Por que ler os clássicos? – Parte 2

Como eu disse na semana passada: os clássicos continuam vivos. Prova disso são as adaptações, reedições e continuações que essas obras ganham ao longo dos anos. Otelo (1603), de William Shakespeare (1564 – 1616), deu origem ao livro que é considerado o maior escrito brasileiro: Dom Casmurro (1899), a célebre história criada por Machado de Assis (1839 – 1908) sobre a (suposta) traição de Capitu, que consegue gerar controvérsia e debates acalorados ainda hoje.

O mistério sobre a fidelidade de Capitu deu origem ao livro de contos Capitu sou eu (2003), do curitibano Dalton Trevisan, e diversos desdobramentos sobre a questão, que aparece inclusive em São Bernardo (1934), de Graciliano Ramos (1892 – 1953). Passados tantos anos, ninguém desvendou a “verdade” a respeito da maior dúvida da literatura brasileira. Conta-se que, na época, até Machado recusava-se a responder se Capitu era ou não adúltera.

Porém, quem acha que os clássicos só dão vazão a obras “sisudas” e que não tem tanto a ver com o dia a dia pós-moderno e cosmopolita, está completamente enganado. A onda de vampiros que “assolou” a literatura teen nos últimos anos tem um só culpado: o clássico Drácula, publicado por Bram Stoker (1847 – 1912) em 1897, que também teve sua versão cinematográfica em 1992 (foto) .

Muito além da Saga Crepúsculo e seus derivados, Drácula ajudou a criar um gênero, que ganhou notoriedade com autores como Anne Rice. Além disso, o “Vampiro da Transilvânia” teve diversas sequências, algumas não tão dignas quanto o original, mas que ajudaram a perpetuar a memória da criatura e também de seu autor.

Relembre a primeira parte.

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