Coleção Vaga-Lume: uma luz que nunca se apaga

Sem dúvida uma das coleções de maior sucesso produzida no Brasil, a Coleção Vaga-Lume está intimamente ligada à formação de novos leitores – e chegou a ter títulos adaptados para a televisão e para o cinema, como é o caso de Éramos seis (1943/1973), de Maria José Dupré (1898 – 1984), que foi transformada em novela quatro vezes, nos anos de 1958, 1967, 1977 e 1994. O Escaravelho do Diabo (1972), de Lúcia Machado de Almeida (1910 – 2005), deve estrear na telona ainda em 2014 sob a batuta de Carlos Milani e produção da Globo Filmes.

Misturando títulos de mistério e romance, a Vaga-Lume foi idealizada em 1972 pela editora Ática, responsável pela sua publicação até os dias atuais. Apesar da editora não comentar os números das vendagens, especula-se que somente A Ilha perdida (1945/1973), também de Maria José Dupré,  tenha vendido mais de 10 milhões de exemplares. Outro campeão de vendas é O Mistério do Cinco Estrelas (1981), de Marços Rey, pseudônimo do já consagrado escritor Edmundo Nonato (1925 – 1999), que vendeu mais de 3 milhões de cópias. Atualmente, a obra de Rey encontra-se com a editora Global, que deve relança-la em breve.

 A ideia da coleção ainda permanece a mesma: publicar livros para o público infanto-juvenil, no entanto, o frenesi pelas obras é tamanho que não é difícil encontrar um quarentão ou cinquentão fissurado pela publicação.

Inicialmente, os planos editoriais envolviam apenas a publicação de autores e livros já consagrados como Aristides Fraga Lima, Homero Homem (1921 – 1991) e Lúcia Machado de Almeida, mas não demorou para que escritores publicassem obras inéditas. Uma dos maiores destaques dessa empreita foi Marçal Aquino, com A Turma da Rua Quinze (1990) e O Mistério da Cidade-Fantasma (1994). Até então, Aquino, que nunca tinha escrito nada para jovens, era repórter de um jornal carioca e se dedicava a outros escritos. O autor de O Invasor (1997/2011) se surpreendeu com o convite, mas não declinou.

Um dos grandes trunfos da Coleção Vaga-Lume foi ter conquistado pais, professores e jovens. Diferentemente do que acontece com os livros adotados pelas escolas, as crianças nutriam – e ainda nutrem – um amor sem igual pelas obras, fazendo com que a coleção seja uma das mais rentáveis do mercado editorial brasileiro. A investida deu tão certo que já existe a Série Vaga-Lume Júnior, destina ao público infantil e amplamente adotada nas salas de aula.

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