Adriano vai embora, sem lucro para o Coxa

Agora é oficial. O lateral Adriano está de malas prontas. Tudo bem que não é agora que ele deixará o Alto da Glória. Só embarca para um clube europeu, com o qual tem um “acordo verbal”, em novembro de 2005. A má notícia no entanto, é que o lateral deixará o Coritiba sem que recursos entrem em seus cofres.

A informação foi dada, por acaso, ontem, quando o vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Zezé Perrela, ligou para o presidente do Alviverde paranaense, Giovani Gionédis, pedindo para negociar o lateral. A intenção da Raposa era encontrar um substituto para o argentino Juan Pablo Sorín, que ontem teve seus direitos federativos vendido pelo consórcio Cruzeiro-Hicks Muse Tate & Furst (HMTF), ao Villareal, da Espanha, por US$ 1,9 milhão.

“Conversei com o presidente do Coritiba. O que está acontecendo, para a minha surpresa, é que o Adriano já acertou com um clube na Europa para se apresentar em novembro do ano que vem. E o Coritiba não vai receber nada”, disse Zezé, ao site www.superesportes.com.br, de Minas.

Pelo que reza a Lei Pelé, após cumprir seu segundo contrato (que para Adriano vence em agosto) com o clube que o formou, o atleta ganha seus direitos federativos. O Cori só deve embolsar mesmo, a grana de indenização do clube europeu para onde Adriano vai se transferir pelo direito de formação do atleta.

Para evitar esta perda, no entanto, a diretoria do Coritiba teria pouco menos de dois meses para tentar vender o lateral, e assim arrecadar uma quantia superior a que compulsoriamente receberá como clube formador.

Lateral volta aos “bons tempos” com o 3-5-2

“Maravilha.” Adriano está exultante. Não é para menos – o lateral do Coritiba vai voltar, no domingo, a jogar como se consagrou e como o fez ser convocado para a seleção brasileira. Depois de Antônio Lopes adotar o 3-5-2, abriu-se caminho para um “novo” Adriano, que remete àquele lançado por Paulo Bonamigo em 2002.

Ofensivo, agressivo e sem extrema responsabilidade com a marcação, ele virou artilheiro nos treinos e talvez seja o jogador coxa mais empolgado com o jogo de domingo, às 16h, contra o Figueirense, no Couto Pereira.

Para o Delegado, é simples a transformação de Adriano em um ‘quase’ atacante. “Quando você joga com três zagueiros de ofício, não é necessário que um lateral volte para acompanhar um atacante adversário, já há gente para marcar. E ele fica responsável por acompanhar o lateral da outra equipe, com espaço para jogar e liberdade para avançar. Além disso, não é necessário que um ala fique preso quando o outro subir. Quero o Adriano como um atacante, fechando quando a jogada vier da direita”, discursa o técnico alviverde.

E é isso que o lateral está fazendo nos treinos desta semana – até agora, foram realizados três coletivos, e mais um está programado para esta tarde, no Couto Pereira. Na quarta, Adriano marcou os dois gols dos titulares, um em jogada individual e outro recebendo um cruzamento da direita, feito por Luís Carlos Capixaba. “Eu tenho mais facilidade para fazer a jogada, porque estou mais solto, e com menos marcação”, justifica o jogador.

Era o que Adriano precisava para voltar a sorrir. Após a conquista da Copa América e a participação no amistoso contra o Haiti pela seleção brasileira, o lateral também caiu de produção, assim como quase todos os jogadores do Coritiba, que não vence há seis jogos. A má fase fez com que ele fosse esquecido por Carlos Alberto Parreira nos jogos das eliminatórias – possível convocação, agora, só no ano que vem.

E isso pode acabar influindo também em uma negociação para o futebol europeu. Como o contrato de Adriano termina em agosto de 2005, a possibilidade mais clara de venda (com lucro para o Coxa) seria no final do ano, quando é reaberto o mercado internacional. Por enquanto, o lateral garante que não tem nenhuma proposta real. “Eu deixei este assunto para os meus procuradores e para o Coritiba, que vai saber lidar com essa situação da melhor maneira possível”, resume Adriano.

Procura pequena por ingresso antecipado

Até hoje, às 18h, os torcedores do Coritiba podem entrar na promoção de ingressos para a partida contra o Figueirense. Cada ingresso adquirido vale outro, de mesmo valor e local, para a partida do dia 21, contra o Santos – partida alviverde mais aguardada no segundo turno, pois pode ser uma das “decisões” do campeonato brasileiro – uma vitória alviverde seria benéfica ao rival Atlético, que disputa o título com o Peixe. É a última cartada da diretoria para levar público ao Couto Pereira.

A atitude serve para duas situações: a primeira, fazer com que os torcedores, criticados pelo presidente Giovani Gionédis pelo fato de a média de público ser considerada baixa pelo dirigente, respondam com boa presença nas duas partidas; e como um ‘afago’ do clube para a galera após as declarações de Gionédis, mesmo que a promoção tenha sido anunciada antes da partida contra o Vasco – e, portanto, antes da ira verbal do presidente. São, no total, 7.500 ingressos, válidos somente para a torcida coxa.

Por enquanto, a procura é pequena, pouco acima do normal verificado em vendas antecipadas. Como no Brasil o torcedor compra geralmente seus ingressos no dia da partida, apenas em situações especiais a antecipação deu frutos – no caso coxa, nas finais dos últimos campeonatos paranaenses e na partida com o Criciúma, no brasileiro de 2003, que levou o time para a Libertadores deste ano.

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