Jejum intermitente

Pixabay

Antigamente, quando buscávamos uma dieta para emagrecer encontrávamos apenas duas opções, o famoso regime onde se apoia a pouca ingestão de alimentos e a outra baseada em se alimentar de 3 em 3 horas. Com a crescente informação das redes sociais se disseminou uma outra forma de alimentação conhecida como jejum intermitente. Apoiada de um lado como a melhor forma para emagrecer e odiada por outro em acreditar fazer mal à saúde, venho aqui expressar o que os estudos científicos estão relatando sobre o assunto. E você, o que acha? Jejum será a melhor estratégia para o emagrecimento?

O jejum intermitente tem sido usado por razões religiososas há milhares de anos, cada qual com suas justificativas. O jejum mais utilizado é a alimentação com restrição temporal, no qual envolve um jejum de 16 a 20 horas e um período de alimentação de 4 a 8 horas diariamente. Além dos princípios dogmáticos, o jejum intermitente tem sido praticado por diversas pessoas que buscam perder peso.

Na busca de verificar a influência do jejum no emagrecimento a Universidade de Sidney reuniu 40 estudos científicos para uma revisão. Dessa forma comentarei os principais resultados desse estudo.

Uma das acusações dos que discordam do Jejum Intermitente é em relação à fome diante tantas horas sem alimentos, entretanto, contrariando a lógica, o estudo mostrou que o jejum intermitente atuou diminuindo a fome, reduzindo a alimentação emocional e o impulso de comer. Tal resultado também é visto nas dietas cetogênicas, que são aquelas que não contém carboidratos. Diante da alteração de humor que a fome pode manifestar, o estudo declarou não conseguir consistência para uma conclusão.

Os defensores do jejum intermitente se baseiam no fato de que o jejum auxilia a diminuição da insulina. Os resultados dos estudos mostraram que o jejum realmente baixa a insulina, porém concluíram que essa baixa nos níveis de insulina também pode ser alcançada com uma dieta controlada e saudável. Porém um dado importante foi a constatação de que o jejum intermitente diminui a produção de testosterona e de T3 (hormônio da tireóide). Estes possuem influência direta na atuação metabólica de gasto energético ou seja, a desaceleração do metabolismo.

E então, emagrece?

O Jejum Intermitente possui seus prós e contras. Ele pode ser tão eficaz quanto uma dieta convencional. Dessa forma, o jejum é colocado como uma estratégia válida para o emagrecimento. Independente do método utilizado, concordo com o posicionamento da Sociedade Internacional de Nutrição Esportiva, que publicou em 2017 o parecer dizendo que a dieta tem que ser dentro das preferências pessoais e culturais de cada um. Pois o sucesso do emagrecimento está em manter a consistência na dieta por longos períodos. Que esta possa fazer parte de um estilo de vida saudável e prazeroso.

Referência:
Seimon, R.V, Roekenes, J.A, Zibellini, J., Zhu, B., Gibson, A.A, Hills, A.P, Wood, R.E, King, N.A, Byrne, N.M, Sainsbury, A., Do intermittent diets provide physiological benefits over continuous diets for weight loss? A systematic review of clinical trials, Molecular and Cellular Endocrinology (2015), doi: 10.1016/j.mce.2015.09.014.