Toxina botulínica para tratamento de bexiga hiperativa

A incontinência urinária é definida pela Sociedade Internacional de Continência como queixa de qualquer perda involuntária de urina. Esta condição não deve ser considerada como parte normal do processo de envelhecimento, mas sim avaliada e tratada com a finalidade de recuperação da qualidade de vida de cada paciente.

A incontinência urinaria pode ocorrer em função de alterações anatômicas – só ocorre aos esforços, durante a tosse, riso, espirro, corrida, etc – ou decorrente do que chamamos Hiperatividade da Bexiga, isto é, mal funcionamento do músculo da bexiga ocasionando o desejo imperioso de urinar, muitas vezes levando a perda de urina antes que seja possível chegar ao banheiro. Há também um terceiro tipo, chamado de Incontinência Urinária Mista – quando encontramos ambas as causas presentes.

O funcionamento exacerbado da bexiga é conhecido como Bexiga Hiperativa. O problema pode ser decorrente de problemas neurológicos – AVC, Diabetes, Parkinson, Alzheimer – ou sem causa definida, sendo chamada neste caso de idiopática. A situação causa grande impacto na qualidade de vida trazendo prejuízo à realização das atividades cotidianas. Além disso, pode causar depressão, alterações sexuais diminuindo a autoestima e levando a pessoa ao isolamento.

O primeiro passo é definir o diagnostico, para escolha do tratamento adequado. A incontinência aos esforços é mais frequente nas mulheres, tem relação com partos e menopausa. O tratamento é variável conforme a intensidade dos sintomas e impacto na qualidade de vida. Pode ser com fisioterapia ou em geral, cirurgia.

No caso da bexiga hiperativa, esta pode acometer todas as idades sendo mais frequente em homens e mulheres com mais de 45 anos. O tratamento pode ser feito com medicamentos via oral, chamados de anticolinérgicos, fisioterapia ou mesmo procedimentos cirúrgicos. A medicação com anticolinérgicos apresenta diversos efeitos adversos, principalmente em idosos, como: tontura, sonolência, mal-estar, náusea, entre outros.

Uma opção recente no tratamento desta doença, que protege a pessoa dos efeitos colaterais da medicação via oral é a aplicação da toxina botulínica na bexiga. Através de estudos clínicos, constatou-se que a aplicação de 20 a 30 pontos dentro da bexiga pode proporcionar o bloqueio do funcionamento anormal do órgão. Trata-se de um procedimento ambulatorial, ou seja, o paciente volta para casa no mesmo dia. Com bons resultados, o retorno às atividades é possível e a recuperação da qualidade de vida uma consequência natural.