para nossa campanha”, comentou Voeller.

A campanha já foi mais do que vitoriosa para um time que chegou totalmente desacreditado. Quando embarcou rumo à Ásia, a imprensa local e os torcedores apostavam que não passaria das oitavas-de-final. Ontem, após a partida, ainda no estádio de Seul, os jogadores comemoraram bastante nos vestiários, antes de atender aos jornalistas de todo o mundo. Mas, como já alcançaram a final, agora não custa sonhar com o primeiro lugar. “Comemoramos, mas não houve champagne no vestiário, porque queremos manter nossas baterias carregadas para a final”, contou o volante Ramelow, um dos destaques contra a Coréia.

Os organizadores também festejaram. Apesar da comoção no país com a agradável surpresa preparada pela Coréia, a presença da Alemanha dá outro peso à decisão. Se o Brasil confirmar seu favoritismo diante da Turquia, a final será extremamente atraente e salvará uma Copa marcada por zebras e poucos destaques individuais. “Brasil e Alemanha é um clássico do futebol mundial, será um jogão”, disse Ballack, herói da classificação. Se isso ocorrer, será a primeira vez que as duas seleções se encontrarão em um mundial.

Os alemães terão um adversário extra no domingo: a torcida. Nada amáveis, não conquistaram a simpatia de coreanos e japoneses. Pelo contrário. Arrancar um sorriso de um jogador do time tricampeão neste torneio é missão quase impossível. Não fizeram nenhuma questão de agradar ao público ou atender com educação à imprensa.

Para a Coréia, a aventura acabou, mas valeu pela determinação. O time sonhava em ir ao Japão, mas terá de se contentar em permanecer no país.

No sábado, em Daegu, lutará pelo terceiro lugar. (DMA e EM)

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