Na semana passada, em meio à comoção e aos protestos pelo fim da violência contra a mulher, tivemos só em Curitiba e Região Metropolitana quatro mulheres assassinadas pelos seus parceiros. Como não ficar indignada com o fato de que todos os dias mulheres morrem apenas por ser mulheres? Nascemos então condenadas? Não, claro que não. O que está nos condenando é a cultura machista e o fato de que muitos homens são criados ouvindo que mulheres são suas propriedades. Absurdo quando colocado desta forma? Nem tanto!
Isso vem sendo passado de geração a geração por muitos anos. Desde pouco tempo atrás, quando quem escolhia o marido da filha era o pai que ainda dava um dote para o homem casar com ela, como se fosse um prêmio, uma passagem de propriedade. Acredite, de uma forma ou de outra essa cultura ainda se perpetua. Muitos homens ainda acham que se a mulher está com ele, ela é dele. Um perigo para cabeças doentias. Veja, nesses quatro casos, elas foram mortas a tiros porque os parceiros não aceitaram a separação de alguma forma, se sentiram traídos e acharam que podiam acabar com sua dor matando elas.
O que agrava mais a situação, é que em um dos casos a mulher já havia apresentado denúncia contra o agressor, ele estava com medida restritiva e mesmo assim conseguiu atingí-la e matá-la. Ou seja, até quando a nossa justiça vai ser ineficiente? Não adianta termos leis que nos ajudem, mas um sistema que não está preparado para colocá-las em prática. Um sistema que também está corrompido pelo pensamento machista.
Até quando vamos aceitar isso? Vamos mudar esta realidade e isso começa na educação e orientação de filhos, amigos e familiares. Começa dentro da sua casa. Fique alerta e reprima comentários e atitudes machistas. Denuncie agressões: disque 180.
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