Política, futebol e religião não se discutem?

Há algum tempo, muita gente não conseguia falar sobre futebol sem discutir, xingar ou brigar. Os clubes causam paixões cegas, tanto é que é raríssimo encontrar alguém que tenha mudado de time. Brigas de torcidas, cantos provocativos e ofensivos nos estádios, memes e zoações com os perdedores eram – e são ainda – sempre muito comuns.

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Religião é outro tema muito comum de discussão, não só nas escolas mas também nas famílias. A origem da palavra, segundo a etimologia, está em religare, ou seja, religar, voltar a unir. As discussões aqui nunca terminavam em brigas. Há inclusive quem não acredita e mesmo assim não há uma divisão ou um afastamento claro por opiniões contrárias.

Mas hoje a política ganhou a preferência do brasileiro. Vemos mais discussões políticas do que sobre futebol e religião. O Whatsapp é uma enxurrada de conteúdo político, as mídias sociais se transformaram em canais de comunicação efetivos, memes, piadas, zoeiras, críticas, mas o pior de tudo: o conteúdo é muito mais depreciativo do que construtivo.

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Nós deveríamos pensar muito mais em defender o nosso ponto de vista e a nossa opinião política do que depreciar e criticar a do outro. Partimos do princípio do “você está errado” e não do “eu estou certo”. E o pior: nunca damos ouvido. Cristalizamos nossas opiniões, sem dar margem à uma reflexão mais profunda sobre cada assunto.

O que trago aqui para reflexão é justamente o debate ameno, em que possamos ouvir atentamente a opinião contrária, sem necessariamente rotular quem está falando. Por mais diálogo e menos intolerância!