Pondo a mão na massa para construir um mundo novo pro Bernardo

Quarto do Bernardo de Oliveira Klisiewicz. Foto: Eduardo Klisiewicz

Quando morei em Colombo, município que fica ao lado de Curitiba, tinha um vizinho chamado Adriano, casado com a Lilian. Sempre que me via cortando a grama ou mesmo lavando o carro, ele dizia algo como: “Pô, vizinho. Para com isso. Eu trabalho bastante pra poder pagar alguém pra fazer essas coisas”. Rimos algumas vezes disso e no final das contas ele tem sua razão.

No entanto eu sempre gostei de fazer essas coisinhas (exceto lavar o carro, que nem é muito minha praia). Mas cuidar da minha horta, das minhas rosas, plantar minhas arvorezinhas, reformar um móvel e outros trabalhos manuais como esses. Assim, cuido da minha casa e as vezes da minha saúde mental fazendo algo que me dá prazer.

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Na semana que passou terminamos de pintar o quarto do Bernardo. Para mim, isso é algo tão simbólico que dinheiro nenhum no mundo (neste caso, pra falar a verdade, é ao contrário. Nem se me oferecessem o serviço de graça) deixaria de executar este serviço. Eu, a mãe do Bernardo (Bela Bia) e a vovó dele (minha véinha Marcia) demos aquele trato no quartinho do meu piá.

Curtimos demais. Foi cansativo? Claro que foi. Minha véinha tá beirando os 70, a Bela tá obviamente grávida (chegamos na 23ª semana) e eu cheguei aos 40 e não sou nenhum bailarino espanhol. Mas foi uma delícia. Pintamos ouvindo música, fofocando, rindo e até de cara feia por alguma treta passageira. Mas quando lembrávamos que a razão daquele serviço era o sonho de uma vida (de várias, no caso), tudo valia a pena.

Tenho certeza de que meu amigo Adriano viveu momentos assim enquanto esperava a chegada do Arthur (tô mentindo, Lilian? Ele fez algo ou só pagou pra fazer, esse safado?). E curtir cada minuto é o que torna tudo mais legal.

“Life’s a journey, not a destination” (A vida é a jornada, não o destino).

Aerosmith

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Comemorar este tipo de coisa é uma das principais missões do pai. Comemorar e proporcioná-las. A mãe carrega o fardo sozinha por tempo demais (é fardo sim, vamos “lavar a cara” e desromantizar a gravidez. É foda, mermão). Me vejo sempre com a missão de tornar o dia dela mais suave, sem tanto estresse, com bastante conforto e proporcionando momentos como a pintura do quarto do nosso filho como um ato de amor do casal.

Compartilhar tudo isso com quem a gente ama é um prazer gigante.

Hoje o quarto do nosso piá está quase pronto. Ainda vamos fazer muita coisa nele, como decorar, dar um pouco mais de cores, mais vida. Mas tá do jeito que a gente queria, com as cores que sonhamos. Um verde lindo (que para mim é azul, mas meu daltonismo leve não é o tema da coluna), cor preferida da mamãe.

Todos os dias a gente vai ali dar uma espiada em como estão deixando tudo. E babar um pouquinho naquele que será o local seguro do nosso precioso.

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Curta todos os dias, sonhe, realize. Seja pai, seja um homem de verdade, seja presente. E ponha mão na massa para construir um mundo melhor para o seu filho ou filha. Plante o bem, distribua gentileza e provas do seu bom caráter. Se ele não for tão bom assim, só depende de você transformá-lo.

Uma família se constrói, não nasce na concepção. Para de fingir que não viu o que precisa ser feito, fingir que não magoou, que se omitiu.

Eu sou Eduardo Luiz Klisiewicz, marido da Beatriz e pai do Bernardo.

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