Internauta recria pôsteres famosos para incentivar as pessoas a ficarem em casa

Imagem: Reprodução/Instagram/NelsonCesar

A pandemia do novo coronavírus fez com que vários países tomassem uma atitude drástica colocando a população em quarentena. Uma das medidas é permanecer em casa e sair só quando for necessário. A campanha Fica em Casa é alertada pelas principais mídias e enfatizada também por artistas e influenciadores. A edição do impresso da última segunda-feira (23) da Tribuna do Paraná teve a ideia genial de colocar em todas as manchetes a frase “Fique em Casa!”.

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Mas a campanha não para. O paulistano Nelson Caldeira, 40 anos, teve a excelente ideia de adaptar alguns dos pôsteres de filmes de sucesso trocando o nome do filme pela frase “Fica em Casa” e tirando os personagens das imagens. O objetivo é levar a informação divertida para seus seguidores do Instagram e incentivar as pessoas a ficarem em suas residências neste período de quarentena. Confira abaixo:

O blog Não é Spoiler conversou com Caldeira, a seguir você confere a entrevista completa:

Quando surgiu a ideia?

Tudo surgiu quando a empresa em que trabalho autorizou o home office e eu comecei a ver o drama da Itália. Percebi que logo no início o pessoal aqui não estava levando a sério a ideia de ficarmos em casa por precaução. Gostaria muito de ajudar de alguma forma, mas já estava de quarentena em casa. O insight veio quando vi a hashtag #ficaemcasa nos trendtopics do Twitter. Como sempre trabalhei na área de cinema (em grandes distribuidoras como Warner Bros. e Sony), e agora streaming, tenho contato diário com filmes e foi daí que veio a ideia.

Vendo as ruas vazias da Itália, China e outros países do mundo, imaginei como seria isso nos pôsteres dos filmes. E se o personagem principal do poster/filme tivesse resolvido ficar em casa para se proteger e proteger os outros? Trabalhei no primeiro poster, que foi o do Coringa, e o resultado foi impactante. Fiz com outros filmes famosos como O Exorcista, Batman – O Cavaleiro da Trevas, Forrest Gump – O Contador de Histórias, O Estranho Mundo de Jack e finalmente Free Willy. Postei todos no meu instagram pessoal @nelsoncesar e esperei. Gosto de todos esses filmes e achei que a memória afetiva deles pudessem sensibilizar as pessoas, e parece que funcionou felizmente. Os pôsteres viralizaram e tem muita gente repostando.

Qual a sua percepção sobre como a população brasileira está enfrentando a pandemia?

Eu acho que agora está começando a “cair a ficha” do pessoal. A população brasileira é muito otimista e valente isso é muito bom e ruim ao mesmo tempo. O lado ruim é que as pessoas acham que nunca vai acontecer com elas. Às vezes pode não acontecer, mas o que essas pessoas precisam se preocupar é que elas podem ser um ponto de contágio para outras. Isso é muito sério.

Você mora em São Paulo, o estado possui o maior número já confirmado de pessoas infectadas e também em número de mortes. Quais medidas e cuidados você está tendo?

Como minha mãe mora também comigo, e ela é do grupo de risco, estou tendo um cuidado obsessivo. Saio de casa somente para realizar tarefas essenciais como para comprar mantimentos básicos e ir à farmácia. Quando chego da rua, deixo os sapatos do lado de fora, e higienizo tudo que veio comigo. Tiro as roupas e coloco direto para lavar. É como diz o ditado: é melhor prevenir do que remediar e, nesse caso, ainda não temos o remédio não é
mesmo?

O Ministério da Saúde acredita que o pico da doença vem a partir de abril/maio, você acredita que há uma esperança do país sair da pandemia cedo?

Estou torcendo para que sairmos dessa o quanto antes. Mas temos muitos obstáculos. O Brasil é um país muito vasto e muitos não têm condições privilegiadas que temos. Muitos não têm condições de comprar álcool gel, sabonete ou menos tem água limpa para tomar banho. Existem famílias inteiras morando um cômodo apenas. Esse é um momento de assistencialismo e solidariedade. Nós que podemos, devemos ajudar o menos favorecido doando esses produtos. Temos que encontrar um jeito e chegar até essas pessoas, seja via doações ou via ONGs. Muitas empresas já começaram a ajudar nessa guerra. E precisamos vencê-la.