Carentes de liberdade

As crianças precisam brincar, correr, pular, cair, levantar, isso faz parte da formação do seu desenvolvimento motor. As atividades eletrônicas demonstram ser espetaculares no desenvolvimento intelectual, entretanto é necessário um equilíbrio com o desenvolvimento das habilidades motoras.

Com o crescimento das grandes cidades e aumento da violência, as crianças já não têm a mesma liberdade em relação ao que ocorria em décadas passadas. Formou-se uma geração que passa a maior parte do dia dentro de suas residências.

O que fazer? É necessário um esforço por parte dos pais em acompanhar seus filhos a locais apropriados, como parques e praças. Apesar desse período de liberdade ser inferior ao que se observava no passado, já é possível obter avanços significativos no desenvolvimento motor.

Durante os primeiros meses de vida, procure estimular seu filho, proporcione espaço para rolamentos, deixe-o engatinhar quando sentir vontade. No momento certo ele vai dar os primeiros passos. Evite qualquer tipo de andador (aqueles aparelho com rodinhas onde a criança fica sentada).

Nesse contexto, aumenta ainda mais a responsabilidade do professor de educação física no ambiente escolar. Apesar de não suprir totalmente a ausência de liberdade, as atividades desenvolvidas devem assegurar um nível de desenvolvimento motor aceitável, o que trará reflexos positivos pelo resto da vida do indivíduo.

Procure conhecer um pouco mais da escola de seu filho, se existe uma política pedagógica apropriada em relação ao desenvolvimento das habilidades motoras.

Fique atento em relação às escolinhas desportivas, o objetivo é desenvolver atividades de forma lúdica sem o objetivo de esporte rendimento. As crianças não estão preparadas física e psicologicamente para cobranças por resultado, o esporte tem que ser visto como uma grande brincadeira. Ser atleta, só na adolescência.

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